Simone Biles tira 15,700 no primeiro salto da final nos Jogos de Paris 2024
Simone Biles está reescrevendo sua história em Olimpíadas. Em Paris, já foram três ouros que apagaram o enredo de bloqueios mentais dos Jogos de Tóquio. O roteiro de redenção que a americana de 27 anos desejava. Os Jogos da França, porém, podem não ser o último capítulo da ginasta em Olimpíadas. Depois de conquistar o ouro do salto neste sábado, Simone deixou aberta a possibilidade de competir em Los Angeles 2028, uma mudança de discurso.
- As próximas Olimpíadas são em casa, então nunca se sabe, mas estou ficando muito animada - disse a americana.
Simone conquistou sua décima medalha em Olimpíadas - a sétima de ouro - ao acerta um Biles II e um Cheng. O primeiro salto, que só ela é capaz de realizar, é o mais difícil da ginástica artística feminina, com 6,4 pontos de valor. Foi o diferencial para a americana superar Rebeca Andrade na final deste sábado. No entanto, ela afirmou que pretende aposentar o Biles II.
- Se é a minha última competição de salto? Eu meio que acertei nessa competição, então, você sabe, nunca diga nunca. Definitivamente é a última vez que faço o Yurchenko Double Pike (Biles II).
Simone Biles tira 14,900 no segundo salto da final nos Jogos de Paris 2024
Na final deste sábado, Simone Biles decidiu arriscar para garantir o ouro logo no primeiro salto. Ela começou com o Biles II e, mesmo pisando na linha na aterrisagem, recebeu 15.700 pela dificuldade. Para compor a média final, Simone escolheu como o segundo salto um Cheng, somando 14.900 pela execução praticamente perfeita. Biles levou o ouro ao somar a média 15.300. Rebeca Andrade também foi muito bem, mas não conseguiu superar a americana, ficando com 14.966 e terminando com a prata. Última a saltar, a também americana Jade Carey ficou com o bronze. Ela somou 14.466 na média.
Medalhista na Rio 2016, Simone desistiu das Olimpíadas de Tóquio para cuidar da saúde mental. A americana chegou a saltar na classificatória, mas sofreu um "twist", uma condição mental onde a ginasta sofre uma desconexão entre a mente e os movimentos do corpo. Ainda se recuperando do trauma nos últimos Jogos, Simone decidiu treinar intensivamente outros movimentos no salto.
— A gente tem treinado esses vários saltos por um tempo. Eu acho que ainda estou um pouco traumatizada por Tóquio, mas animada porque posso fazer vários saltos, então não tenho que usar um especificamente. Então esse foi realmente o motivo (de decidir treinar vários).
— Até agora, estou muito bem. Eu conversei meu terapeuta outro dia. Estamos vendo dia após dia para saber se preciso de alguma terapia extra enquanto estou aqui. Mas até agora está tudo bem. As Olimpíadas são um ótimo processo para os atletas e são vários dias de competição, então você definitivamente tem que estar no topo do seu estado mental e físico. Se estivermos assim, estamos bem — completou.
Maiores ginastas da atualidade, Rebeca e Simone ainda vão se enfrentar em mais duas finais (trave e solo). Apesar da acirrada disputa entre as duas, Simone elogiou a brasileira e revelou a animação em competir com ela.
—Ela é uma ginasta realmente poderosa e realmente fica no meu pé (risos), mas eu amo competir com ela. É sempre uma honra. É muito divertido, eu realmente gosto — disse Biles.
Biles e Rebeca voltam a se enfrentar na segunda-feira, pelo solo e trave, a partir das 7h30 (Horário de Brasília). Veja a programação das próximas finais:
Confira a agenda da ginástica artística:
- Final das barras assimétricas (sem Brasil e Biles): domingo (4), às 10h40
- Final da trave (Rebeca Andrade e Julia Soares): segunda-feira (5), às 7h30.
- Final do solo (Rebeca Andrade): segunda-feira (5), às 9h20
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