Mundo Corporativo: faça da vulnerabilidade a sua força, recomenda Roberta Rosenburg, da F.Lead

Roberta Rosenburg é entrevistada no Mundo Corporativo, foto: Priscila Gubiotti

“As pessoas estão mais carentes de serem escutadas, de serem entendidas, de serem validadas. Então, aquela empresa que conseguir tocar o colaborador como ser humano, essas empresas vão voar.”

Roberta Rosenburg

A habilidade de se conectar genuinamente com os colaboradores é cada vez mais crucial para o sucesso das organizações. Esse foi o principal tema abordado por Roberta Rosenburg, CEO e Co-Fundadora da F.Lead, durante sua entrevista ao programa Mundo Corporativo. A consultora destacou a importância de reconhecer e trabalhar a vulnerabilidade nas organizações como uma estratégia para desenvolver líderes mais eficazes e humanos.

Desenvolvendo a vulnerabilidade como força

Roberta Rosenburg iniciou a conversa falando sobre a necessidade de criar um ambiente onde a vulnerabilidade seja vista como uma força, não uma fraqueza. “Como é que eu crio essa vulnerabilidade? Você vai se mostrar ser humano. Eu sempre falo: escolhe as histórias que você quer contar, pensa antes de falar, se cuida, porque a gente precisa se cuidar. Então, é uma vulnerabilidade sendo cuidada. Eu me cuido. Mas eu posso ser vulnerável também”, explicou.

Ela ressaltou que as empresas que conseguem tocar seus colaboradores como seres humanos, escutando e validando suas necessidades, serão aquelas que prosperarão no futuro. Segundo Roberta, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal tornou-se uma demanda ainda mais evidente após a pandemia. “As pessoas estão mais carentes de serem escutadas, de serem entendidas, de serem validadas e elas mesmas se questionam isso. Então, aquela empresa, daqui para o futuro, que conseguir tocar aquele colaborador como ser humano, essas empresas vão voar.”

O papel da comunicação na liderança

A comunicação eficaz foi destacada como uma competência crucial para os líderes modernos. Roberta argumentou que a vulnerabilidade também passa por reconhecer os próprios limites e se comunicar abertamente sobre eles. “O líder precisa fomentar esse ambiente, como? Conversando. Muitas vezes a gente não fala as coisas óbvias”, disse ela.

Ela acrescentou que a habilidade de um líder em tratar com situações difíceis, como a mudança de um projeto estratégico, depende de sua capacidade de se conectar com sua equipe de forma transparente e empática. “O líder precisa realmente estar vulnerável ali, reconhecer que talvez aquele projeto não seja o melhor para a empresa e comunicar isso de forma que a equipe se sinta valorizada pelo esforço feito.”

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

A era dos parlamentares selfie: novo guia propõe mudanças na comunicação legislativa

Nos dias de hoje, é cada vez mais comum ver políticos utilizando selfies e postagens nas redes sociais como principal meio de comunicação com seus eleitores. Essa prática, embora promova a proximidade, muitas vezes carece de conteúdo qualificado, desdenhando das discussões legislativas em prol de uma presença digital superficial. Nesse cenário, surge uma necessidade urgente de estratégias mais efetivas e substanciais para a comunicação parlamentar.

É exatamente essa lacuna que o livro “Comunicação Legislativa para Gabinetes Parlamentares” busca preencher. A obra, escrita pelo experiente jornalista Sergio Lerrer, apresenta diretrizes claras e práticas para que os gabinetes possam desenvolver uma comunicação mais eficaz e de maior alcance. Com mais de 30 anos dedicados à comunicação pública e legislativa, Lerrer destaca a importância de uma comunicação bem estruturada, que não se limita apenas ao ambiente legislativo, mas se estende à sociedade, entidades setoriais, imprensa e blogs.

Lerrer alerta para os desafios contemporâneos da comunicação parlamentar. Se por um lado, as redes sociais e o mundo digital facilitaram a disseminação de informações, por outro, é crucial que essa comunicação não seja desordenada e superficial. Publicações sucessivas e desgovernadas podem minar a autoridade e a reputação do parlamentar. Assim, o livro orienta sobre estratégias, rotinas e modelos de comunicação que promovem uma visão consistente e confiável da atividade parlamentar.

