Metade dos indicados a melhor filme no Oscar são baseados em livros; saiba quais são

Pobres Criaturas, o pomposo, irreverente e esquisito longa dirigido por Yorgos Lanthimos e estrelado por Emma Stone se baseia no romance de mesmo nome, publicado pelo escritor escocês Alasdair Gray em 1992. Nas páginas, como nas telas, a trama acompanha Bella Baxter, uma jovem ressuscitada em um experimento científico, durante sua surreal jornada de autodescoberta.

Diferente do filme, o original usa de um subterfúgio para tornar a história mais desafiadora de se desvendar: quem lê o livro, conhece a história de Bella pelas memórias escritas por seu marido, Archibald McCandless, cujo papel é um pouco menos central na adaptação. O livro por ora ainda não tem edição em português.

O filme que concorre ao Oscar, cuja história acompanha a vida de uma família que habita nas cercanias do campo de concentração de Auschwitz, é um caso de adaptação mais livre do material original. Sendo assim, um acaba sendo o complemento do outro.

O livro do britânico Martin Amis também é ambientado na chamada Zona de Interesse, local da triagem dos judeus recém-chegados a Auschwitz, mas roda por três protagonistas distintos, envolvidos na barbárie. Disponível na Amazon

O novo longa de Scorcese é, por sua vez, uma versão bem próxima do livro com o qual divide título e sinopse. A obra histórica do escritor e jornalista estadunidense David Grann, publicada em 2017, também mergulha nos assassinatos que assombraram a comunidade indígena Osage, em Oklahoma, entre as décadas de 1910 e 1930, e as investigações policiais conduzidas pelo então recém-formado FBI. Disponível na Amazon

Apesar de títulos diferentes e 23 anos separando o lançamento um do outro, o cultuado filme American Fiction é uma tradução cinematográfica direta do romance Erasure, do escritor estadunidense Percival Everett.

Na história, Thelonius 'Monk' Ellison (vivido no longa pelo ator Jeffrey Wright) um autor de best-sellers em crise, frustrado com a caracterização de personagens e autores negros em livros de sucesso, decide lançar como piada um livro escrito por um pseudônimo e baseado em estereótipos, que ele próprio descreve como 'ofensivo e mal feito'. O que era apenas um gesto de rebeldia acaba se tornando um queridinho da crítica liberal e uma nova dor de cabeça para o autor. O livro por ora ainda não tem edição em português.

Se Oppenheimer não ganhar o Oscar este ano, ao menos sua contraparte literária já garantiu um Pullitzer em 2005. Trata-se de Oppenheimer: o Triunfo e a Tragédia do Prometeu Americano, biografia do físico conhecido como 'pai da bomba atômica', escrita em um período de 25 anos pelos autores Kai Bird e Martin Sherwin.

O diretor Christopher Nolan leu o volume pela primeira vez em 2021, e seu mais recente filme bebe direto das mais de 700 páginas da obra. Ao ter acesso ao roteiro, Bird disse em painel recente sobre o tema ter ficado “tocado por quão fiel [o filme] foi com o livro, capturando o que era mais importante para Sherwin: os paradoxos do personagem e os detalhes íntimos que reverberaram em movimentos sísmicos na história mundial". Disponível na Amazon

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