A procura por transplante capilar cresceu cerca de 30% desde a pandemia, segundo o último censo da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC). No Brasil, a cada ano são realizados seis mil desses procedimentos por aqui, sendo que 90% dos transplantes ocorrem em pacientes do sexo masculino, majoritariamente com idade entre 30 e 39 anos (40%).
Há uma sucessão de fatores que permite entender esse crescimento. Além da relação ao período de distanciamento pela Covid – teve quem aproveitasse a reclusão para mexer no visual sem chamar atenção –, a adesão de celebridades também faz parte desta equação.
Personalidades começaram a discutir sobre transplantes e a divulgá-los com naturalidade. Um dos pontos de virada partiu do anúncio, em 2016, do novo visual do cantor sertanejo (atualmente mais focado no gospel) Luciano Camargo, da dupla com Zezé, hoje com 50 anos.
Como não era praxe as celebridades assumirem ter passado pelo transplante, foi o maior auê quando ele comentou abertamente a respeito. “Não sou o único responsável, mas sinto que ajudei”, analisa o artista. Quem primeiro o alertou sobre a queda dos cabelos foi sua mulher, Flávia Fonseca.
Após 7 mil fios transplantados, o vocalista ressurgiu renovado, atraiu curiosidade e apareceu em programas de grande alcance, inclusive o dominical “Fantástico”, da Globo. Em 2023, ele se aventurou por outro transplante, desta vez para cobrir uma parte do topo da cabeça que ainda o incomodava.
![O antes e depois do transplante capilar do músico Lucas Lima — Foto: Reprodução](https://s2-gq.glbimg.com/Vc8MkQxaTk1e-vknLQI8bpR1xDc=/0x0:3508x2480/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_71a8fe14ac6d40bd993eb59f7203fe6f/internal_photos/bs/2023/f/z/pT3SZDSXqSRcvMKXZzPA/luciano-camargo-transplante-capilar.jpg)
O músico Lucas Lima, 41, encarou o procedimento em 2019 e conta que foi uma das melhores decisões que tomou. Sua história com a calvície é similar à de muitos homens. A queda começou aos 20 e poucos anos, passou a ser prontamente combatida com métodos básicos, mas de repente a vida atropelou os cuidados. Aos 30, nem tratava mais, o que resultou em menos áreas cobertas.
Realizou o transplante, que durou nove horas, e, um ano depois, compartilhou nas mídias digitais o resultado. A satisfação com a aparência motivou gente que o segue nas plataformas de internet como também pessoas de seu convívio. “Consigo lembrar de pelo menos doze amigos que apostaram no método depois de ver como ficou meu cabelo.”
![O antes e depois do transplante capilar do músico Lucas Lima — Foto: Reprodução](https://s2-gq.glbimg.com/J9quPpaxX5CdLyT2-rHZVAs2O-A=/0x0:3508x2480/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_71a8fe14ac6d40bd993eb59f7203fe6f/internal_photos/bs/2023/R/R/35QpfiSUAppxS4C2cMCQ/lucas-lima-transplante-capilar.jpg)
Como funciona o transplante capilar
O procedimento retira parte do couro cabeludo do paciente para realocar os fios em áreas da cabeça que estejam total ou parcialmente calvas — da mesma pessoa. A região doadora, de onde podem ser extraídas 7 mil unidades foliculares, é conhecida pelos microscópicos bulbos capilares, dentro dos quais nascem os fios.
Geralmente, entre um e três cabelinhos em cada, o que faz um indivíduo possuir uma média de 150 mil fios no total, que são renovados ao longo da vida. Os médicos pegam o material dali para cobrir onde a calvície ocorre, mais comumente da testa até o topo do crânio. Isso pode ser feito por meio de duas técnicas:
- A primeira, chamada FUT, implica a remoção de uma faixa de couro e deixa uma cicatriz mais pronunciada;
- A segunda consiste no método FUE, no qual os folículos são extraídos um a um. É a opção mais utilizada hoje, devido à evolução tecnológica (embora tenha sido inventada nos anos 70).
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A escolha por uma ou outra (em alguns casos ambas) está nas mãos do médico, que, antes do procedimento, pede uma série de exames para avaliar o estado de saúde do paciente. “Combater a calvície requer uma abordagem multifatorial, que inclui estilo de vida, alimentação, qualidade do sono, nível de estresse entre outras circunstâncias”, explica o dermatologista Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia.
![Luciano Camargo realizando tratamento estético n — Foto: Instagram Reprodução](https://s2-gq.glbimg.com/V4IzyMtCTeTrp2087lOusGCsxuU=/0x0:1080x1080/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_71a8fe14ac6d40bd993eb59f7203fe6f/internal_photos/bs/2023/W/j/pjLtLKSmuzZBQc5PEzHA/camargoluciano-89363486-201333291100725-4320412272889709522-n.webp)
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