Em capítulos dedicados, o autor aborda temas como a “Comunicação com Waze”, que sugere uma navegação estratégica na comunicação, e o “Parlamentar Selfie”, que critica o excesso de personalismo em detrimento de conteúdo relevante para o cidadão. Essas metáforas ajudam a ilustrar de maneira prática e acessível como os gabinetes podem melhorar suas práticas comunicativas.

A obra é pioneira ao oferecer uma literatura especializada para os colaboradores de comunicação dos gabinetes parlamentares, servindo como um guia básico para a execução de suas atividades com mais acertos. É um recurso valioso para a profissionalização dessa função, utilizando a experiência acumulada no Brasil até o momento.

Sergio Lerrer, jornalista, cineasta e profissional de comunicação, é um precursor na área de comunicação legislativa no Brasil, com uma carreira dedicada a essa atividade como pesquisador, formulador e professor. Sua experiência inclui a gestão de comunicação de entidades de interesse público e frentes parlamentares, além de ser um dos pioneiros na organização de eventos e na publicação de livros sobre comunicação legislativa.

O lançamento do livro “Comunicação Legislativa para Gabinetes Parlamentares” marca um importante avanço para a profissionalização da comunicação nos gabinetes parlamentares, proporcionando ferramentas valiosas para a construção de um diálogo mais efetivo e produtivo entre os parlamentares e a sociedade.

Por falar em jornalismo de rádio, livros e carreira

“O reconhecido jornalista Mílton Jung, âncora do Jornal da CBN e do Mundo Corporativo, ambos da rádio CBN, é um dos profissionais que amam o que fazem e, naturalmente, vem se destacando em meio a tantos outros. Além disso, sua paixão e sua entrega pelo Jornalismo, fizeram ele aprender tanto que passou a palestrar sobre Comunicação e Liderança para que os profissionais das empresas se tornem melhores, mais produtivos e mais felizes no ambiente de trabalho”

Assim, Analice Nicolau inicia entrevista na qual tive a oportunidade de falar da minha carreira e de projetos que realizo, além do rádio. Agradeço a ela e seu colega de coluna, Rafael Gmeiner, pela oportunidade que me ofereceram.

Leia aqui a reportagem completa publicada na coluna da Analice no Jornal de Brasília

Fernando Gabeira: “As ideias brigam, as pessoas não”

Cássia Godoy e eu entrevistamos Fernando Gabeira, na edição desta quinta-feira do Jornal da CBN, para refletir sobre os 60 anos do Golpe Militar. Ele era um jovem jornalista, em 1964, quando a ditadura se iniciou no Brasil. Na época, deixou a redação pela luta armada, participou do sequestro do embaixador americano, foi preso e exilado. Hoje, com mais de 83 anos, é um dos jornalistas mais importantes do país e um exímio pensador do comportamento político e social. 

Compartilho com você um dos momentos da entrevista – a última resposta para ser preciso. A sensibilidade das palavras de Gabeira sobre o desafio que temos diante das divergências que assistimos na sociedade expressa uma das ideias que defendemos sempre que tratamos do tema da comunicação: “as ideias brigam, as pessoas não”

Dez Por Cento Mais: a importância da comunicação e da saúde mental na sexualidade masculina

Foto de Nathan Cowley

A sexualidade masculina, frequentemente associada a ideias de virilidade e constante disposição, esconde desafios significativos, principalmente relacionados à comunicação e saúde mental. A psiquiatra Ana Patrícia Brasil,, em entrevista ao programa “Dez Por Cento Mais” no YouTube, discutiu essas questões, revelando que muitos homens enfrentam dificuldades em expressar suas preocupações sexuais, mesmo em um contexto clínico.

Segundo a Dra. Brasil, os homens muitas vezes se sentem mais à vontade para discutir questões íntimas com uma profissional feminina, possivelmente devido à ausência de julgamento percebida e à facilidade em compartilhar tais assuntos com uma mulher. Ela ressaltou que a dificuldade em abordar esses temas está muitas vezes enraizada em estereótipos culturais de masculinidade, onde admitir vulnerabilidades sexuais pode ser visto como um sinal de fraqueza.

