Poema de Mário Quintana
Interpretação de Milton Ferretti Jung
Publicado em Antologia Poética
No capinzal, o meu cabelo cresce;
Pende, polpa madura, o lábio teu no fruto;
Todo o calor te diz: “Amadurece
Mais, ainda mais e tomba!”
Eu não espero
Vento nenhum que te derrube, eu quero
que tombes, doce e morna, por ti mesma, onde
mais sejas desejada e apetecida… vem!
Faremos
De verdura acre
E doce polpa
Manjar que reses lamberão
E virão farejar os animais noturnos
Antes de que nos sorva, lentamente, o chão…
Quintanares foi ao ar, originalmente, na rádio Guaíba de Porto Alegre