Conte Sua História de São Paulo: “na terra da garoa namorei, escrevi, descansei …”

Por Wilson Jesus Thomaz Dutra
Ouvinte da CBN

Photo by Caio on Pexels.com

Na minha infância querida:

Na terra da garoa vi e colhi 

chá, café, goiabas, ameixas… Delicias!

Brinquei de pega-pega, esconde-esconde, 

taco, futebol, carrinho de rolimã … Alegrias!

Estudei o primário, ginásio,

científico, faculdade… Maravilhas!

Na minha juventude querida:

Na terra da garoa trabalhei 

Na indústria, comércio, banco… Labutas!

Namorei garotas brancas, 

negras, orientais… Beldades!

Na minha velhice querida:

Na terra da garoa namorei, escrevi, 

descansei e espero morrer… Infinito!

Isto meus irmãos paulistanos 

é a minha São Paulo querida! 

Terra que proporcionou tudo isso 

a mim e a muitos outros! 

Hoje, vejo-a arruinada! 

Com uma infância sem alegria, 

parte da juventude se drogando, 

e da velhice sem sonhos e lugares para descanso e morrer

Portanto, peço a todos, que façamos uma corrente de orações,

para que os nossos governantes cuidem melhor de nossa cidade querida! 

Ouça o Conte Sua História de São Paulo

Wilson Jesus Thomaz Dutra é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Você também pode ser personagem da nossa cidade. Escreva agora o seu texto e envie para [email protected]. Para ouvir outras histórias, visite o meu blog miltonjung.com.br e o podcast do Conte Sua História de São Paulo.

Avalanche Tricolor: que sorte!

Atlético GO 1×1 Grêmio

Brasileiro – Antônio Accioly, Goiânia/GO

Reinaldo comemora gol de empate, em foto de Lucas Uebel/Grêmio FBPA

O chute de Reinaldo foi forte, convicto e na direção do gol. Provavelmente, explodiria no peito do goleiro e se perderia pela linha de fundo ou em meio a área para ser despachada pelos zagueiros adversários. Sei lá por qual força do destino ou luz divina que se fizeram presentes, porém, uma perna apareceu no meio do caminho e fez com que a bola desviasse, fulminante, em direção às redes.

Ao fim da partida, nosso lateral esquerdo insinuou que a sorte estaria mudando de lado, após seis derrotas seguidas, algumas das quais com gols desperdiçados que calaram fundo na alma do torcedor. Reinaldo tem razão. Diante da situação que estamos enfrentando na competição, saber que, ao menos em um instante, o desvio da bola nos favoreceu é motivo de comemoração. Constrangida comemoração, afinal, mesmo com a sorte se revelando em campo, tudo que tinha a nos oferecer era um gol de empate e contra um dos times de pior campanha da competição. 

A sorte, esse elemento imprevisível que permeia nossas vidas, às vezes parece brincar conosco. Para um time que sofreu derrotas consecutivas, o empate pode até ser percebido como um sinal de mudança. É como uma brisa suave anunciando uma tempestade que finalmente passou. A sorte, caprichosa como é, parece estar redirecionando seu olhar para aqueles que insistem em lutar, mesmo diante de adversidades persistentes. 

Assim como na vida, no futebol, perseverar é o primeiro passo para transformar o azar em uma oportunidade inesperada. Talvez, apenas talvez, a maré esteja começando a virar, trazendo consigo um vislumbre de esperança e renovação para quem jamais desistiu de acreditar.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: sete fontes de inspiração para posicionar sua marca

Photo by Burak The Weekender on Pexels.com

“Branding é uma mistura de ciência, arte e intuição”

Cecília Russo

Ideias que moldam o posicionamento e a identidade das marcas podem surgir de diversas fontes. Esse foi o tema do comentário de Jaime Troiano e Cecília Russo em Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, no Jornal da CBN. Eles discutiram como a observação atenta e a escuta ativa são fundamentais para identificar essas ideias.

