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Numa tarde de quinta-feira em abril passado, ouço uma voz conhecida surgindo do outro lado da tela do computador. Nem foi preciso ligar a câmera na chamada de vídeo para que eu soubesse que se tratava de Maisa da Silva Andrade. Os 45 minutos que tínhamos pareciam pouco para a quantidade de perguntas impressas na folha A5 posicionada ao lado do gravador. Surpreendentemente, a passagem do tempo consegue ser diferente no mundo da geminiana.

Maisa dispensa apresentações, mas faço as honras da casa: dos 22 anos que completa neste mês, quase 19 foram dedicados à carreira artística. Nascida em São Bernardo do Campo, não é exagero dizer que os sinais de que estaria destinada a ser uma estrela vieram ainda nos primeiros anos de vida. Foi aos 3 que subiu ao palco pela primeira vez, no Programa Raul Gil, na Rede Bandeirantes. Aos 5, assinou um contrato com o SBT que durou 13 anos. Na emissora, ela apresentou programas infantis, aprontou todas com muito carisma ao lado de Silvio Santos, entrou para a atuação com a telenovela Carrossel e ganhou até talk show com seu nome. Era só o começo. O futuro ainda reservava uma infinidade de presentes, e ela decidiu aceitar cada um deles de braços abertos.

O rompimento com o canal televisivo veio no mesmo ano em que decidiu abrir sua agência de marketing de influência ao lado de seu sócio e empresário, Guilherme Oliveira. Há três anos, tem um contrato exclusivo com a Netflix, onde, entre tantos projetos, deu vida a Anita, personagem de De Volta aos 15. Sucesso de audiência, a série baseada no livro homônimo de Bruna Vieira volta às telinhas com a terceira e última temporada em 2024. A história ganha fôlego com novos plots, pentágonos amorosos e a adição de Larissa Manoela, amiga pessoal de Maisa, ao elenco. Em conversa com a Glamour, ela olha para o passado, reflete sobre as conquistas do presente e garante que cada uma das escolhas que fez a farão alçar voos maiores no futuro. Leia a entrevista completa a seguir.

Maisa — Foto: Hick Duarte
Maisa — Foto: Hick Duarte

Você cresceu aos olhos do público. Como foi ser observada em todas as fases da sua vida?
A resposta, para mim, é muito simples: é a única vida que eu conheço. Comecei minha carreira com 3 anos, não tenho exatamente do que sentir falta. Sou feliz com a minha vida e com as escolhas que eu fiz. Por incrível que pareça, estar aos olhos do público, para mim, é o normal.

Por conta do seu trabalho, você precisou adquirir certa maturidade muito cedo. Sente que perdeu ritos de passagem importantes por causa da fama?
Eu não perdi, só escolhi não mostrar a maioria deles. Alguns aconteceram em frente ao público, como quando eu fiz15 anos ou o meu primeiro namoro. Meus ritos de passagem se misturam entre a minha vida pessoal e minha carreira artística, mas escolhi resguardar minhas escolhas mais íntimas. Esse é o segredo para o equilíbrio da minha vida. Preciso de um pouco de privacidade para me sentir normal também.

Além de atriz, apresentadora e influenciadora, você também é empresária. Por que decidiu abrir uma agência e como leva os aprendizados para outras áreas da sua carreira?
A Mudah surgiu como a extensão de um trabalho que eu já fazia. Sempre tive vontade de ter uma agência e isso aconteceu muito antes do imaginado. Minha expertise como influenciadora reverbera na minha empresa, e vice-versa. Todos os projetos que realizo ou as marcas que represento vão de acordo com a minha filosofia, que consiste em liberdade, criatividade, inovação e propósito.

Você soma mais de 43 milhões de seguidores apenas no Instagram. Acredita que sua influência também tenha um poder de transformação social?
Tudo o que escolho compartilhar e os projetos com os quais me envolvo carregam uma responsabilidade. Se você tem relevância, deve se empenhar para mantê-la. Como embaixadora da Unicef, potencializo minha forma de atingir outras pessoas, com mensagens sobre educação, saúde e bem-estar, garantindo direitos para crianças e adolescentes.

