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'The crown' continua sendo a principal joia da Netflix

Patrícia Kogut

Olivia Colman em 'The Crown' (Foto: Des Willie/Netflix)Olivia Colman em 'The Crown' (Foto: Des Willie/Netflix)

 

A estreia da terceira temporada de “The crown” marca uma troca completa da guarda no reino da série. Sai Claire Foy, a jovem Elizabeth II, entra Olivia Colman, a monarca na meia-idade. Tobias Menzies (e não Matt Smith) ressurge como o Duque de Edimburgo. Daí por diante. A ação se transfere para 1964. A primeira cena indica a passagem de tempo com uma tirada inspirada do roteiro. A Rainha é apresentada aos novos selos postais que terão o seu perfil estampado e observa: “A idade raramente é gentil com as pessoas”.

A grandiosidade da produção continua a mesma. Figurinos impecáveis, locações, cenografia, elenco de primeira, está tudo lá. Mas os protagonistas amadureceram. Aquela jovem Elizabeth, apaixonada pelo marido, insegura quanto às responsabilidades do cargo, ficou na segunda temporada. Ela agora está confortavelmente instalada no trono e Philip é um parceiro que aprecia sua solidez e a vocação para conduzir situações difíceis. Quem ainda duvidava de que Olivia Colman tiraria de letra a sua tarefa tem de rever seus conceitos. A premiada atriz enfrenta, sem dificuldade, dois desafios: o de suceder a Claire Foy, que dominou tão bem o papel; e a desvantagem de encarnar a Rainha, já uma figura contida, justamente quando ela se torna uma monarca estabelecida e diminui as modulações.

 

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Winston Churchill morre, encerrando uma era. O espírito do tempo é outro, sentimos os ventos da Guerra Fria quando um espião da KGB é descoberto dentro de Buckingham. E há aquela deliciosa mistura dos conflitos familiares com situações históricas. O segundo episódio, intitulado “Margaretology”, é um exemplo perfeito dessa combinação. Ele retrata uma visita da princesa Margaret (Helena Bonham Carter) e do marido, Lord Snowdon (Ben Daniels), à Casa Branca. Não é apenas cortesia. Margaret tem a missão de obter uma ajuda financeira para seu país. “The crown” narra sem reservas a bebedeira, o concurso de rimas cheias de malícia e até alguns palavrões que animaram a noite que se estendeu até a alta madrugada. A princesa conseguiu seu objetivo. Mas a relação entre ela e a irmã continuou cheia de mágoas.

Na terceira temporada, a série está melhor do que nunca. Vida longa à Rainha.

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