Cada marca está apoiada numa ideia que representa o seu posicionamento no mercado, explicou Cecília Russo, destacando a importância de manter os sentidos sempre atentos às múltiplas fontes de inspiração. Dentre essas fontes, Cecília mencionou as ideias trazidas pelos próprios clientes, a experiência acumulada e as pesquisas constantes. “Os clientes convivem com a marca o tempo inteiro”, afirmou ela, ressaltando a riqueza que vem diretamente do diálogo com os anunciantes.

Jaime Troiano complementou com um exemplo prático, contando a história de uma campanha publicitária para uma marca de amaciante. Durante uma discussão em grupo, uma mãe comentou: “Quando o meu filho vai para um acampamento, eu tenho vontade de ir junto dentro da mala.” Esse comentário inspirou a ideia de um amaciante que transmite o cuidado materno. “Isso nos deu um clique,” disse Jaime, ilustrando como a observação atenta pode transformar simples interações em campanhas poderosas.

As fontes de inspiração para as marcas

  • Ideias trazidas pelos próprios clientes: Os clientes, que convivem com a marca o tempo inteiro, são uma fonte rica de ideias.
  • Experiência acumulada: Ideias que surgiram para algumas marcas no passado e não foram usadas podem ser úteis para outras marcas no futuro.
  • Pesquisas realizadas pela própria empresa: Estudos constantes trazem repertórios valiosos para o desenvolvimento de novas ideias.
  • Pesquisas feitas por outras empresas: Estudos publicados por outras empresas, como rankings de valor de marcas, podem ser utilizados para ilustrar e inspirar.
  • Observações em ambientes públicos: Comentários espontâneos captados em ambientes como metrô, ônibus, bares e festas podem ser preciosos.
  • Literatura em geral: Obras literárias, como os poemas de Fernando Pessoa, podem oferecer inspirações profundas e inesperadas.
  • Literatura técnica de branding: Livros de autores renomados na área de branding, como David Aaker e Kevin Keller, são fontes riquíssimas de ideias.

“Quando  eu li O Espelho-esboço sobre uma nova teoria da alma fiquei em transe. É uma aula sobre até que ponto marcas podem ocultar a personalidade original de uma e pessoa servir de uma nova identidade que você cola ao seu corpo”.

Jaime Troiano

A marca do Sua Marca

O principal ponto do comentário é a combinação de ciência, arte e intuição. Cecília Russo sintetizou bem essa ideia: “prestar atenção, escutar com atenção e humildade.” As diversas fontes mencionadas, desde experiências práticas até a literatura técnica e clássica, destacam a importância de um olhar amplo e atento para a criação e manutenção de marcas relevantes e significativas.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo. A sonorização é do Paschoal Júnior.

Avalanche Tricolor: memórias e emoções de um guri, em Curitiba

Grêmio 0x1 Inter

Brasileiro – Couto Pereira, Curitiba/PR

A fumaça recepciona o time no Couto Pereira em foto Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Passavam das 11 da noite e um guri descia a escada rolante do hotel em que fiquei hospedado, neste fim de semana, em Curitiba. Por coincidência, o mesmo que a delegação gremista havia usado como concentração para o clássico de sábado. Chamou-me a atenção o fato dele ostentar a camiseta branca, de dimensões muito maiores do que seu corpo, que faz parte do segundo uniforme do Grêmio Parecia orgulhoso pelo troféu que, provavelmente, havia conquistado minutos antes das mãos de um dos nossos jogadores. Desconfio que tenha sido Rodrigo Ely quem fez a alegria daquele menino. Ao menos, era esse o nome estampado nas costas.

Vi o guri e lembrei dos muitos outros que havia encontrado mais cedo no trajeto que fiz até o estádio Couto Pereira, na capital paranaense. Nem todos vestiam tricolor. Alguns poucos estavam de encarnado. A maioria andava de mãos dadas ou ao lado de seus pais e mães, talvez tios e tias,  avôs e avós. Estavam prestes a vivenciar um dos maiores clássicos do futebol brasileiro.

