Júlia
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Por Júlia Aquino (@juliaf.aquino)

Faz parte da equipe de Research da Rico, do grupo XP Inc., e trabalha com análise de dados aplicada ao mercado financeiro há mais de 9 anos.


No último mês, foi impossível entrar em um supermercado e não ver o teto decorado com ovos de Páscoa, algo típico dessa época do ano. Ainda que a vitrine esteja mesmo mais modesta, comer chocolate nesse dia é tão certo como sentir calor no verão em Cuiabá — o que mudou foi o quanto você paga por isso. Segundo a pesquisa de Páscoa do Procon, o preço do quilo do ovo de Páscoa em São Paulo (de onde falo) caiu cerca de 15%, enquanto os quilos de bombons e tabletes subiram aproximadamente 8% em relação a 2023.

E não, esse não é um texto sobre “vale mais a pena comprar tablete ou ovo?” (mas já aviso que sou defensora do ovo; em qual outra ocasião posso comer chocolate nesse formato diferentão?). Aqui, eu gostaria de conversar sobre como funcionam as dinâmicas de preço e tendências de longo prazo. Como exemplo, trago uma que ameaça o nosso chocolatinho pós-almoço de cada dia: o preço do cacau está subindo, e o culpado é o aquecimento global.

Atualmente, 70% do cacau consumido no mundo vem da África Ocidental, com 44% da produção concentrada apenas na Costa do Marfim. No ano passado, o El Niño (classificado pela ONU como um dos 5 mais fortes da história) causou uma onda de calor e mudou os padrões de chuva região, colaborando para a reprodução dos insetos que infectam os pés de cacau com uma doença chamada swollen shoot (CSSV), que mata a planta em cerca de três anos. A produtividade, claro, tem sido bastante prejudicada desde então.

Esse fenômeno não poderia acontecer em um momento pior: o mercado já caminha para o seu quarto ano seguido de déficit dos grãos, e comprar cacau está cada vez mais difícil. Mesmo quem está próximo às áreas de produção ou as grandes empresas globais de compra e venda de commodities reclamam da dificuldade.

Ok, e no que isso afeta o seu Netflix & brigadeiro de domingo?

Basicamente, não dá mais para fugir do aumento do preço na gôndola do supermercado. Segundo a Organização Internacional do Cacau (ICCO), serão produzidas 374 mil toneladas de cacau a menos do que a demanda na próxima safra.

Ou seja, tem muito mais gente querendo comprar cacau do que vendendo — e a gente já sabe no que isso dá, certo? Se não sabe, eu te conto aqui rapidinho: a inflação de produtos de chocolate desde o início do ano já é de mais de 10% nos EUA, 15% na Inglaterra, e já pode ser vista em outros países.

Como chocolate não é um produto essencial, as pessoas vão deixando de comprar se o preço sobe muito, ou trocam por versões mais baratas. Então, as fabricantes de snacks começam a faturar menos e o fenômeno que começou lá na África, com um inseto de meio centímetro e alguns graus a mais na temperatura, vai se espalhando pelo mundo seguindo a rota de comercio do chocolate até a sua despensa.

Júlia Aquino — Foto: Divulgação
Júlia Aquino — Foto: Divulgação
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