Mundo Corporativo: Bruna Soares, da Moët Hennessy, fala de estratégias de luxo e liderança feminina

Bruna Soares no estúdio do Mundo Corporativo. Foto: Priscila Gubiotti

“Onde você quer chegar? Que histórias você quer contar? Pelo que você quer que a sua marca seja lembrada?”

Bruna Soares, Moët Hennessy

Construir uma marca memorável requer estratégias específicas e uma conexão emocional profunda, especialmente em um mercado no qual a atenção do consumidor é o recurso mais valioso. Esse foi um dos assuntos da entrevista com Bruna Soares, gerente de marca da Moët Hennessy, no programa Mundo Corporativo. Bruna compartilhou suas experiências e ideias sobre como gerir uma marca de luxo, o papel da liderança feminina e os desafios e oportunidades no setor de bebidas premium.

“A gente ocupa uma posição de as pessoas olharem para as marcas e verem o que elas estão fazendo,” afirmou Bruna. “Nós temos muito esse papel e essa missão de ocupar esse lugar de privilégio para fomentar debates e discussões de temas importantes para a sociedade.”

O desafio de gerir uma marca de luxo

Bruna destacou que o principal ativo do consumidor de luxo é o tempo. “Proporcionar experiências que sejam memoráveis e criem uma conexão verdadeira é essencial,” disse. Ela enfatizou a importância de manter a autenticidade e a elegância, não apenas na aparência, mas também nas atitudes e no relacionamento com clientes e colaboradores.

A Moët Hennessy, com suas marcas icônicas como Moët & Chandon e Veuve Clicquot, busca estar presente nos momentos de celebração dos consumidores. Bruna destacou a relevância crescente do mercado brasileiro para a empresa, especialmente após a pandemia, quando os consumidores passaram a valorizar mais as pequenas celebrações do dia a dia.

“Quando a gente fala de marcas, a gente fala sobre como você se diferencia em um mundo super vasto de outras marcas,” observou Bruna. “É sobre ter um olhar estratégico claro sobre onde você quer chegar e que histórias você quer contar.”

Liderança feminina e fortalecimento

A trajetória de Madame Clicquot, fundadora da Veuve Clicquot, serve como uma grande inspiração para Bruna e muitas outras mulheres na empresa. “Ela foi uma mulher muito à frente do seu tempo, enfrentando inúmeras barreiras,” comentou Bruna. “Estar à frente dessa marca no Brasil é um privilégio e uma responsabilidade para fazer jus a esse legado.”

Bruna também abordou a importância de incentivar o empreendedorismo feminino através de projetos como Bold by Veuve Clicquot, que promove a visibilidade de mulheres empreendedoras. Em 2022, a casa de champanhe conduziu o “Barômetro do Empreendedorismo Feminino”, um estudo com foco nas empresárias brasileiras em que mais de 2 mil mulheres foram entrevistadas: “A principal barreira que aprendemos no estudo é o medo do julgamento e do risco,” explicou Bruna. “Isso já existe por uma questão cultural e é sobre você se desvencilhar dessas amarras e dessas barreiras psicológicas para ousar e correr atrás dos objetivos.”

Ela ressaltou a necessidade de criar redes de apoio e troca entre mulheres para que possam aprender e crescer juntas. “Eu vejo um futuro promissor e positivo para o empreendedorismo feminino, graças às mulheres que abriram caminho superando medos e barreiras.”

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O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Mundo Corporativo: faça da vulnerabilidade a sua força, recomenda Roberta Rosenburg, da F.Lead

Roberta Rosenburg é entrevistada no Mundo Corporativo, foto: Priscila Gubiotti

“As pessoas estão mais carentes de serem escutadas, de serem entendidas, de serem validadas. Então, aquela empresa que conseguir tocar o colaborador como ser humano, essas empresas vão voar.”

Roberta Rosenburg

A habilidade de se conectar genuinamente com os colaboradores é cada vez mais crucial para o sucesso das organizações. Esse foi o principal tema abordado por Roberta Rosenburg, CEO e Co-Fundadora da F.Lead, durante sua entrevista ao programa Mundo Corporativo. A consultora destacou a importância de reconhecer e trabalhar a vulnerabilidade nas organizações como uma estratégia para desenvolver líderes mais eficazes e humanos.

Desenvolvendo a vulnerabilidade como força

Roberta Rosenburg iniciou a conversa falando sobre a necessidade de criar um ambiente onde a vulnerabilidade seja vista como uma força, não uma fraqueza. “Como é que eu crio essa vulnerabilidade? Você vai se mostrar ser humano. Eu sempre falo: escolhe as histórias que você quer contar, pensa antes de falar, se cuida, porque a gente precisa se cuidar. Então, é uma vulnerabilidade sendo cuidada. Eu me cuido. Mas eu posso ser vulnerável também”, explicou.