Diante do acontecido, que a essa altura já é de conhecimento do caro e cada vez mais raro leitor desta Avalanche, nem todos tiveram a satisfação do grito de gol. Tenho certeza, porém, que experimentaram momentos que poucas atrações na vida proporcionam. A atmosfera do estádio, com a vibração das torcidas, os cantos e gritos de incentivo, a fumaça que toma conta do campo para recepcionar a entrada dos times, cria um ambiente contagiante e mágico.

Guris e gurias que presenciam essa energia coletiva sentem-se parte de algo grandioso, criando um senso de pertencimento e companheirismo. A observação dos jogadores em campo com suas habilidades (nem todos, né), estratégias (dos times que as têm) e trabalho em equipe (às vezes em falta), serve como uma aula prática de esportividade, determinação e cooperação.

A experiência vai além do jogo em si. A emoção de torcer para um time, a tensão das jogadas decisivas e a celebração dos gols (quando ocorrem) proporcionam uma montanha-russa de sentimentos que ensina a lidar com vitórias e derrotas. Assistir a um jogo ao vivo também promove momentos inesquecíveis de conexão entre pais e filhos, amigos e familiares, fortalecendo laços e criando memórias que serão guardadas para a vida toda.

Muitas dessas lembranças, emoções e sentimentos vivenciei ao lado do meu pai. E, por graça e obra do Grêmio, os compartilhei com os meus filhos. No sábado, o mais velho estava ao meu lado. Foi ele quem, sabendo de minhas memórias afetivas, me alertou para um dos rostos estampados em um dos muros do estádio do Coritiba: era uma homenagem a Ênio Andrade, campeão brasileiro pelo time paranaense em 1985. 

Seu Ênio foi de suma importância para minha formação. Ajudou-me na relação com meu pai. Deu-me lições de vida, a partir das perguntas que me fazia e do carinho com que me tratava. Adotei-o como padrinho, mesmo que ele nunca tenha sabido disso em vida. Tinha consciência, porém, de seu papel educador diante daquele guri que frequentava o Olímpico quase sempre ao lado do pai.

Foi aquele menino, alertado pelo filho mais velho, que correu até o muro verde em que estava a imagem do Seu Ênio, deu-lhe um abraço, registrado em foto, e se emocionou como uma criança diante de seu ídolo. Instantes que usufruí com a mesma alegria que conduzia o guri na escada rolante vestindo a camisa de um jogador de futebol e de todos os outros que estiveram no estádio Couto Pereira, neste sábado. E o fiz porque só o futebol tem a capacidade de me levar de volta a um tempo de inocência e alegria genuína.

Conte Sua História de São Paulo: as árvores do Morro do Cruzeiro

Fatima Magalhães de Oliveira

Ouvinte da CBN

Passeio ecológico no Morro da Cruz. Foto: site da prefeitura de SP

Nasci em 25 de março de 1968, em Xique Xique, na Bahia. Cheguei a São Paulo aos nove meses de vida, no bairro Jardim Santo André, onde até hoje resido. Sou graduada em pedagogia e geografia. Já lecionei em todas as escolas estaduais do nosso bairro. 

Um fato marcante que vivenciei foi em setembro de 2016. Um crime ambiental aconteceu em uma área próxima ao Morro do Cruzeiro que é um dos maiores picos da cidade, com 998 metros de altura, no limite entre as cidades de São Paulo e Mauá, no Jardim Santo André, na zona leste. Lá próximo do parque do Morro, também conhecido por Pico do Votussununga, tinham sido cortadas aproximadamente 350 árvores. 

Diante do ocorrido, constitui o coletivo S.O.S Morro do Cruzeiro para defender este patrimônio. Conseguimos realizar cinco ações e reflorestar o local com umas 380 árvores nativas da Mata Atlântica.

Nossas atividades, nos deram autoridade e fomos contempladas pela Jornada do Patrimônio, o que nos permitiu em, novembro de 2021, a entregar um abaixo assinado, com dois mil apoiadores, solicitando a implantação do Parque Natural do Morro do Cruzeiro. 

Em agosto do ano seguinte, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, da cidade de São Paulo, instalou mais de dez placas no percurso onde será criado o parque. 