Comunicação aberta reduz problemas sexuais

A especialista enfatizou a importância da comunicação aberta e franca, tanto com profissionais de saúde quanto com parceiros(as), como meio de enfrentar e resolver problemas sexuais. Ela observou que o tabu em torno da sexualidade masculina e a pressão para se conformar a certos padrões muitas vezes mascaram problemas subjacentes, como ansiedade, estresse e baixa autoestima, que podem levar a disfunções sexuais.

Além disso, Dra. Brasil destacou o impacto da saúde mental na sexualidade. Problemas psicológicos, como depressão e ansiedade, podem influenciar significativamente o desejo e o desempenho sexual. A terapia e, em alguns casos, medicação, podem ser necessárias para abordar esses problemas subjacentes.

Cuidado com pornografia em excesso

A entrevista também abordou o uso problemático de pornografia e a forma como isso pode afetar a sexualidade, especialmente entre os jovens. A Dra. Brasil alertou sobre as consequências negativas do consumo excessivo de pornografia, incluindo a formação de padrões de excitação irrealistas e problemas na interação sexual real.

Dica Dez Por Cento Mais 

Comunicar-se sobre o que aflige, o que se espera do outro, ou até sobre dúvidas e inseguranças, pode não só fortalecer a relação, mas também aumentar a compreensão mútua e a intimidade, disse Dra Brasil na Dica Dez Por Cento Mais: 

“Não é uma fórmula complicada, e funciona na maioria dos casos de pessoas que estão em um relacionamento: conversar abertamente sobre o que te aflige, sobre o que você espera no outro. Isso já ajuda a sanar grande parte do problema que são todos esses pensamentos, dessa bagagem que a pessoa leva antes da relação. Se essa bagagem você abre, esse peso diminui, e as chances de você ter uma performance melhor, uma satisfação maior aumentam muito”.

Assista ao Dez Por Cento Mais

Toda quarta-feira, às oito da noite, você tem um novo episódio do Dez Por Cento Mais, no YouTube. Ao assistir ao vivo, você pode fazer perguntas aos entrevistados do programa:

Dez Por Cento Mais: compreendendo os conflitos conjugais

Foto de Alex Green

O número de divórcios ultrapassou a marca de um milhão, em junho de 2023, refletindo uma tendência preocupante de separações conjugais. O psicólogo Juliemerson Garcia, em entrevista ao programa Dez Por Cento Mais, enfatizou que muitos casais não se separam porque deixaram de se amar, mas sim porque deixaram de se entender. A falta de entendimento mútuo leva, em muitos casos, ao caminho mais fácil, que é a separação. 

Especialista em conflitos conjugais, Juliemerson também mencionou a influência da cultura familiar na formação dos conflitos. Cada pessoa traz consigo sua história de vida, crenças, valores e regras aprendidas em sua família de origem. Quando esses aspectos não são compreendidos e discutidos de forma clara no relacionamento, os conflitos tendem a surgir com o tempo. 

A influência na criação dos filhos

Na entrevista a Abigail Costa e Simone Domingues, o psicólogo fez uma observação interessante sobre como a diferença na criação de filhas e filhos pode prejudicar os relacionamentos. Ele destacou que, muitas vezes, as mães tendem a catapultar suas filhas, incentivando-as a buscar autonomia e independência desde cedo. Enquanto isso, com os filhos, as mães costumam adotar um papel de acolhimento constante. Essa diferença na criação pode levar a desequilíbrios nas relações futuras, com os homens buscando o acolhimento constante das parceiras. 

Outro ponto abordado foi a divisão de tarefas domésticas. As mulheres têm enfrentado desafios relacionados à sobrecarga de trabalho, tanto no mercado profissional quanto nas responsabilidades domésticas. Muitas vezes, a falta de colaboração por parte dos parceiros gera conflitos, deixando as mulheres com a sensação de estarem sobrecarregadas mentalmente e fisicamente. 

Invista na qualidade da comunicação

A má gestão financeira também foi apontada como uma causa comum de conflitos nos relacionamentos. A falta de diálogo sobre questões financeiras, aliada à falta de cooperação na administração das finanças, pode levar a desentendimentos significativos.

A falta de comunicação tem se mostrado um dos fatores mais relevantes na origem dos conflitos conjugais, como evidenciado por Juliemerson. Ele destacou a importância da comunicação eficaz entre casais e como a ausência dessa habilidade pode levar a desentendimentos e problemas nos relacionamentos.