Ela ressaltou que as empresas que conseguem tocar seus colaboradores como seres humanos, escutando e validando suas necessidades, serão aquelas que prosperarão no futuro. Segundo Roberta, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal tornou-se uma demanda ainda mais evidente após a pandemia. “As pessoas estão mais carentes de serem escutadas, de serem entendidas, de serem validadas e elas mesmas se questionam isso. Então, aquela empresa, daqui para o futuro, que conseguir tocar aquele colaborador como ser humano, essas empresas vão voar.”

O papel da comunicação na liderança

A comunicação eficaz foi destacada como uma competência crucial para os líderes modernos. Roberta argumentou que a vulnerabilidade também passa por reconhecer os próprios limites e se comunicar abertamente sobre eles. “O líder precisa fomentar esse ambiente, como? Conversando. Muitas vezes a gente não fala as coisas óbvias”, disse ela.

Ela acrescentou que a habilidade de um líder em tratar com situações difíceis, como a mudança de um projeto estratégico, depende de sua capacidade de se conectar com sua equipe de forma transparente e empática. “O líder precisa realmente estar vulnerável ali, reconhecer que talvez aquele projeto não seja o melhor para a empresa e comunicar isso de forma que a equipe se sinta valorizada pelo esforço feito.”

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Mundo Corporativo: Marcus Teles revela estratégias da Livraria Leitura para prosperar em tempos de crise

Nos bastidores do Mundo Corporativo, foto de Pricisla Gubiotti

“A austeridade e a independência financeira são nossas maiores fortalezas.”

Marcus Teles, Livraria Leitura

Com a concorrência acirrada de gigantes do e-commerce e as crises econômicas que desafiaram o mercado nos últimos anos, manter uma rede de livrarias no Brasil parece uma tarefa gigantesca. E é mesmo. No entanto, a Livraria Leitura além de sobreviver, também prosperou nesse cenário desafiador. Este é o tema central da entrevista de Marcus Teles, CEO da Livraria Leitura, no programa Mundo Corporativo.

Marcus Teles compartilhou as estratégias que levaram a Livraria Leitura a se tornar a maior rede de livrarias do país. “Nós crescemos mais nas crises,” afirmou Teles, explicando que a empresa sempre optou por operar com capital próprio e sem dívidas. Essa abordagem permitiu que a Livraria Leitura enfrentasse turbulências econômicas com mais resiliência do que muitos concorrentes.

Concorrência e Adaptação

Uma das grandes lições de Teles é sobre como enfrentar a concorrência de grandes multinacionais. “Aquelas que quiseram brigar no preço e vender mais barato do que uma multinacional foram por um caminho de confronto difícil de vencer,” ressaltou. Ele destacou que a Livraria Leitura sempre priorizou a experiência do cliente e a formação de uma equipe bem treinada, capaz de oferecer recomendações personalizadas e atendimento de alta qualidade.

Para Teles, a chave do sucesso está na capacidade de adaptação e na austeridade. “Se a loja deu prejuízo no segundo ano, muitas vezes chegamos ao dono do imóvel ou ao shopping e negociamos uma redução de aluguel. Se isso não acontece, a loja é fechada,” contou ele, mostrando a firmeza nas decisões que ajudam a manter a saúde financeira da empresa.

O Crescimento da Leitura no Brasil

Teles trouxe uma perspectiva otimista sobre o hábito de leitura no Brasil, especialmente entre os jovens. “Nós esperávamos que, com a digitalização, os jovens fossem menos adeptos ao livro impresso. Na verdade, foi o contrário: eles leem muito hoje,” disse ele. A popularidade de séries e a influência de plataformas como o TikTok têm contribuído para esse crescimento.

Outro ponto destacado foi a importância das livrarias físicas. “A livraria é um contato de convivência,” explicou Teles. Ele acredita que, apesar do crescimento das vendas online, as livrarias oferecem uma experiência única que atrai leitores interessados em novidades e em um ambiente propício à descoberta de novos títulos.

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A era dos parlamentares selfie: novo guia propõe mudanças na comunicação legislativa

Nos dias de hoje, é cada vez mais comum ver políticos utilizando selfies e postagens nas redes sociais como principal meio de comunicação com seus eleitores. Essa prática, embora promova a proximidade, muitas vezes carece de conteúdo qualificado, desdenhando das discussões legislativas em prol de uma presença digital superficial. Nesse cenário, surge uma necessidade urgente de estratégias mais efetivas e substanciais para a comunicação parlamentar.