Eu me sinto muito feliz em fazer parte desta história em defesa da nossa mini Amazônia da zona leste que é o Morro do Cruzeiro. 

Ouça o Conte Sua História de São Paulo

Fatima Magalhães de Oliveira é personagem do Conte Sua História de São Paulo. A sonorização é do Cláudio Antonio. Você também pode ser personagem da nossa cidade. Escreva agora o seu texto e envie para [email protected]. Para ouvir outras histórias, visite o meu blog miltonjung.com.br e o podcast do Conte Sua História de São Paulo.

Mundo Corporativo: Carolina Sevciuc, da PepsiCo, destaca a importância das pessoas na transformação digital

Carolina Secviuc entrevistada no estúdio do Mundo Corporativo. Foto: Priscila Gubiotti

“Não existe transformação sem pessoas, porque a gente faz a transformação através de pessoas para pessoas.”

Carolina Sevciuc, PepsiCo

Inovação e transformação digital são temas recorrentes no ambiente corporativo, mas como realmente implementar essas mudanças de forma eficaz? Carolina Sevciuc, diretora sênior de Transformação Digital & Inovação da PepsiCo Brasil, destaca a importância de colocar as pessoas no centro desse processo. Para deixar clara essa visão, na entrevista ao programa Mundo Corporativo, ela brinca com o próprio nome do cargo que ocupa na empresa: “O nome digital está ali só por uma questão de a palavra passar para a gente uma maior agilidade, maior foco, velocidade, mas no fundo, a gente tem as pessoas no centro disso.”

Transformação digital: muito além da tecnologia

Carolina enfatiza que a transformação digital vai muito além da implementação de novas tecnologias. Trata-se de uma mudança cultural que deve ser abraçada por toda a organização. “Já faz um tempo que grandes empresas como a minha entenderam que a gente não faz nada sozinho. E que a gente precisa estar com esse pulso e estar com esse diálogo constante, seja com o consumidor, seja com a universidade, seja com um ecossistema de inovação de startups e scale-ups.”

A diretora chama atenção para a necessidade de se cercar de parceiros competentes e alinhados com os objetivos da empresa: “Não tem uma receita. Eu acho que você juntar pessoas altamente capacitadas que você consiga ter um diálogo, uma conversa que te provoque, e entender a sua situação, a situação da categoria ou da empresa que você está é extremamente importante.”

A inteligência artificial aplicada no negócio

A PepsiCo tem se destacado no campo da inovação e transformação digital através de iniciativas que abrangem desde o aumento da eficiência nas fábricas até o desenvolvimento de novos produtos, explica Carolina. A empresa utiliza inteligência artificial para prever e garantir a qualidade dos produtos em tempo real, como no caso do Cheetos, que é descartado automaticamente se não estiver dentro dos padrões. Além disso, a PepsiCo investe na criação de novos sabores e embalagens, usando seu vasto banco de dados global para acelerar o desenvolvimento e atender às demandas locais. 

De acordo com a diretora, a colaboração com startups e a promoção de uma cultura de inovação aberta são pilares fundamentais para manter a empresa na vanguarda do mercado, garantindo que novas ideias e tecnologias sejam incorporadas de maneira eficaz e sustentável.

“A gente cria fóruns para isso. A gente tem globalmente uma presença muito forte de PepsiCo dentro do ecossistema de startups e scale-ups onde as chamadas são abertas. Você entra no site da PepsiCo, vê o que a PepsiCo está procurando e, como startup ou scale-up, você aplica a sua solução.”

A Importância da diversidade da inovação

Para Carolina, a diversidade desempenha um papel crucial na inovação ao trazer diferentes perspectivas, experiências e habilidades para a mesa. Na PepsiCo, a valorização de um time diverso é vista como essencial para impulsionar a criatividade e resolver problemas de maneira mais eficaz. Ela acredita que a diversidade de opiniões e visões de mundo contribui para um ambiente mais dinâmico e inovador. “Transformação se faz como de pessoas para pessoas com opiniões diferentes convergindo para um objetivo maior e único.” A inclusão de colaboradores de diversas origens culturais, sociais e profissionais permite à PepsiCo identificar oportunidades únicas e desenvolver soluções mais abrangentes e eficazes, fortalecendo a capacidade da empresa de inovar em um mercado global competitivo.

