• Redação GQ
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Engraving blue human heart with flow line art stroke on red background (Foto: Getty Images/iStockphoto)

(Foto: Getty Images/iStockphoto)

Fato: as doenças cardiovasculares respondem pelo maior número de fatalidades ao redor do mundo. É, trocando em miúdos, papo sério. E daí vale o mesmo conselho que daríamos para grandes paixões: quando o assunto é o coração, é necessário ficar de olho e separar o que é real e o que é ruído.

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"As fake news no campo da saúde não são disseminadas para enganar as pessoas, mas sim por acreditarem que, de fato, aquela informação pode ajudar alguém. No entanto, é preciso pensar duas vezes antes de sair compartilhando certas notícias", orienta Múcio Tavares Jr., Chefe da Unidade Centro de Infusão e Hospital Dia do Instituto do Coração/USP. Abaixo, a equipe da Merck, empresa especializada em ciência e tecnologia em Saúde, listou alguns dos principais mitos a respeito do assunto.

Basta retirar o sal da comida para evitar o aumento da pressão arterial?

O consumo excessivo do sal está relacionado ao aumento no risco de doenças crônicas, como hipertensão arterial e doenças cardiovasculares, mas não é o único motivador da pressão alta. É preciso ficar alerta com o sódio contido em outros alimentos, principalmente os industrializados, além de uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas regularmente.

A vacina da gripe pode prejudicar quem tem doenças cardiovasculares?

Não. A vacinação na verdade é crucial para os portadores de doenças cardiovasculares³. No inverno, as temperaturas caem e a umidade do ar diminui, exigindo mais cuidados preventivos contra gripes, pneumonias e problemas respiratórios. A vacinação protege quem tem doenças do coração e mostrou que até evita infartos e internações e mortes por insuficiência cardíaca. Por isso, a vacinação é essencial para reduzir esses e outros tipos de problemas de saúde.

O colesterol ruim (LDL) não tem influência nas doenças cardiovasculares?

Tem influência, sim. É comprovado que baixar os níveis da Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL) reduz os riscos de doenças cardiovasculares. A maioria dos estudos científicos até hoje realizados demonstraram que o chamado colesterol ruim é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC4.

A hipertensão sempre apresenta sintomas?

A hipertensão raramente apresenta sintomas. Às vezes, a pessoa se torna hipertensa e não sabe, mas seus vasos sanguíneos estão sendo deteriorados pela doença. Ao longo dos anos, a pressão alta aumenta os riscos de derrame, infarto e insuficiência renal. Por isso, ela é conhecida como "assassina silenciosa". Quem tem alguém na família com o problema deve medir a pressão a cada seis meses e, quem não tem, a cada ano.

Somente idosos sofrem de doenças cardíacas?

Não. No Brasil, 11.6% das mortes por doença cardíaca ocorrem em pessoas dos 30 aos 49 anos.

Somente obesos têm problema de coração?

Não são só os obesos que devem cuidar do coração. Pessoas magras também podem ter colesterol elevado. Quem faz prevenção tem menor chance, mas não é isento de ter problemas.

O infarto acontece apenas em homens?

Por muito tempo, se acreditou que as mulheres não sofriam infarto e tinham menos incidência de doenças no coração. Porém, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 de todas as mortes de mulheres no mundo. Os números não deixam dúvidas: estudos médicos apontam que no Brasil uma a cada cinco mulheres tem risco de sofrer um infarto.

Atletas não correm o risco de ter doenças cardíacas?

Mito. O exercício físico faz bem para a saúde, porém representa risco quando praticado erroneamente e por atletas com doenças cardíacas previamente estabelecidas. A morte súbita em atletas é rara e está relacionada com a presença de doenças cardiovasculares presentes desde o nascimento ou adquiridas.

Em atletas com menos de 35 anos de idade, a principal causa é a cardiomiopatia hipertrófica (atrofia do coração) e nos atletas com mais de 35 anos, é a doença arterial coronariana (problema nas artérias do coração).

Se não sinto dor no peito irradiada para o(s) braço(s), não corro risco de infartar?

Mito. Nem todas as pessoas que sofrem infarto têm os mesmos sintomas ou a mesma intensidade deles. Tanto é que algumas pessoas chegam a não ter sintomas. E são estas pessoas que tem sintomas pouso típicos que tem maior chance de serem dispensadas depois de um atendimento. Visite seu médico regularmente para prevenir um infarto silencioso.

Tossir evita o infarto?

Mito. Não há evidências científicas que tossir evite o infarto. A melhor maneira de prestar socorro para uma pessoa que está infartando é ligar para uma ambulância no número 192 ou leva-la ao pronto socorro mais próximo.

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