Preta Gil: 'Envelhecer é um presente, porque a finitude chega para todos'

Que Preta Gil é uma mulher inspiradora não é novidade para ninguém. Entretanto, em um ano especialmente desafiador, ela se tornou também um farol. Seja para informar, para impactar pela franqueza e pela transparência, para emocionar como um ícone de força, ela esteve em público dividindo aflições e alegria, um retrato poderoso do que todas nós podemos viver também.

Num processo intimamente também relacionado ao corpo, ela dividiu, em papo com a Glamour, como anda a jornada de beleza que vive pessoalmente e como enxerga a própria autoestima. Mais a seguir!

Como é a sua relação com a beleza hoje?
É uma relação madura, literalmente. A gente vai amadurecendo e aceitando. Não é todo mundo que tem essa aceitação da velhice. Vejo muitas mulheres da minha idade sofrendo pelo surgimento das rugas, das marcas de expressão, dos fios de cabelo branco. Mas eu decidi que isso não seria um sofrimento para mim, seria o contrário. É algo a ser celebrado, o fato de poder envelhecer. Isso é um presente da vida. A finitude vem para todos, e pode vir antes --- por meio de uma doença, uma tragédia. Então, se a gente envelhece, é porque a vida foi generosa com a gente", argumenta.

Qual é o primeiro pensamento que vem à sua cabeça quando se vê no espelho hoje?
Gratidão. Vem essa sensação de gratidão de poder acordar e me olhar no espelho, de vivenciar o hoje, o aqui e o agora. Depois de tudo o que passei e estou passando, o ato de me olhar no espelho é um encontro comigo mesma.

Qual característica física mais ama em você?
Ah, eu amo muita coisa! O meu nariz, a minha boca, os meus olhos. Eu me amo muito!

Qual é o segredo para lidar com dias de insegurança e baixa autoestima?
Encarar e viver. É normal, faz parte. Não adianta a gente querer driblar essas questões. A gente precisa se permitir ficar mal, porque o tempo cura. No dia seguinte, pode vir algo que pode te alegrar e você ficará melhor.