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Avalanche Tricolor: está na hora de reagir

Fortaleza 0x1 Grêmio

Brasileiro – Castelão, Fortaleza/CE

Foto: Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Nascemos em uma época na qual nossos sonhos no futebol não se estendiam além dos limites do Rio Grande do Sul. Nossas batalhas eram regionais. Nossas conquistas, estaduais. Superar o principal adversário no clássico Gre-Nal e vencer o Campeonato Gaúcho nos satisfazia para todo o sempre.

Foi, então, que nos agigantamos e conquistar o Brasil se tornou possível. Avançar sobre a América e levantar a taça Libertadores se fizeram realidade. Até o mundo esteve aos nossos pés. E a grandeza do Grêmio passou a ser motivo de nosso orgulho. 

Por isso, é tão difícil entender o destino que aceitamos abraçar neste campeonato brasileiro, mesmo depois da tragédia vivida por todos os gaúchos. Há uma aparente tolerância ao que acontece partida após partida. Como se não houvesse nada a fazer além de se resignar.

A sequência de derrotas — assistimos à quinta na noite desta quarta-feira —, que nos mantém na parte mais baixa da tabela de classificação, desafia nossa paciência.  Ainda que estejamos com partidas a menos que os adversários e em desvantagem devido a interrupção forçada pelas enchentes, a presença na zona de rebaixamento é constrangedora.

Não negamos que o esforço para nos mantermos vivos na Libertadores, a despeito de todos os prejuízos que tivemos, cobrou um preço alto de nossos jogadores. A ausência de um local próprio para recuperar forças e reorganizar o time também se refletiu no desgate físico e psicológico do grupo. E será preciso tempo para resgatar a energia dispendida.

Soma-se a tudo isso, uma série de fatores que migram da infelicidade no acabamento de algumas jogadas a movimentos desproporcionais causadores de prejuízos, como pênaltis e expulsões – na partida de hoje, conseguimos reproduzi-los quase que na sequência.  

A hora de dar um basta em tudo isso, porém, chegou. No sábado, ainda que distante da nossa cidade e Arena, teremos um clássico regional a disputar. Os torcedores se farão presentes, imagino que em grande número, no Couto Pereira, em Curitiba, para reviver o clima do velho Olímpico Monumental, da mesma maneira que fizemos recentemente nas partidas da Libertadores.

Se queremos reagir no Brasileiro e sinalizar nossa capacidade de superação na temporada, o Gre-Nal é a oportunidade que se apresenta. Vamos à vitória!

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: estudo inédito mostra associação de marcas e celebridades

Imagem de Bia Haddad tem forte relação com as marcas Foto: Emmanuel Dunand/AFP

“Nos investimentos em comunicação das marcas, vale sempre a experiência do fabricante de embutidos, para medir a eficácia do investimento. Qual? Ter certeza de que quando você põe porco do lado de cá, sai linguiça do lado de lá”.

Jaime Troiano

A associação entre celebridades e marcas pode parecer uma estratégia infalível, mas a realidade revela nuances importantes. Este foi o tema central do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, apresentado por Jaime Troiano e Cecília Russo, no Jornal da CBN. Eles apresentaram o resultado de um estudo inédito que identifica a conexão existente entre as marcas e as personalidades que as representam em campanhas publicitárias.

Jaime Troiano destaca que a conexão entre celebridades e marcas não é um fenômeno novo. No passado, por exemplo, o ator Paulo Goulart tinha forte presença nos anúncios da OMO, que de tão intensa criou uma sinergia na qual o público associava sempre a imagem dele com o produto. “Sempre houve muitos casos de celebridades, gente importante em diversas áreas, como esporte, música, moda, sendo associados a alguma marca.” Porém, nos últimos 20 anos, ressalta Jaime, essa prática se intensificou, e quase toda pessoa famosa é convidada para representar uma marca ou mais.