O psicólogo apontou que a comunicação assertiva é uma habilidade que muitas vezes precisa ser desenvolvida ao longo do tempo. Garcia enfatizou que ser assertivo envolve a capacidade de expressar pensamentos, sentimentos e preocupações de maneira clara e empática, em vez de responder com monossílabos ou silêncio quando confrontados com um problema.

“A assertividade não é uma habilidade inata, mas algo que precisamos desenvolver. É a capacidade de comunicar aos outros com empatia o que estamos pensando e sentindo”

Evite o jogo de adivinhação

Um dos principais obstáculos à comunicação eficaz é a tendência de muitas pessoas em tentar adivinhar o que seus parceiros estão pensando, em vez de realmente expressar seus próprios sentimentos e preocupações. A leitura da mente  é uma armadilha comum que pode levar a mal-entendidos e conflitos.

É importante que casais reconheçam a necessidade de aprimorar suas habilidades de comunicação, desenvolvendo a capacidade de se expressar de maneira clara, empática e oportuna. À medida que a comunicação melhora, os casais têm a oportunidade de fortalecer seus relacionamentos e enfrentar os desafios juntos, construindo uma base sólida para um futuro mais harmonioso. Afinal, como enfatizou Julie Emerson Garcia, a comunicação é a chave para uma relação saudável e feliz.

Dica Dez Por Cento Mais 

Ao fim da entrevista, Juliemerson Garcia destacou a importância de se conhecer a linguagem do amor, ao deixar sua Dica Dez Por Cento Mais:

“Uma coisa fundamental é que os casais, cada vez mais, não importa quanto tempo tenha transcorrido já desde o início dessa relação, procurem compreender a linguagem de amor, como diria Gary Chapman, que um e o outro fala. Existe uma linguagem de amor. Muitas vezes velada, muitas vezes não abordada, não conversada. Se interesse pela pela história de vida do seu cônjuge desde antes de estarem juntos: o que aconteceu? o que você passou? Para entender que em determinado momento, às vezes, um elogio é tão importante para aquele cônjuge, um reconhecimento é tão fundamental, palavras de incentivo são tão fundamentais. Então, conheçam a linguagem de amor um do outro”.

Assista ao Dez Por Cento Mais

O programa Dez Por Cento Mais pode ser assistido, ao vivo, toda quarta-feira, às oito da noite, no YouTube, com apresentação de Abigail Costa e Simone Domingues. A entrevista completa também está disponível em podcast no SPotify:

Comunicação eficaz para combater a polarização

A convite da jornalista Joyce Carvalho falei sobre o livro “Escute, expresse e fale”(Rocco), no programa que apresenta na CBN Curitiba. Provocado por ela, expliquei que a comunicação desempenha um papel crucial na construção de relações sustentáveis e na superação da polarização e da agressividade presentes nas interações diárias e online.

O livro que escrevi com Antônio Sacavém, Thomas Brie e Leny Kyrillos explora como a comunicação pode ser um antídoto à polarização e à violência nas sociedades. Destaquei que ouvir e compreender o outro é fundamental para aproximar pessoas com perspectivas diferentes e reduzir conflitos.

Na conversa, Joyce e eu chamamos atenção do ouvinte para o fato de  a comunicação ser um instrumento poderoso para superar desafios sociais e criar um ambiente mais colaborativo e harmonioso. Além disso, destaquei a importância de influências positivas na formação de profissionais de comunicação e ressaltai a necessidade de abordar questões complexas de forma sensível e responsável.

A surpresa ficou por conta da reprodução de momentos em que atuei no rádio do Rio Grande do Sul como jornalista esportivo ao lado do meu pai, que também foi tema da conversa que você ouve aqui:

Volta às aulas: comportamento e sentimentos de alunos, pais e professores

Por mIA Codegeist  

Foto de Max Fischer


A volta às aulas é um momento aguardado por alunos, pais e professores após as férias de inverno. Um período importante para refletirmos sobre os diversos comportamentos e sentimentos que permeiam essa retomada do calendário escolar, bem como a importância do acolhimento e colaboração para uma adaptação bem-sucedida.

