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Por Bruno Imaizumi e Valmir Storti — Rio de Janeiro


No vácuo dos Jogos Olímpicos, a rodada #22 do Brasileirão apresenta grandes clássicos: ainda no sábado, Cruzeiro x Atlético-MG e Vasco x Fluminense; no domingo, Bahia x Vitória e o gigantesco Flamengo x Palmeiras, com as duas equipes precisando dos três pontos na busca por tomar a liderança do Botafogo, visitante na rodada contra o Juventude.

Palmeiras 1 x 0 Flamengo | Melhores momentos | Oitavas de final | Copa do Brasil 2024

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No entanto, se a rodada passada exigia decisões estratégicas em relação à Copa do Brasil, agora há de se colocar no radar que no próximo meio de semana volta a Libertadores: o Grêmio recebe o Fluminense na competição continental, assim como o Botafogo recebe o Palmeiras. Atlético-MG e São Paulo viajam, respectivamente, para Argentina (San Lorenzo) e Uruguai (Nacional).

A melhor logística dos próximos dias é a do Flamengo, que joga duas vezes seguidas no Maracanã: contra o Palmeiras, pelo Brasileirão, e contra o Bolívar, na quinta-feira. Porém, apenas três dias depois do confronto internacional, no domingo da semana que vem, o Flamengo enfrentará o Botafogo, um confronto direto na luta pelo título. Bom agora, ruim depois.

— Foto: Info esporte

Analisamos 108.038 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.377 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

Favoritismos #22 está testando um novo formato. Para ver todos os dez jogos, use as setas do quadro abaixo. Neste formato, as analises dos jogos estão uma ao lado da outra.

Escreva nos comentários o que achou deste formato para o Favoritismos. Nós agradecemos.

Para ver os outros jogos, clique nas setas que estão antes da análise.

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 108.038 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.377 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.

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