Por Guilherme Mazui, g1 — Brasília


Vice-presidente Geraldo Alckmin em evento do Sebrae. — Foto: Reprodução/ CanalGov

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou nesta terça-feira (9) que as divergências entre os governos de Brasil e Argentina não afetam as relações comerciais entre os dois países.

"São relações de Estado. O mau gosto do Milei é assunto dele. Temos que fortalecer as relações de Estado", afirmou Alckmin, que está no exercício da Presidência.

Alckmin deu a declaração ao ser questionado sobre as divergências entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente argentino Javier Milei. Lula cumpre agenda internacional. E nesta terça está na Bolívia.

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Os dois presidentes, que nunca tiveram uma reunião bilateral, estão em campos ideológicos opostos e trocam farpas desde o ano passado, quando Milei foi eleito ao derrotar o candidato governista Sergio Massa, apoiado pelo então presidente Alberto Fernández, aliado de Lula.

Milei, por sua vez, é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem esteve no último fim de semana em Santa Catarina.

Milei não participou da reunião de cúpula do Mercosul, realizada na segunda-feira (8) no Paraguai. Lula, que esteve no encontro, disse que a ausência do argentino foi uma "bobagem imensa".

O presidente brasileiro também criticou o "nacionalismo arcaico e isolacionista" e o resgate de "experiências ultraliberais que apenas agravaram desigualdades na nossa região".

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Mercado 'estressado'

Em entrevista após um evento do Sebrae, em Brasília, Alckmin também comentou a cotação do dólar e a manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano. Para o presidente em exercício, ambas tendem a cair.

Alckmin disse que o "mercado é estressado" e que não há razão para a cotação do dólar ante o real ter disparado. Na semana passada, marcada por críticas de Lula ao Banco Central, a cotação chegou a R$ 5,70, mas reduziu para patamar abaixo de R$ 5,50.

"Se olhar o tripé macroeconômico, o câmbio é flutuante. Do mesmo jeito que subiu, ele reduz. Ele tem oscilações e deve ser flutuante mesmo. Acredito que vai cair mais. A tendência é que caia mais. É que o mercado é estressado. Não tem nenhuma razão para ter ido no patamar que foi. A tendência é que ele caia", declarou.

Alckmin também afirmou que o governo reafirmou o compromisso com o equilíbrio fiscal e que espera a queda da taxa de juros.

"Os juros estão altos, mas tenho confiança de que vão cair. Não há razão para você ter a segunda maior taxa de juros do mundo. O primeiro é a Rússia que está em guerra. Segunda maior taxa de juros do mundo, não tem razão disso. Temos confiança de que isso é transitório, a tendência dos juros é cair", reforçou o presidente em exercício.

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