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Por Júlio Boll, gshow — São Paulo


Juan Paiva fala sobre desafios de Justiça 2

Juan Paiva fala sobre desafios de Justiça 2

Quando a ficção imita a realidade, e o próprio elenco depara com um caso real bem no meio das gravações, não há como se chocar. Foi exatamente o que aconteceu com Juan Paiva durante as filmagens de Justiça 2, que estreia em 11 de abril no Globoplay.

Em sua trama, ele interpreta o motoqueiro Balthazar, que luta para cuidar da avó doente, mas que acaba preso injustamente por um roubo que não cometeu. São sete anos de pena. Nas filmagens, Juan lembra de um ocorrido real.

"Na semana em que eu estava gravando em Brasília, apareceu no jornal um garoto que tinha sido reconhecido por algo que ele não fez. Fiquei feliz que ele conseguiu sair depois de um mês. Balthazar ficou sete anos”, compara ele.

“E tem gente que ainda nem saiu. É uma importância poder dar voz a essas pessoas que sofreram injustiças.”

Justiça 2: Balthazar é preso após armação dos ex-patrões

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Depois que deixa a cadeia, Balthazar é confrontado pelo próprio advogado, Cassiano (Luciano Mallmann), que foi vítima do mesmo homem que incriminou o motoqueiro. Na avaliação de Juan, ele mudou muito durante o período em que esteve atrás das grades.

Sendo assim, em um primeiro momento, o personagem não topa participar do plano de vingança movido por Cassiano.

“Ele foi criando uma casaca, ficando mais duro para a vida”, analisa o ator. “Ele só sonha em ter uma vida digna.”

O ator também menciona o que Balthazar e João Pedro, seu personagem de Renascer, atual novela das 9, têm em comum: “Eles conversam muito na questão de não abaixar a cabeça e de lutar pelos seus direitos”.

Realidade

Balthazar é o personagem de Juan Paiva em 'Justiça 2' — Foto: Globo/Estevam Avellar

Diante desses dramas, Juan Paiva avalia que Justiça 2 dá continuidade à necessidade de se expor injustiças que vem acontecendo em todo o país. “As pessoas tapam os olhos para isso e a Justiça no Brasil não funciona por completo. Ela é seletiva.”

Mais do que isso, o artista acredita que o seriado consegue falar do racismo de uma forma cirúrgica.

“É falar do racismo que a gente sofre por ser preto, favelado. Primeiro que não era nem pra ter começado. E se começou, já era pra ter terminado. A gente vive em um país muito atrasado. Isso precisa ser dito através dos veículos, através da arte.”

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