Vida no Japão: Rosamaria revela dicas de rolês e sabores da culinária local

Após quatro temporadas na Itália, a vice-campeã olímpica vive na Terra do Sol Nascente desde setembro ano passado: "Cheguei aqui com a Seleção para disputar o Pré-Olímpico e fiquei direto." A atleta tem contrato com o time japonês até abril deste ano. Apesar do pouco tempo, ela já se vê bem adaptada.

"Moro em Okazaki, próximo a Nagoya, uma cidade pequena. Fica umas duas horas de Tóquio, de trem-bala. É bem country style, bem bonitinha", relata.

Rosamaria mora num apartamento cuja distância para o clube dá 15 minutos de carro. "Não dirijo aqui, nossa carteira [de habilitação] não vale", diz. "O clube, no primeiro ano, para os estrangeiros, não libera a gente dirigir, até porque é muito complicada a comunicação, placas, etc. Aqui o sentido da direção também é ao contrário, mão inglesa. Com esse choque cultural muito grande, acho que também não me sentiria segura para dirigir neste primeiro ano." Nesse cenário, a tradutora do time, que também é brasileira, além de auxiliar Rosa na comunicação com o time, "faz esse trajeto para mim: me leva, me busca e me traz de volta."

Falando em se comunicar, Rosamaria não vê isso mais como uma grande questão. "Aqui é todo mundo muito solícito, muito simpático. Por mais que a língua seja uma barreira, geral se esforça para fazer dar certo.", relata. "O básico [do japonês] eu aprendi: 'bom dia', 'boa tarde', boa noite', 'por favor', 'desculpa'... Algumas coisas de quadra também, como números e posição. O mínimo de educação eu consigo me comunicar."

Além dá língua, outra novidade para Rosamaria foi a organização dos japoneses. "As coisas são muito bem feitas, a galera é muito solícita. É tudo tão correto, que é muito burocrático. Para você fazer algo, precisa se organizar e realizar com muita antecedência. Isso tive que aprender a me adaptar também."

E se alguém "infringir" essas leis? "A maneira que eles têm de tratar é muito educada, nunca vi uma pessoa sendo grosseira. Eles têm bastante paciência para explicar como funciona as coisas por aqui."

"Todo mundo tem essa imagem do Japão, de sushi, peixe cru. Mas, o que menos comi aqui, foi sushi", conta Rosa. Ela diz ter experienciado outras comidas bem famosas por lá, como por exemplo yakiniku, um churrasco japonês. "Você vai no restaurante, tem uma grelha na sua frente, na mesa. Daí, escolhe os tipos de carne, e vai fazendo tudo ali na hora."

Outro prato que chamou atenção da jogadora foi shabu-shabu. "Ou sukiyaki, que é uma panela onde esquentam o molho e você vai passando a carne. Pode ser de porco ou wagyu. Daí, cozinha essa carne no molho, junto com outros vegetais, cogumelos. E aí, você quebra um ovo cru numa tigelinha, e depois que você cozinha aquela carne ali, passa ela no olho e come – e é uma delícia."

Além disso, os doces também são um "absurdo"."Gosto bastante de mochi, um bolinho bem famoso aqui também."

Quando não está dando rolês e desbravando a culinária e cultura japonesas, Rosamaria gosta de curtir seu apartamento, assistir a séries. Sua favorita? Outlander.

Livros também tão nos seus hobbies. "Tô lendo agora, na verdade é uma trilogia, que chama O Século. Gosto da história das guerras, de biografias também. Tenho um kindle e levo ele para todo lado."

Quando perguntada sobre dicas de rolês para fazer por lá, Okinawa logo veio em mente: "Não sabia que o Japão tinha ilhas tão lindas. Uma água azul, maravilhosa", relata. "Também visitei umas aldeias, onde fizeram demonstrações de dança, da cultura de Okinawa. Foi uma experiência bem marcante. Lá a vida é muito mais calma. Vi um lado do Japão que não conhecia."

Claro, Tóquio também está no roteiro: "Fui no Cruzamento de Shibuya, o mais movimentado do mundo. É bem interessante ver aquele mundo de gente no mesmo momento. Também é um bairro super interessante, uma área muito iluminada, você chega e chama a atenção. É um clichezão que vale a pena fazer."