Para entender melhor essa dinâmica, a TroianoBranding realizou uma pesquisa online com 1.300 pessoas no Brasil, em parceria com a empresa Brazil Panels. O estudo investigou o quanto as celebridades são percebidas como conectadas às marcas que representam. Os entrevistados tinham que indicar numa lista de 15 marcas, qual ou quais eram as marcas que 27 celebridades, previamente escolhidas, representavam. Foi criado um índice chamado CCM, conexão celebridade marca.

“ Na lista de 27 celebridades, encontramos CCMs variando de 2 até 33. Nenhuma das celebridades teve um índice CCM acima desse 33. Ou seja, nenhuma delas foi reconhecida por mais de um terço da amostra”, explica Jaime.

Cecília Russo complementa com observações interessantes sobre os resultados. Algumas celebridades são amplamente conhecidas, mas isso não garante uma lembrança automática da conexão com a marca que elas anunciam. “Marcos Mion, por exemplo, é conhecido por 88% dos entrevistados, mas somente 18% se lembram da marca a que ele está conectado.” Por outro lado, figuras menos conhecidas, como a tenista Bia Haddad Maia, têm um índice de associação mais eficaz entre aqueles que a conhecem.

A Marca do Sua Marca

A principal marca do comentário é a constatação de que a eficácia da associação entre celebridades e marcas deve ser analisada com cuidado. Não basta ser famoso; é preciso que a conexão com a marca seja forte e memorável. Cecília ressalta: “Conexões onde a celebridade apoia várias marcas são mais dispersivas.”

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo.

Preocupados com a vida de quem?

Por Simone Domingues

@simonedominguespsicologa

Foto: Paulo Pinto

Excelentíssimo Senhor Deputado,

Após inúmeras manifestações sobre o projeto de lei proposto na semana passada, que equipara o aborto a homicídio, confesso que pensei já ter perdido o tempo oportuno para fazer a minha manifestação. Entretanto, tendo em vista o curto prazo para a votação de tal projeto, uma vez que a partir dessa semana a Câmara estará vazia para que os deputados possam festejar o “São João”, gostaria de fazer algumas considerações que são essenciais quando a discussão envolve a preocupação com a vida.

Como profissionais de saúde mental, que temos o compromisso de prevenir e tratar diversos transtornos mentais, convivemos com diversas pessoas que carregam os traumas dos abusos e violências sexuais sofridas. Essas vítimas têm um risco aumentado para o desenvolvimento do transtorno de ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, maior vulnerabilidade para tentativas de suicídio, dentre outras condições psíquicas.

Como mãe, espero que o senhor nunca tenha vivido e nunca experimente a devastação que o estupro sofrido por uma filha possa provocar.

Infelizmente, esse não é um caso isolado.

De janeiro a julho de 2023, segundo dados da Agência Brasil, foram registrados 34 mil estupros de vulneráveis de meninas e mulheres. Os dados apontam para uma média de um estupro a cada 8 minutos.

Me desculpe, senhor deputado, mas não sei se o senhor tem uma exatidão do que isso representa.

São meninas e mulheres que vão ter nojo de si mesmas, procurando em suas atitudes, ainda que em fases tão precoces da vida, como na infância, o que fizeram de errado para que isso acontecesse com elas.

São meninas e mulheres que não conseguirão colocar suas cabeças no travesseiro e ter uma noite tranquila de sono, porque os pesadelos e o medo as aterrorizarão.

São meninas e mulheres que se questionarão sobre sobreviver, porque a morte pode parecer algo mais reconfortante.

Vidas são preciosas e é nosso dever zelar por elas.

Será que estamos verdadeiramente preocupados com a vida? Vida de quem?

Não conseguimos sequer proteger a vida dessas meninas e mulheres!

Não discuto aqui sobre sermos favoráveis ou contrários ao aborto. Até porque, convenhamos, quando se levanta uma proposta de lei na surdina, às pressas, isso soa muito mais com politicagem e manobras para tirar de foco outras questões que envolvem o governo, disfarçada de bandeiras salvadoras da humanidade – ou quem sabe, salvadora de partidos e bancadas.

