Música

Por Sérgio Martins

O cantor e compositor Arnaldo Antunes saiu dos Titãs faz três décadas, mas não havia um dia em que ele era questionado sobre quando voltaria para o grupo. Nando Reis, Charles Gavin e Paulo Miklos, que também partiram para seus projetos pessoais ao longo das últimas duas décadas, se depararam com o mesmo tipo de questionamento.

A pergunta foi respondida, finalmente, em novembro do ano passado, quando eles e o trio remanescente - Sérgio Britto, Branco Mello e Tony Bellotto - anunciaram uma turnê para celebrar os 40 anos de aniversário do grupo paulistano. Os bastidores do retorno da banda foram esmiuçados para a capa e recheio da edição de maio da GQ Brasil.

Cada um encarou esse retorno à sua maneira: Arnaldo disse que voltar a cantar com os companheiros era como “andar de bicicleta”. Os desafios de Nando Reis, contudo, se mostraram maiores. Ele trocou o baixo pelo violão quando saiu do grupo e praticamente precisou reaprender a tocar. “Entrava no YouTube e colocava vídeos de métodos para baixistas. Levei o baixo até para Seattle, onde fui mixar meu novo disco. Um peso do caramba... Houve dias em que passei seis horas praticando”, revela.

Ainda assim, a presença dos antigos companheiros é celebrada com entusiasmo por Nando. “Adoro tocar com o Charles [Gavin]. Tudo o que criei foi com ele. Só toco o baixo com o Charles. Sou um músico melhor do que eu era, entendo melhor o que fiz."

Nando relembrou sua saída da banda em 2002, por divergências musicais e pessoais. E comentou a vontade de retornar ao grupo quando a possibilidade foi aventada. “A minha saída não teve menos fricção do que as outras: a do Arnaldo, por exemplo, também foi dolorosa. Ela só se mostrou mais ruidosa, porém tão desgastante quanto a dos outros. A reaproximação foi idêntica”. A atitude do baixista surpreendeu os colegas. "'Sérgio disse: ‘Achei que você seria o último, o menos interessado’”, confessa.

Titãs Encontro é mais do que uma reunião saudosista de veteranos do rock. É uma turnê feita para celebrar o legado de um dos principais grupos do rock brasileiro, ao lado de Mutantes, Novos Baianos e Secos & Molhados.

Vindo de formações tão diversas quanto o rock, a MPB, o punk e o reggae, o então octeto paulistano (o guitarrista Marcelo Frommer morreu em 2001) criou um cancioneiro poderoso, no qual a música se unia a outras manifestações artísticas, como a poesia e as artes plásticas.

O Titãs é formado por artistas de personalidade forte, o que causou atritos em suas quatro décadas de trajetória. A reportagem mostra como essas arestas foram aparadas em nome da celebração artística e quais as impressões de cada integrante sobre o retorno de um dos grandes nomes da nossa música. Afinal, o pulso ainda pulsa.

Titãs é a capa de maio da GQ Brasil — Foto: Daniel Klajmic
Titãs é a capa de maio da GQ Brasil — Foto: Daniel Klajmic

Diretor de conteúdo
Daniel Bergamasco
Fotógrafo
Daniel Klajmic
Edição de moda
Paulo Martinez
Texto
Sérgio Martins
Gerente de produção e fotografia
Enzo Amendola
Edição de arte
Victor Amirabile
Styling
Cuca Elias
Beleza
Esthéfane Luz
Produção de moda
Pedro DDN e Marina Araújo
Assistentes de fotografia
Guilherme Sorbello e Marcos Alonso
Agradecimento
Artsy Club Studio

Onde adquirir a GQ de maio

Para ler a reportagem completa, a edição de maio da GQ Brasil já está disponível nas bancas e no aplicativo Globo+ e na loja virtual, com entrega para a Grande São Paulo e para Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Campinas. Para quem ainda não é assinante, vale aproveitar o combo assinatura + acesso à Confraria GQ, com 40% de desconto.

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