Comportamento e Sentimentos dos Alunos


Após as férias de inverno, os alunos retornam à escola com uma mistura de emoções. Alguns estão animados e ansiosos para reencontrar amigos e professores, além de mergulhar em novos conteúdos e atividades escolares. Outros podem sentir resistência, devido à quebra da rotina descontraída das férias. É essencial entender essas variações de comportamento para promover uma integração harmoniosa.

O Papel dos Pais na Adaptação


Os pais desempenham um papel crucial na adaptação dos filhos à volta às aulas. Alguns se sentem aliviados por retomar a rotina escolar, mas outros podem estar preocupados com a adaptação dos filhos e suas dificuldades acadêmicas. A comunicação aberta entre pais e educadores é essencial para oferecer suporte aos alunos e garantir uma transição tranquila.

O Desafio dos Professores


Para os professores, a retomada após as Férias de Inverno pode ser um desafio, mas também uma oportunidade. Preparar-se para o restante do ano letivo, inovar nas estratégias pedagógicas e engajar os alunos são metas importantes. Entender a diversidade de reações dos estudantes ajuda os educadores a criar um ambiente estimulante e inclusivo.

A Importância de um Ambiente Acolhedor


Para que a volta às aulas seja bem-sucedida, a escola deve proporcionar um ambiente acolhedor para todos. Atividades de integração entre os alunos fortalecem os laços e facilitam a adaptação. Além disso, a parceria entre pais e professores é fundamental para apoiar o desenvolvimento acadêmico e emocional dos estudantes.


A volta às aulas após as férias de inverno é um momento repleto de emoções e comportamentos variados. Compreender e respeitar os sentimentos de alunos, pais e professores é essencial para criar um ambiente saudável e propício ao aprendizado. A colaboração entre todos os envolvidos na jornada educacional é a chave para garantir uma adaptação positiva e enriquecedora para a comunidade escolar.

mIA Codegeist abusa da inteligência artificial para compartilhar conhecimento sobre temas relevantes à sociedade (e alguns nem tão relevantes assim).

Como tornar a comunicação uma solução para o bem-estar e a longevidade

Foto de Andrea Piacquadio

A comunicação é uma ferramenta poderosa que molda nossas relações sociais e influencia diretamente nosso bem-estar. Falei sobre esse tema com o Márcio Atala quando fui convidado por ele a participar no programa Bem-Estar e Movimento, que vai ao ar, aos sábados. Estava de férias quando a entrevista foi reproduzida na CBN — está disponível em podcast, também —, por isso trato do assunto apenas agora. 

Nós discutimos a importância da comunicação em nossas vidas e como essa competência evoluiu ao longo dos anos. Ponderamos que o bem-estar e a longevidade estão intimamente relacionados à comunicação eficiente. Haja vista que uma boa comunicação é essencial para estabelecer relações sociais profundas e significativas, o que tem sido demonstrado em pesquisas sobre longevidade e felicidade.

Inspirado pelo livro “Escute, expresse e fale! Domine a comunicação e seja um líder poderoso” (Editora Rocco), lembrei que a comunicação é composta por três caixinhas de recursos: verbal, não verbal e vocal. Esses elementos combinados possibilitam uma comunicação eficaz, mas cada um deles, isoladamente, também pode gerar interações significativas com os outros. Por exemplo, um simples olhar solidário ou um sorriso de um desconhecido pode impactar positivamente o dia de alguém.

Os desafios da comunicação digital

No entanto, a evolução da tecnologia e da comunicação digital também trouxe desafios. Atualmente, somos inundados por uma quantidade exorbitante de informações todos os dias, levando à ansiedade informacional. A capacidade de filtrar e selecionar fontes confiáveis torna-se essencial para evitar a desinformação e a propagação de notícias falsas.

Além disso, a violência também está intrinsecamente ligada à comunicação. Estudos mostram que pessoas que se comunicam mal tendem a cometer e ser vítimas de violência. A comunicação inadequada pode levar a conflitos e brigas, enquanto a capacidade de argumentar e se comunicar efetivamente pode evitar esses problemas.

Destaquei a importância da comunicação em todas as profissões, especialmente em um mundo digital onde a imagem e a presença online são fundamentais. Porém, alertei para o perigo de influenciadores que, apesar de serem excelentes comunicadores, podem propagar informações falsas e não oferecer um serviço real para a sociedade.

