Brian Cox em cena de 'Succession' (Foto: Reprodução)
Se você está procurando um drama familiar saboroso, agressivo, com personagens multidimensionais e uma trama eletrizante, corra para assistir a “Succession”. A primeira temporada, de dez episódios, acaba de chegar ao fim na HBO (e está no Now e no iTunes). Ou seja: é um prato cheio para quem quer assistir de uma tacada. A partir daqui tem spoiler.
A ação gravita em torno de Logan Roy (Brian Cox), o poderoso dono de um conglomerado de mídia, e de sua família. Casado pela terceira vez, com Marcia (Hiyam Abbas), Logan tem quatro filhos de uniões anteriores: Kendall (Jeremy Strong), Roman (Kieran Culkin), Siv (Sarah Snook) e Connor (Alan Ruck). Todos são problemáticos à sua maneira e a convivência é muito tensa. Para agravar o mal-estar, as empresas estão em crise e as disputas pelo poder norteiam as relações.
No primeiro episódio, Logan reúne a família para comemorar seus 80 anos. Quando a festa já está adiantada, ele sofre um AVC e fica entre a vida e a morte no hospital. Esse fato faz disparar uma queda de braço pela presidência do grupo. Kendall se enxerga como o sucessor natural e arma seu plano. Ele acredita que o pai esteja conduzindo os negócios de forma ultrapassada. Quer uma mudança de rota, mas, para isso, terá de dar uma rasteira na família. Roman, um playboy incompetente, disputa com o irmão. Shiv não trabalha na empresa, mas seu noivo, Tom Wamsgans (Matthew Macfadyen), é um de seus principais executivos. Todos agem em interesse próprio. Não há personagens positivos nem vínculos de fidelidade entre eles.
Que ninguém espere cenas arrastadas. Todos os capítulos transcorrem em situações especiais. Essa escolha da dramaturgia aliada a uma câmera ágil, que se movimenta junto com os atores, torna o resultado mais emocionante. Depois do aniversário de Logan, há outras festas: uma despedida de solteiro, a preparação para um grande casamento e a festa do casamento em si, num castelo. Finalmente, um dos episódios é dedicado a uma reunião em que Kendall tenta derrubar o pai. O ritmo é vertiginoso. Mesmo assim, o roteiro se aprofunda na psicologia de cada personagem e na doença das relações. É uma das melhores séries da temporada e já foi renovada para o ano que vem. Não perca.
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