Saúde

Por Mabi Barros (@barrosmabi) e Gabriel Brolli (@gabrielbrolli)


Doença de Peyronie tem como principal sintoma a encurvação do pênis  — Foto: Getty Images
Doença de Peyronie tem como principal sintoma a encurvação do pênis — Foto: Getty Images

"Para que lado dá seta?" A pergunta com quê de piada mascara um dos sintomas da Doença de Peyronie, conhecida – e temida – por entortar o pênis. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o quadro afeta até 11% das pessoas com pênis no país, e causa disfunção erétil, estreitamento, além de afetar o tamanho do órgão, que pode diminuir até 8 cm.

Por definição, a Doença de Peyronie se trata de uma fibrose no corpo cavernoso do pênis. “São estruturas que se assemelham a esponjas e estão alocadas uma de cada lado do órgão”, explica o doutor Emílio Sebe, urologista e diretor da Clínica Lifemen, voltada para saúde sexual masculina.

Curiosamente, o "pênis torto", sintoma pelo qual a doença é mais conhecida, não é regra: “Quando a fibrose for bilateral, ou seja, atingir os dois lados do pênis na mesma intensidade, não haverá encurvamento, que acontece apenas quando ela atinge mais um lado do que outro”, diz o médico.

Segundo Marco Túlio Cavalcanti, urologista e andrologista do Instituto Cavalcanti, a curvatura peniana acomete 96% dos pacientes com Doença de Peyronie, enquanto 68% sentem dor como principal sintoma. “Em um terço dos casos, as estruturas fibróticas podem calcificar, criando estruturas rígidas no pênis similares aos ossos”, conta o especialista.

Quais as causas da Doença de Peyronie?

A Doença de Peyronie normalmente está associada a micro-traumas no pênis, aponta Marco Túlio. “Durante relações sexuais, o pênis pode dobrar parcialmente ou totalmente, causando uma fissura na parede interna do órgão. Também pode acontecer do paciente ter uma ereção noturna, estar dormindo apenas de cueca e se virar na cama, machucando a área”.

O médico enfatiza que as lesões que causam a Doença de Peyronie acontecem quando o homem está com algum grau de ereção: “Dificilmente o trauma com o pênis flácido irá culminar no quadro”.

Marco Túlio também aponta que pacientes com mais de 40 anos, diabéticos, pessoas que operaram a próstata ou passaram por um longo período de desuso peniano – com disfunção erétil, por exemplo – estão mais propensos a desenvolver a Doença de Peyronie.

Danilo Galante, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia, complementa: “Alguns meninos também apresentam esse quadro desde o nascimento (pênis curvo congênito), provocado por desproporção entre os tamanhos dos corpos cavernosos e uretra”.

Doença de Peyronie tem cura?

Sim. Quem sofre de Doença de Peyronie pode voltar a ter uma vida sexual normal, se feito o tratamento adequado. “Existem opções clínicas e cirúrgicas”, pontua Marco Túlio Cavalcanti. “O tratamento clínico tem eficácia limitada, mas pode ser adotado em casos leves. Ele inclui extensores peniano, bombas de vácuo, ondas de choque de baixa intensidade, vitaminas e antioxidantes.”

Quando o tratamento envolve uma cirurgia, o médico procura alinhar o pênis, seja encurtando o lado mais comprido ou aumentando o lado menor. “Podem ser feitos enxertos, colocação de prótese peniana ou, em casos mais graves, a reconstrução do pênis.”

Existe também um outro tipo de tratamento feito fora do Brasil, com um medicamento injetável que busca dissolver a fibrose. Marco Túlio pontua, no entanto, que as injeções são indicadas para casos específicos de Doença de Peyronie e sua eficácia ainda está em discussão, além de deixar muitos hematomas no local de aplicação.

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