Música

Por Marco Aurélio Canonico

Pense nos maiores compositores vivos da MPB. Caetano Veloso, Chico Buarque, Djavan, Gilberto Gil, Ben Jor. Agora, liste os grandes hitmakers do pop nacional, sertanejo, axé, funk... Nenhum deles terá, pelo menos oficialmente, uma canção mais gravada do que o goiano Jessé Aguiar, de 21 anos. Se você se perguntou “quem?”, não deve acompanhar o gênero gospel, no qual o rapaz é um fenômeno.

Na lista das dez músicas brasileiras mais gravadas da história, divulgada pelo Escritório Central de Arrecadação (Ecad) em abril, Está Tudo Bem, de Jessé, desponta em 10° lugar. Foi gravada 220 vezes entre janeiro de 2022, data de seu lançamento, e março deste ano.

À frente dele aparecem apenas nomes como Tom Jobim e Vinicius de Moraes — líderes com Garota de Ipanema, de 1962, gravada 442 vezes —, Pixinguinha, Luiz Gonzaga e Cartola. Todos com faixas escritas há décadas e, portanto, com muito tempo para registros.

Apesar do sucesso na música gospel, Jessé almeja alcançar um público diferente. O catalisador desse movimento ficaria claro em 4 de junho, quando postou outro vídeo no qual anunciava: "Oi, pessoal. Meu nome é Jessé, tenho 21 anos de idade e sou gay. Acho que isso, para alguns, vai ser um choque; para outros não (...). Estou aqui, mesmo, para cumprir e fechar um processo que acho que estou vivendo desde os meus 12 anos, quando descobri minha sexualidade. Sou de um berço evangélico e sei que esse contexto é delicado para pessoas que são gays".

“Todo mundo é destinado a um propósito. Não escolhi minha sexualidade, não escolhi ser gay. "Vi que minha sexualidade não é pecado, não é errada. Esse sou eu e esse vou ser eu", afirmou o cantor à GQ Brasil. “No processo de autoaceitação, a gente se descobre mais a cada dia e se molda a quem se deve ser lá no futuro.”

“Todo mundo é destinado a um propósito. Não escolhi minha sexualidade, não escolhi ser gay. "Vi que minha sexualidade não é pecado, não é errada. Esse sou eu e esse vou ser eu" — Foto: Marcus Steinmeyer
“Todo mundo é destinado a um propósito. Não escolhi minha sexualidade, não escolhi ser gay. "Vi que minha sexualidade não é pecado, não é errada. Esse sou eu e esse vou ser eu" — Foto: Marcus Steinmeyer

Jessé tem enfrentado críticas, mas diz que não vai abandonar a igreja evangélica. O sacrifício, diz o cantor, faz parte do próprio destino que ele imagina para si. “Desde os 12 anos, já me visualizava hoje e sabia que um dia me assumiria, daria a cara a tapa. E digo que não cheguei ao meu futuro ainda, mas já me visualizo nele.”

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