Sair do SBT e assinar exclusivamente com a Netflix foi um passo ousado e importante para a sua carreira. Como se deu esse movimento?
Essa foi uma das escolhas mais difíceis da minha vida, sem dúvidas. O SBT foi como uma casa para mim. Lá eu conquistei muitos sonhos, cresci, aprendi, estava confortável e realizada apresentando um programa. Mas a minha vida era uma loucura. Conciliava o trabalho em rede nacional, um relacionamento, o ensino médio e, nas minhas férias, corria para gravar filmes. Embora fosse movida por esse turbilhão de compromissos, precisei repensar meus desejos e os próximos passos. Hoje, três anos depois, olho para trás e tenho o coração leve em saber que tomei a melhor decisão.

Dizem que o artista é transformado por cada personagem que vive. Qual foi o papel mais importante da sua vida e como ele mudou a Maisa como pessoa?
A Valéria [da novela Carrossel, do SBT], porque foi a minha primeira personagem na TV. Eu não imaginava que eu tinha potencial como atriz, que pudesse me apaixonar por essa profissão e que a personagem fosse amada até hoje. Ela me mostrou um mundo de possibilidades. Temos capacidade de eternizar as histórias e marcar as pessoas para sempre, isso é muito bonito.

Uma carreira internacional está nos seus planos?
O streaming tem muito potencial para atingir outros públicos. Quando surgir algum projeto interessante, adoraria ir, tenho muita vontade e me sinto preparada. Por enquanto, vou estudando, trabalhando e aprendendo mais.

Maisa — Foto: Hick Duarte
Maisa — Foto: Hick Duarte

Raramente você se vê envolvida em polêmicas ou escândalos, como é feita a gestão da sua carreira? O controle vem de você ou da sua equipe?
É um pouco dos dois. Tenho uma gestão interna muito forte, sou super-racional. Pondero tudo, penso muito antes de falar e fazer. Às vezes queria ser mais impulsiva, mas não consigo. Não gosto de me meter em polêmicas alheias, embora já tenha feito isso quando mais nova. Parto do ponto de que não sei de tudo e não sou dona da verdade, por isso, resguardo o que acho desnecessário. Conheço meus limites.

Como figura pública, você está sujeita a diversos comentários, inclusive negativos. Como lida com as críticas?
Existem coisas que não controlamos e uma delas é a opinião alheia. As pessoas vão falar o que quiserem da gente, não tem o que fazer. Tento não me preocupar com o que pensam de mim. Às vezes leio algo que me machuca, mas existem os dias em que eu não poderia ligar menos para o que dizem. Acho impossível que uma pessoa se ache perfeita o tempo inteiro. Eu não me acho. Embora o meu Instagram tenha inúmeros comentários positivos, eles não me definem. Da mesma forma que os negativos também não.

Qual considera sua maior conquista profissional até aqui?
O fato de poder escolher os meus projetos e saber que, de alguma maneira, minha história estará eternizada. Não tem dinheiro ou pessoa no mundo que tire isso de mim. O que eu fiz está feito. Marquei a vida das pessoas e vou continuar, porque tenho muita vontade. Mas, se eu quisesse parar por aqui, meus projetos ainda estariam vivos no coração do público e isso é minha maior conquista.

Casar ou ser mãe está nos seus planos pessoais?
Eu tenho vontade de ser mãe, mas não tenho o sonho. Acho que vai acontecer? Acho. Mas sonho mesmo eu tenho é de casar, pouquíssimas pessoas sabem disso. Eu amo ver vídeos de casamento, choro em todos. Estou solteríssima, tento me arranjar pretendentes, mas é difícil, parece que não rola (risos).

Como é sua relação com a moda? Você esteve em uma semana de moda internacional recentemente...
A moda é uma extensão do meu trabalho, uma maneira de me expressar e me comunicar. Tento fazer boas escolhas, gosto de vestir o que acredito, o que me deixa confortável e confiante. Agora, por exemplo, estou com roupa de academia. Ultimamente é o que mais tenho usado no dia a dia para tentar conciliar uma vida saudável.

Falando em conforto, em qual lugar você se sente mais confortável para ser verdadeiramente você?
Na minha casa, na praia ou no set. Esses três lugares são minhas definições de lar. Em frente às câmeras é um lugar de muito conforto, é o que eu domino, e na praia porque não existe nada melhor do que se deitar ao sol depois de dar um mergulho no mar.

Você foi capa da Glamour em 2019, o que mudou de lá para cá em quem você é?
Eu tinha 17 anos, estava no processo de transição capilar. Venci muitos desafios, saí da televisão, fiz De Volta aos 15 e muitos outros projetos. Mudou tanta coisa. A Maisa de hoje é mais confiante, mais segura. Acho que gosto mais de quem eu sou agora.

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