• Daniel Navas
Atualizado em
Homem estressado (Foto: Getty Images)

Trânsito caótico, crise hídrica, taxas de juros nas alturas, aumento do combustível e nas contas de água, luz e do supermercado. Todos esses problemas são reflexos dos primeiros seis meses desse ano. Para muitas pessoas, essa fase é marcada por um estresse fora do comum. E o desânimo aumenta ainda mais só de pensar que tem o segundo semestre pela frente. Se você está passando por uma situação parecida, cuidado! Você pode estar sofrendo da Síndrome de Burnout. “Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, esse problema refere-se a um estado de exaustão tanto física como emocional, em que o indivíduo se encontra sem ferramentas para sair da situação estressante que se tornou crônica”, explica Márcia Merquior, psicóloga do Vita Check-Up, no Rio de Janeiro.


Bastante comum em ambientes corporativos muito exigentes e competitivos, principalmente em situações de crise econômica, o problema acaba ultrapassando as paredes das empresas e chega ao mundo pessoal, atingindo outros familiares. “O termo foi criado pelo psicólogo norte-americano Herbert Freudenberger, por volta de 1970, nos Estados Unidos, como forma de descrever os resultados ou sintomas de um estilo de vida gravemente estressante. Pessoas sob extrema pressão eventualmente podem encontrar-se exaustas, deprimidas, sentindo-se vazias e incapazes de lidar com as pequenas coisas do cotidiano, aí acontece o ‘Burnout’”, esclarece Stephen Paul Adler, psicanalista e criador do ACT Institute Brasil, em São Paulo.
 


Estresse de meio do ano

E diante de todos esses problemas envolvendo o trabalho, é possível que, com o fim dos primeiros seis meses do ano, torne-se perceptível que as metas estabelecidas pela empresa seja extremamente difícil de se atingir. “Dessa forma, a sensação de instabilidade e insegurança começa a se agravar”, completa Márcia. A sensação é de estarmos sempre com pressa, desorganizados e com pensamentos pessimistas. Chega um momento em que o corpo começa a dar os primeiros sinais de que algo não está indo bem.

Alguns exemplos de que a Síndrome de Burnout está mostrando a sua cara:
- dores de cabeça
- tonturas
- insônia
- dores de estômago e gastrites
- irritabilidade
- dermatites
- problemas respiratórios
- fadiga
- desânimo.
 

É hora de reagir

Mas, com o pensamento cada vez mais focado nas reuniões, aumento de vendas e resultados, aquela corrida ao médico fica para depois. O resultado a longo prazo? Depressão, perda de cabelo, diabetes, doenças cardíacas, disfunção sexual, e muitas outras doenças. “Para evitar que a situação chegue a esse extremo, o ideal é que a pessoa desenvolva uma nova forma de ver a vida.

Um deles é a chamada 'Resiliência Stress', que se refere à capacidade de um indivíduo enfrentar e se adaptar aos desafios conjunturais que se apresentam em nossas vidas”, indica Adler. O ponto-chave é saber identificar o problema logo no início e procurar ajuda médica. Além de mudar algumas atitudes e pensamentos, já que nem tudo pode ser controlado por nós.
 

Outro ponto importante é avaliar constantemente a sua qualidade de vida. “O ideal é praticar alguma atividade física constante, principalmente as cardiorrespiratórias. Em consequência a isso, manter uma dieta leve e equilibrada”, ensina Márcia.


Também é preciso fazer pequenas pausas no corre-corre e respirar profundamente sempre que puder. Investir em conversas mais do que em conflitos, além de estabelecer limites e respeitá-los para si mesmo e para as outras pessoas. “Fazer pequenas coisas prazerosas, se divertir, manter e cultivar bons laços afetivos, e investir no autoconhecimento é mais uma dica valiosa para evitar o pico de estresse e as consequências que isso pode trazer para o corpo e para alma”, finaliza a psicóloga.