• Redação GQ
Atualizado em
Brazil, Men, Home Life, Therapeutic Bath, Sun light (Foto: Getty Images)

Brazil, Men, Home Life, Therapeutic Bath, Sun light (Foto: Getty Images)

"Use filtro solar" é a máxima que todos conhecemos, seja pela recomendação de especialistas ou na voz de Pedro Bial. Porém a alimentação pode ser um aliado importante na prevenção de danos ambientais causados pelo sol e pela poluição, especialmente no caso de pessoas que, por uma predisposição genética, têm uma aceleração do envelhecimento da pele quando expostas aos raios solares (até oito vezes maior que o normal).

“Todos nós somos resultados da interação dos nossos genes com fatores ambientais. O nosso estilo de vida, nossa alimentação, nível de atividade física e nível de estresse modulam a nossa suscetibilidade genética", afirma o geneticista Dr. Marcelo Sady, diretor geral do Laboratório Multigene, "mas, por exemplo, o genótipo do gene MMP1 está relacionado a uma degradação do colágeno oito vezes maior que o normal após a exposição solar. Existe também o genótipo do gene COL1A1, ligado à menor produção de colágeno. E é possível ver, além disso, a carência de genótipos de genes como SOD2 e CAT, o que compromete a capacidade antioxidante da pele em responder bem contra a ação dos radicais livres”.

É por isso que, apesar de não substituir o protetor solar, a alimentação é um reforço muito importante para deixar a pele mais resistente, evitando uma degradação de colágeno mais acentuada e ajudando na formação de uma proteína de sustentação, como explica a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

Dermatologistas defendem que você deve usar protetor solar o tempo todo, mesmo dentro de casa. “O uso de protetor solar é importante porque previne o aparecimento de câncer de pele e o fotoenvelhecimento da pele. O produto ajuda a combater várias lesões benignas e malignas desencadeadas pelo sol, como: melanoses (manchas nas mãos e no rosto), melasma (mancha da gravidez ou não), leucodermia gutata (manchinhas brancas como sardas brancas nas pernas e braços), lesões pré-malignas (queratose actínica) e as malignas (câncer de pele: carcinoma basocelular ou espinocelular ou melanoma)”, explica a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A recomendação é de um filtro com FPS de no mínimo 30. Mas, para proteção extra contra os raios ultravioleta prejudiciais, você pode adicionar certos alimentos à dieta para aumentar a proteção solar natural e antioxidante da pele. Abaixo, a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez destaca alguns alimentos que possuem qualidades naturais de proteção:

Tomates

Photo taken in Bangkok, Thailand (Foto: Getty Images/EyeEm)

Photo taken in Bangkok, Thailand (Foto: Getty Images/EyeEm)

Um estudo da Universidade de Michigan revelou que o licopeno, um antioxidante encontrado nos tomates, pode ajudar a prevenir queimaduras solares na pele. Os pesquisadores descobriram que as pessoas que consumiram 40 gramas de pasta de tomate por dia (ou seja, cerca de 16 miligramas de licopeno), estavam mais protegidas contra os raios ultravioleta do que aquelas que não consumiram pasta de tomate. “Os tomates também contêm um pigmento chamado luteína, que reduz os radicais livres nocivos originados de uma exposição solar sem proteção eficiente, minimizando o risco de um estresse oxidante na pele e de lesões causadas pelo sol”, afirma a Dra. Marcella.

Melancia

Melancia (Foto: Getty Images)

Melancia (Foto: Getty Images)

A melancia também é uma boa fonte de licopeno, um caratenóide que protege a pele contra queimaduras solares e câncer de pele. “Os raios ultravioletas promovem a formação de radicais livres que podem danificar as células da pele. O licopeno atua como um escudo protetor para defender as células da pele desse ataque. Além do mais, a melancia é 90% aquosa, o que ajuda a manter seu corpo e sua pele hidratados”, afirma a médica.

Frutas vermelhas

A group of strawberries surrounding an eaten one that stands out from the crowd (Foto: Getty Images)

A group of strawberries surrounding an eaten one that stands out from the crowd (Foto: Getty Images)

Com antioxidantes e vitamina C, que podem proteger a pele dos danos do sol, as frutas vermelhas também fornecem nutrientes importantes para a formação das proteínas de sustentação da pele, como colágeno e elastina.

Chocolate Amargo

Dark chocolate bar pieces on a pink and mint green color blocked background. (Foto: Getty Images)

Dark chocolate bar pieces on a pink and mint green color blocked background. (Foto: Getty Images)

O cacau é uma excelente fonte de antioxidantes como polifenóis e catequinas, que estudos descobriram ser eficazes na proteção da pele contra queimaduras solares e câncer de pele. “O cacau contém quatro vezes mais polifenóis e catequinas do que o chá. Mas não é necessário exagerar: a dose diária de 25 a 30g, ou uma fileirinha da barra de chocolate amargo, já é suficiente”, diz a médica.

Uvas pretas

Uvas pretas (Foto: Getty Images)

Uvas pretas (Foto: Getty Images)

Com antioxidantes, as uvas pretas podem ajudar a bloquear os prejudiciais raios UV, prevenir rugas e aumentar a elasticidade da pele. “A fruta também é uma excelente fonte de Vitamina E que mantém a pele hidratada. Mas o que mais chama a atenção é o resveratrol, um polifenol que tem ação anti-inflamatória, protetora do DNA celular e antioxidante”, afirma a médica nutróloga. Além disso, a vitamina C das uvas ajuda a revitalizar as células da pele.

Outras estratégias

Além da alimentação, existem também suplementos que podem ajudar na questão da fotoproteção oral. “Mais recentemente tem se falado muito na questão dos pré e probióticos associados à formulação tópica e via oral com conceito de defesa e imunologia da pele. Não dá para colocar todas as fichas com relação à questão da fotoproteção em produtos de uso tópico. A fotoproteção oral é fundamental e complementar. No entanto, eles não substituem os protetores de uso tópico! Os filtros imunoprotetores via oral vieram para ficar com propriedades de melhora da resistência cutânea e imunológica”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Eles funcionam como verdadeiros guardiões, quando associados aos protetores locais, para preservar a estrutura e evitar a desnaturação do DNA celular por proteger as células imunológicas da pele e reverter em parte os danos biológicos e inflamatórios causados pela exposição exagerada ao sol. Os mais importantes são o Polipodium Leucotomus, Pycnogenol, Astaxantina, Luteína, Extrato de White e Green Tea, Resveratrol e ácido elágico da Romã, sempre associando ao uso de silício orgânico Exsynutriment para melhora do aspecto da flacidez e ao Bio-Arct para ação antioxidante, imunológica e melhora da energia mitocondrial”, finaliza a Dra. Claudia.