• Felipe Blumen
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A ginecomastia pode levar a dor e desconforto, mas tem tratamento. (Foto: Creative Commons)

A ginecomastia pode levar a dor e desconforto, mas tem tratamento. (Foto: Creative Commons)

Acredite, o aumento excessivo das glândulas mamárias em homens, chamado de ginecomastia, é mais comum do que se imagina. O problema atinge cerca de 30% da população masculina e, além de incomodar pela questão estética, pode causar dor e desconforto.

Por isso perguntamos ao Dr. David Di Sessa, que é cirurgião plástico, algumas dúvidas comuns que os homens podem ter em relação ao problema.

O que é?

Assim como a mama feminina, a masculina é formada por tecido adiposo e pela glândula mamária. Mas, nos homens, o nível do hormônio responsável pelo crescimento da glândula é pequeno – ao contrário do que acontece com as mulheres durante a puberdade. Por isso, o normal é que as mamas masculinas sejam compostas majoritariamente por tecido adiposo, com um acréscimo da glândula. Quando ela cresce demais é preciso checar a causa.

Por que ela cresce?

O problema costuma ocorrer na passagem da adolescência para a idade adulta, fase em que a produção de hormônios é mais ativa. No entanto, pode acontecer também durante a maturidade, quando há queda da ação hormonal. Além disso, explica o médico, outras causas podem ser doenças como cirrose hepática, insuficiência renal e inanição, neoplasias, como tumores, e doenças endócrinas.

Posso ter causado o crescimento?

O médico explica que o uso de drogas psicoativas, remédios pode estar associado ao problema. Além disso, E não só delas: “Homens que usam hormônios esteroides também são fortes candidatos a desenvolver o distúrbio", diz Di Sessa. "Estudos mostram que mais de 50% das pessoas que utilizam anabolizantes para aumentar o rendimento no treino físico apresentam algum tipo de disfunção hormonal”, alerta o cirurgião, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Como tratar?

Na maioria dos casos, a solução para o problema é cirúrgica. A cirurgia mais comum é a remoção parcial da glândula mamária associada à retirada da gordura por meio da lipoaspiração, mas a técnica usada varia conforme a classificação do problema, de acordo com uma escala que o médico explica:

Grau 1: "Há uma pequena quantidade de tecido mamário ao redor da aréola, como se fosse um botão. Em geral é fácil de remover com uma incisão ao redor da aréola."

Grau 2: "Neste caso, o tórax se apresenta com mais tecido adiposo, com uma ginecomastia aparente. Normalmente, indica-se a lipoaspiração do excesso de gordura local."

Grau 3: "Aqui, a ginecomastia é mais espalhada, com excesso de pele. São feitas incisões ao redor da auréola para retirar o excesso de gordura e de pele."

Depois da cirurgia, a cicatrização completa pode levar até um ano. "Mas em poucas semanas é possível ver os resultados, que costumam ser muito bons", finaliza o médico.