A busca da verdade é antídoto a fake news

Enfatizei que, apesar dos desafios e das más interpretações que podem surgir, é essencial resistir e continuar se comunicando com qualidade e responsabilidade. A comunicação tem o poder de inspirar e transformar, e a busca por uma comunicação efetiva é um passo importante para promover o bem-estar individual e coletivo.

Neste contexto, os jornalistas enfrentamos o desafio de encontrar e informar a verdade, especialmente em um cenário onde notícias falsas e desinformação são disseminadas com facilidade. A busca pela verdade e pela informação confiável torna-se crucial para combater a propagação de mensagens enganosas.

Dicas importantes para melhorar a comunicação:

1. Escutar: o ato de escutar é tão importante quanto falar. A escuta ativa e o acolhimento do outro são fundamentais para uma comunicação bem-sucedida. Entender a intenção do interlocutor e também a própria intenção no processo de comunicação é fundamental para estabelecer uma conexão efetiva.

2. Escolha de fontes de informação: em um mundo com excesso de mensagens, é essencial fazer escolhas conscientes sobre as fontes de informação que consumimos. Buscar fontes confiáveis e qualificadas ajuda a evitar a propagação de informações falsas ou enganosas.

3. Simplicidade e objetividade: ao se comunicar, seja simples, direto e objetivo. Evite complicar a mensagem e busque expressar-se de forma clara para que o público compreenda facilmente o que está sendo transmitido. Isso ajudará a inspirar e impactar positivamente as pessoas.

Em resumo, devemos aprender a selecionar fontes confiáveis, filtrar informações e promover uma comunicação eficaz, respeitosa e construtiva. Somente assim poderemos criar relações mais saudáveis e uma sociedade mais informada e harmoniosa. E ao adotar a escuta ativa, escolher fontes confiáveis e comunicar-se de forma simples, direta e objetiva, podemos melhorar a qualidade das nossas interações e contribuir para uma sociedade mais informada, consciente e saudável.

Assista à entrevisa completa que concedi ao Márcio Atala, em Bem-Estar e Movimento

Como melhorar sua comunicação e reduzir os impactos negativos das videoconferências

Photo by Ketut Subiyanto on Pexels.com

Saí de um reunião pelo Zoom pouco antes de iniciar este texto. Ainda estou de férias, mas havia a necessidade de uma conversa com um grupo de profissionais para alinhar algumas mensagens de projeto que estamos elaborando em conjunto.  Não nego que ter de focar nas preocupações do trabalho, mesmo que por apenas uma hora, interrompe o relaxamento que os dias de descanso oferecem à mente e mexe com gatilhos que me levam, por exemplo, a querer escrever como estou fazendo agora. Por outro lado, a tecnologia à disposição e o recurso da videoconferência tornaram possíveis esse encontro que agilizará o planejamento e a organização do evento. Nessa semana que se foi, havia lido texto sobre o impacto das reuniões virtuais na qualidade da comunicação, escrito pela neurocientista Thaís Gameiro, da Nêmesis, empresa que atua na área de Neurociência Organizacional. 

Pesquisadores avaliaram riscos das videoconferências

Duas pesquisas foram apresentadas pela neurocientista para embasar sua reflexão sobre os riscos que as videoconferências podem gerar, algo que passamos a perceber com maior frequência. a partir da pandemia de Covid-19, em 2020. Em um estudo publicado na revista Nature, foi constatado que a modalidade presencial comparada a virtual favorece a criatividade e a geração de novas ideias, enquanto tarefas mais objetivas podem ser realizadas tanto presencialmente quanto virtualmente. Outro estudo, publicado no The Journal of Neuroscience, analisou o impacto das videoconferências no comportamento pró-social dos participantes. A redução na troca de interlocutor e os padrões alterados de coerência cerebral indicaram uma perda na qualidade das interações sociais virtuais.

