Esporte Clube

Por Redação GQ


Escolha alimentar cada vez mais comum dentro e fora do Brasil, a transição ao vegetarianismo e ao veganismo tem sido também tendência adotada nos últimos anos por atletas de alto rendimento mundialmente conhecidos.

Influenciados por documentários, relacionamentos próximos, ou sensações de melhora na saúde, esportistas de diferentes modalidades, da F1 ao basquete, do tênis de mesa ao de quadra, decidiram cortar a carne e, em alguns casos, qualquer alimento de origem animal, do cardápio.

De acordo com Ruan Santos, coordenador da área de nutrição do Comitê Olímpico do Brasil, é possível ser um atleta de alto nível tendo uma dieta à base de plantas. Ele afirmou ao GQ Esporte Clube que esse tipo de alimentação tem conquistado os esportistas por ter "uma ótima quantidade de carboidratos, fitoquímicos, antioxidantes, minerais e vitaminas”, que ajudam a inibir processos inflamatórios nos músculos, mais comuns em atletas que consomem carne.

O especialista do COB esclarece que o cardápio de um atleta de elite que seja vegano ou vegetariano é composto de oito refeições ao dia, com abundância de alimentos ricos em energia, como sementes, oleaginosas, abacate, frutas secas, homus e cereais. "A alta concentração de carboidratos diminui a fadiga precoce, dando mais resistência ao atleta."

Confira alguns nomes e histórias de atletas que transformaram seus hábitos, gostos e estilos de vida após se tornarem vegetarianos ou veganos. A começar pelos brasileiros:

Marcelinho Huertas

Com duas participações em Jogos Olímpicos pela seleção brasileira de basquete, cinco Copas do Mundo, uma passagem pela NBA e a recente renovação de contrato por duas temporadas com o time espanhol Lenovo Tenerife, Marcelinho Huertas, de 39 anos, decidiu aderir ao veganismo em 2017.

Influenciado pelo documentário “What the Health” ("Que Raio de Saúde", 2017), o atleta iniciou um processo gradativo para cortar o consumo de alimentos de origem animal. Hoje na Espanha e com pretensões de participar das Olimpíadas de Paris - 2024, ele mantém uma alimentação à base de frutas, sementes, verduras e legumes, além de queijo feta vegano em pedacinhos.

"Se estivesse comendo como antes, não estaria jogando em alto nível quase aos 40 anos. Tinha muita dor em tendões, joelhos, e isso foi desaparecendo", contou à GQ Brasil em abril.

Marcelinho Huertas decidiu aderir ao veganismo em 2017 — Foto: Reprodução Instagram
Marcelinho Huertas decidiu aderir ao veganismo em 2017 — Foto: Reprodução Instagram

Gabriel Medina

Também influenciado por um documentário, intitulado Thrive (Prosperar, 2011), o surfista brasileiro revelou ter parado de comer carne no ano passado. Na mesma época, circulavam especulações nas redes sociais de que a transição alimentar do atleta tinha influência da então namorada, Yasmin Brunet, defensora de causas animais.

A novidade foi contada por Medina em seu Stories no Instagram: “A cena [do filme] que mais me chocou foi a de uma vaca sendo encaminhada ao matadouro e ela sabia que iria morrer. Resolvi parar de comer carne e me sinto muito bem”.

Influenciado por documentário, Medina se declarou vegetariano em 2021 — Foto: Reprodução Instagram
Influenciado por documentário, Medina se declarou vegetariano em 2021 — Foto: Reprodução Instagram

Marta Silva

“Faz mais ou menos 1 ano agora em maio que eu tô seguindo essa rotina aí de veganês”, brincou, no início da pandemia, a camisa 10 da Seleção Brasileira de futebol feminino, eleita pela FIFA a maior artilheira da história entre homens e mulheres.

Em um vídeo de culinária publicado em 2020 no seu canal de Youtube, a jogadora afirmou: "Obviamente que eu tenho dó dos animais e eu acredito que a gente podia comer menos carne, né?! Mas eu fui desafiada [pela ex-companheira, Toni], assisti a uns documentários aí, e fiquei meio perturbada da cabeça”.

“Eu até brinco porque eu falo: ‘Mas, minha gente, na época das vacas magras, na minha infância, lá em Dois Riachos [Alagoas], era feijão, arroz e farinha, não tinha carne, nem ovo tinha’. Então eu já era vegana quando era criança”, contou.

Camisa 10 da Seleção feminina aderiu ao veganismo em 2019 — Foto: Reprodução Instagram
Camisa 10 da Seleção feminina aderiu ao veganismo em 2019 — Foto: Reprodução Instagram

Hugo Calderano

Inspirado pelo mesmo documentário assistido por Marcelinho, o mesa-tenista carioca Hugo Calderano, aos 26 e atual número 5 do mundo na modalidade, diz que há quatro anos aderiu à alimentação vegetariana.

Da Alemanha, afirmou à GQ ter evoluído no esporte depois de adotar um cardápio sem carne. Em 2021, o atleta alcançou o melhor resultado da história do tênis de mesa olímpico brasileiro ao chegar às quartas de final nos Jogos de Tóquio.

“No começo me senti fraco, mas depois de duas semanas observei meu corpo mais leve e disposto. Não penso em consumir carne novamente,” afirmou.

Hugo Calderano nos Jogos Olímpicos do Rio 2016  — Foto: Getty Images
Hugo Calderano nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 — Foto: Getty Images

Lewis Hamilton

O heptacampeão da Fórmula 1 não consome nenhum alimento de origem animal desde 2017. Em 2020, quando vivia uma de suas melhores fases na competição automobilística, antes de conquistar seu sétimo título, creditou grande parte do bom desempenho nas pistas à dieta vegana.

À GQ britânica, ele afirmou na mesma época: “Em última análise, você quer se sentir bem. Você quer ter energia, para ser consistente. Você não quer ter grandes oscilações, altos e baixos em seus níveis de energia. O veganismo erradicou isso. Quando eu tinha 22 anos, era um talento bruto. Você tem uma abundância de energia, você está em forma, não há dores... Mas hoje eu estou sempre olhando como posso melhorar”.

Lewis Hamilton é adepto do cardápio à base de plantas desde 2017 — Foto: Divulgação
Lewis Hamilton é adepto do cardápio à base de plantas desde 2017 — Foto: Divulgação

Serena e Venus Williams

Tanto a mais velha como a mais nova das estrelas do tênis mundial, Venus e Serena seguem uma dieta vegana rigorosa.

Ao portal Essence, a ex-número 1 do tênis, que jogou sua última partida como profissional no US Open 2022, afirmou no ano passado: “Eu sinto que muitas coisas estão sendo mortas e não estamos salvando a terra. Todos nós podemos fazer uma pequena coisa e ajudar. Então, isso [vegetarianismo] também foi uma grande inspiração.”

Alguns anos antes, sua irmã mais nova, revelou à revista estadunidense Health que, depois de ter sido diagnosticada com uma doença autoimune, decidiu buscar uma maneira de “manter o nível” no tênis e, uma vez adepta à dieta sem carne, “se apaixonou completamente do conceito de alimentar o corpo da melhor maneira possível”.

"Não só me ajuda na quadra, mas sinto que estou fazendo a coisa certa para mim”, declarou Venus em 2018.

As irmãs veganas Serena e Venus Williams, dos EUA, se cumprimentam no US Open 2022  — Foto: Elsa/Getty Images
As irmãs veganas Serena e Venus Williams, dos EUA, se cumprimentam no US Open 2022 — Foto: Elsa/Getty Images
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