Trabalho brasileiro apresentado no começo de março, durante o último congresso anual da Academia Americana de Dermatologia (AAD), em San Diego, na Califórnia, mostra que o consumo diário de 200 mg de fosfolipídeos do caviar (que apesar do nome, vêm da ova do arenque, e não do esturjão) diminui a inflamação e vermelhidão da acne após um mês de uso.
Para o estudo, 15 voluntários (homens ou mulheres entre 18 e 50 anos, com acne grau I a IV), foram escolhidos de forma aleatória a receber 200 mg de fosfolipídeos de caviar por via oral, diariamente, durante um mês. Eles não passaram por nenhum outro tratamento concomitante para acne.
Para medir os resultados, o time realizou fotografias clínicas no início e no fim do estudo, além da avaliação por sistema de digitalização fotográfica. “O trabalho em questão nos surpreendeu com a melhora da inflamação (medida pela redução de porfirinas e eritema e comparação da avaliação clínica), em 100% dos pacientes selecionados, mostrando que os fosfolipídios do caviar são opções seguras para o tratamento da acne”, destaca em comunicado a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos e uma das autoras do estudo.
Também participaram do trabalho as dermatologistas Dra. Sandra Tagliolatto e Dra. Juliana Mazzuia Guimarães, além da farmacêutica Márcia Piva.
O composto encontrado nas ovas, vem acompanhado do omêga-3, que tem potencial anti-inflamatório, além da astaxantina e da vitamina E, que têm ação antioxidante. Quando atua na glândula sebácea, eles protegem a pele e impedem formações de novas lesões na tez.
Como a acne tem uma característica inflamatória e já é conhecida a atuação dos fosfolipídeos do caviar na redução da inflamação - inclusive respaldada clinicamente e por diversos estudos, principalmente em doenças de pele como psoríase e dermatite atópica -, o nosso estudo se concentrou em analisar a ação direta desse suplemento na acne", diz Patrícia em troca de mensagens com a GQ Brasil.
Ao invés de ser remédio solitário para a acne, a recomendação dos estudiosos seria aliar o uso ao emprego de outros tratamentos, como o suplemento Glycoxil.
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E o potencial do caviar?
A ova do esturjão é considerado um superalimento, rótulo popularmente dado a alimentos com benefícios para a saúde. É um alimento rico em zinco, magnésio, ferro e cálcio, boa pedida para a saúde do sangue e dos ossos, além do já citado ômega-3. No entanto, alto teor de sódio e riscos como envenenamento por mercúrio fazem do caviar um ingrediente a ser consumido com moderação.