Sete sugestões para as suas próximas videoconferências

Considerando que o meu encontro virtual foi para “colocar todos na mesma página” me satisfarei com a segunda resposta obtida no estudo de Melanie S. Brucks (Columbia) e Jonathan Levav (Stanford) que entendeu que as reuniões virtuais e presenciais têm o mesmo efeito em decisões de caráter mais objetivo — ou seja, minha parada breve do descanso teve efeitos positivos para a condução e produtividade do trabalho. Diante do desafio que a videoconferência se transformou, a ponto de provocar prejuízos à saúde, batizados de Zoom Fatigue, no livro “Escute, expresse e fale!” (Rocco) dedicamos ao menos um capítulo ao tema. Com base em trabalho realizado pelos professores Guy Itzchakov e Jennifer Grau, elencamos sete dicas para as reuniões virtuais e acrescentamos mais algumas baseadas no conhecimento que desenvolvemos ao longo de nossa jornada na comunicação.

Por agora, fiquemos com as sete dicas para gerenciar melhor e aliviar o desgaste das reuniões virtuais

  • Preste atenção nas pistas vocais: em reuniões virtuais, onde o não verbal é limitado, é essencial prestar atenção na voz. Observe a entonação, a velocidade da fala e as pausas. Por exemplo, após discutir um tema, observe se a fala da sua equipe parece entusiasmada (rápida, com variedade vocal e poucas pausas) ou hesitante (lenta, mais monótona e longas pausas). Na dúvida, pergunte como o seu colega se sente..
  • Evite a distração do “espelho”: durante as reuniões virtuais, pode ser desanimador se ver na tela enquanto fala ou escuta. Isso tira o foco do interlocutor. Antes da reunião, ajuste as configurações da câmera e da plataforma para ocultar sua própria imagem. Caso não seja possível, uma dica útil é colocar um post-it sobre sua imagem para evitar distrações desnecessárias.
  • Lide com problemas de áudio: os problemas de áudio são comuns em reuniões virtuais, desde som baixo até eco e falta de sincronia entre voz e imagem. Não hesite em pedir para que repitam informações caso não tenha entendido. Peça aos participantes que fechem aplicativos desnecessários e melhorem a qualidade do som. É importante priorizar a compreensão em vez da polidez.
  • Crie intervalos para reflexão: a transição rápida de uma reunião para outra, sem tempo para relaxar e processar informações, pode prejudicar a assimilação de ideias. Considere reduzir o tempo das reuniões para reservar alguns minutos de pausa entre elas. Utilize esse tempo para sintetizar as ideias da reunião anterior e se preparar para a próxima, melhorando assim sua performance.
  • Utilize métodos para engajar: promover a discussão em grupo durante as reuniões virtuais pode ser um desafio. Utilize os recursos da plataforma para estimular a participação, como a sala de bate-papo. Considere dividir a reunião em grupos menores para facilitar a comunicação e garantir que todos sejam ouvidos. Isso aumenta o engajamento e torna a reunião mais produtiva.
  • Priorize a conexão humana: a comunicação virtual pode gerar sentimentos de isolamento e solidão. Priorize o contato individual com os membros da equipe. Agende conversas curtas, seja por telefone ou vídeo, para se conectar pessoalmente. Inicie as reuniões com uma pergunta rápida para medir a temperatura emocional do grupo. Isso não apenas demonstra preocupação, mas também resolve problemas técnicos antes do início da reunião.
  • Gerencie as emoções: as reuniões virtuais podem ter um custo emocional, como exaustão, frustração e irritação. Esteja atento aos sinais não verbais dos participantes durante as reuniões. Faça uso de perguntas reflexivas e demonstre reconhecimento. Reserve pausas quando possível e utilize a melhor tecnologia e conexão disponíveis. Líderes devem ser empáticos ao lidar com problemas, reconhecendo as dificuldades enfrentadas pelos participantes.

Seguindo as sete dicas apresentadas em “Escute, Expresse e Fale!” você poderá aprimorar suas reuniões virtuais. O livro que escrevi com Leny Kyrillos, Antonio Sacavém e Thomas Brieu tem outras sugestões específicas sobre cada um dos recursos da comunicação (verbal, não verbal e vocal) que ajudarão você a aproveitar melhor os recursos da comunicação para uma interação mais eficaz, mesmo em ambientes remotos. Ao adaptar-se às restrições e explorar as ferramentas disponíveis, você poderá alcançar resultados excelentes em suas reuniões virtuais. Bons encontros — de preferência fora do do seu período de férias.