Me desculpe a insistência, mas a pergunta ressoa novamente: preocupados com a vida de quem?

Além de tudo o que essas vítimas passam, serem tratadas como criminosas e a pena ser maior que a do seu estuprador, em caso de aborto, é no mínimo falta de compaixão com requintes de tortura.

Já não basta a indiferença que sofrem pelos crimes de estupro arquivados por falta de provas? Já não basta a dor de muitas vezes terem que conviver com o estuprador, quando este é um membro da família? Já não basta a dor do julgamento social sobre suas condutas ou comportamentos que são considerados “justificativas” para essa barbárie?

Reitero, senhor deputado, que desejo firmemente que o senhor nunca experimente a dor de ter uma filha estuprada.

Essas meninas vão ao inferno e ficarão lá se nós não as ajudarmos.

Qual inferno? Esse que está dentro delas mesmas e que elas não escolheram.

Finalizo, como psicóloga e mãe, me solidarizando com todas as vítimas do estupro, essas pessoas que tiveram suas vidas destruídas pela ação de um criminoso cruel que violou o direito mais precioso que pode existir: o respeito aos seus corpos. Que essas meninas e mulheres possam nos perdoar pela incapacidade de protegê-las! Que essas meninas e mulheres possam nos perdoar pela nossa impotência em lutar pela vida, a de cada uma delas, pois ainda somos cruéis, desumanos e temos pressa… porque o “São João” vai começar.

Mas estamos preocupados com a vida… De quem?

Simone Domingues é psicóloga especialista em neuropsicologia, tem pós-doutorado em neurociências pela Universidade de Lille/França, é uma das fundadoras do canal @dezporcentomais, no YouTube. Escreveu este artigo a convite do Blog do Mílton Jung. 

Avalanche Tricolor: de desalojados, desequilibrados e injustiçados

Grêmio 1×2 Botafogo

Brasileiro – estádio Kleber Andrade, Cariacica/ES

Du Queiroz arrisca de longe em foto de Lucas Uebel/GrêmioFBPA

Pelo calendário oficial, ao Grêmio caberia o mando de campo na partida deste início de noite. Como é sabido por todos, estamos impedidos de jogar na Arena desde as enchentes de maio. E o retorno à casa não se dará antes de agosto. Até lá, seremos apenas um time de itinerantes, desalojados. 

O preço que pagamos é alto e jamais será coberto pelo milhão depositado na conta do Grêmio com a venda do mando de campo, que nos levou ao Espírito Santo, neste domingo. Além do acúmulo de jogos, devido a parada por cerca de 30 dias, e a disputa de partidas decisivas pela Libertadores, viagens incessantes têm causado desgaste extraordinário no elenco.

As dificuldades se somam a carência de substitutos, especialmente no comando do ataque. Mas não somente nesta posição. Verdade que esse é um problema que teríamos a despeito das ocorrências relacionadas à tragédia no Rio Grande do Sul. Enfrentar três competições, por si só, seria um desafio enorme e exigiria muita criatividade do comando técnico, diante do grupo de jogadores disponíveis. Com as atuais condições, os riscos se potencializaram. 

Estamos participando de um campeonato, e aqui me refiro ao Brasileiro, dos mais disputados do mundo. E somos obrigados a jogá-lo nas condições precárias que o destino nos proporcionou. Em um escancarado desequilíbrio técnico que até aqui prejudicou apenas a nós. Cabe ao Grêmio se resignar e reagir em campo recuperando-se com uma sequência de vitórias.

O que provavelmente os demais clubes não perceberam é que alguns deles também serão vítimas desse desequilíbrio. Porque haverá times que terão vantagem sobre os outros ao disputarem seis pontos contra o Grêmio sem precisar passar pela Arena — é o caso do Botafogo que com a vitória de hoje assumiu a liderança da competição. Considere nessa análise o fato de que, na temporada passada, foram especialmente os resultados obtidos em Porto Alegre que nos levaram ao vice-campeonato brasileiro. Nem todos os adversários, porém, serão submetidos ao fenômeno transformador que a Arena proporciona. E isso torna a disputa injusta.