A eGenesis, empresa cuja tecnologia foi responsável pelo transplante bem-sucedido de um rim de porco em um paciente humano vivo no Massachusetts General Hospital semana passada, pretende levar a técnica para transplantes de fígado e coração em testes clínicos nos próximos dois anos, segundo informações da revista Forbes.
A eGenesis está no processo de registrar um pedido formal à agência estadunidense que regula alimentos e fármacos (FDA, na sigla inglês) para iniciar um ensaio clínico completo e implantar mais rins suínos em humanos já em 2025.
A startup, que alia tecnologia de edição genética ao transplante de órgãos para impedir infecções e reações de recusa do organismo receptor, arrecadou US$ 291 milhões em investimentos até o momento. O procedimento é desenvolvido como alternativa a pacientes que esperam em filas de transplante.
“Mostramos que realmente temos algo que pode ajudar”, diz Mike Curtis, CEO da eGenesis, à publicação. “Para mim, trata-se de entrar nesta nova era da ciência e da capacidade de ajudar pessoas que têm poucas opções de tratamento.”
Richard Slayman, o estadunidense de 62 anos que recebeu o rim de porco, sofria de insuficiência renal e já tinha se submetido a um transplante de rim humano no passado. De acordo com seu cirurgião à Nature, ele passa bem após a cirurgia de 16 de março. O rim foi retirado de um porco em miniatura que passou por um total de 69 edições genômicas.
Procedimentos envolvendo rins de porco haviam sido realizado até então apenas em indivíduos com morte encefálica comprovada. Além disso, ocorreram outros dois transplantes de coração de porco em humanos. Em paper publicado pela própria eGenesis na Nature no ano passado, um macaco que recebeu o rim suíno sobreviveu por mais de um ano após a cirurgia.