É exatamente essa lacuna que o livro “Comunicação Legislativa para Gabinetes Parlamentares” busca preencher. A obra, escrita pelo experiente jornalista Sergio Lerrer, apresenta diretrizes claras e práticas para que os gabinetes possam desenvolver uma comunicação mais eficaz e de maior alcance. Com mais de 30 anos dedicados à comunicação pública e legislativa, Lerrer destaca a importância de uma comunicação bem estruturada, que não se limita apenas ao ambiente legislativo, mas se estende à sociedade, entidades setoriais, imprensa e blogs.

Lerrer alerta para os desafios contemporâneos da comunicação parlamentar. Se por um lado, as redes sociais e o mundo digital facilitaram a disseminação de informações, por outro, é crucial que essa comunicação não seja desordenada e superficial. Publicações sucessivas e desgovernadas podem minar a autoridade e a reputação do parlamentar. Assim, o livro orienta sobre estratégias, rotinas e modelos de comunicação que promovem uma visão consistente e confiável da atividade parlamentar.

Em capítulos dedicados, o autor aborda temas como a “Comunicação com Waze”, que sugere uma navegação estratégica na comunicação, e o “Parlamentar Selfie”, que critica o excesso de personalismo em detrimento de conteúdo relevante para o cidadão. Essas metáforas ajudam a ilustrar de maneira prática e acessível como os gabinetes podem melhorar suas práticas comunicativas.

A obra é pioneira ao oferecer uma literatura especializada para os colaboradores de comunicação dos gabinetes parlamentares, servindo como um guia básico para a execução de suas atividades com mais acertos. É um recurso valioso para a profissionalização dessa função, utilizando a experiência acumulada no Brasil até o momento.

Sergio Lerrer, jornalista, cineasta e profissional de comunicação, é um precursor na área de comunicação legislativa no Brasil, com uma carreira dedicada a essa atividade como pesquisador, formulador e professor. Sua experiência inclui a gestão de comunicação de entidades de interesse público e frentes parlamentares, além de ser um dos pioneiros na organização de eventos e na publicação de livros sobre comunicação legislativa.

O lançamento do livro “Comunicação Legislativa para Gabinetes Parlamentares” marca um importante avanço para a profissionalização da comunicação nos gabinetes parlamentares, proporcionando ferramentas valiosas para a construção de um diálogo mais efetivo e produtivo entre os parlamentares e a sociedade.

O segredo da mudança cultural: histórias

Manoel Amorim, Jay B. Barney e Carlos Júlio

Quando o tema é cultura organizacional relacionada com desempenho empresarial, a maioria dos thinkers e practioners busca sugerir a cultura organizacional “ideal” – ultimamente, tem sido a cultura que favorece a inovação, por exemplo. Mas o que nos interessa é diferente: queremos falar de como se faz uma mudança cultural. Culturas são normalmente desenvolvidas e mantidas por meio das histórias que os funcionários de uma empresa contam sobre o que significa trabalhar em determinada empresa. Assim, partimos da hipótese de que, se você quiser mudar a cultura de uma empresa, precisará contar novas histórias. Então fomos conferir o que acontece na vida real, com várias histórias de empresas {o quadro abaixo lista algumas}.

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Pesquisamos mais de 150 histórias derivadas de entrevistas com mais de 50 líderes de empresas de grande e médio porte e identificamos seis atributos das histórias que os CEOs constroem que os tornam mais propensos a ser bem-sucedidos na mudança da cultura de uma organização:

  1. As ações que constroem essas histórias são autênticas.
  2. Tais histórias são “estreladas” pelo líder.
  3. As ações que constroem essas histórias sinalizam ruptura com o passado e um caminho claro para o futuro.
  4. Essas histórias apelam para “corações e mentes” dos funcionários.
  5. As ações que constroem essas histórias costumam ser teatrais.
  6. Tais histórias são contadas e recontadas em toda a organização.

Também identificamos como ocorre o processo de mudança. Primeiro, é preciso entender que, durante a construção das histórias, a organização parece que “descongela”. Aí emerge a primeira história, do líder, e funcionários vão construindo e trocando outras histórias de mudança cultural.

À medida que essa nova cultura começa a amadurecer e tomar forma, o líder empresarial pode ajustar outros aspectos da empresa para reforçar e solidificar a nova cultura na empresa (mudando o mix de funcionários, a forma como os funcionários são avaliados e remunerados, o modo de treinamento etc.). Em seguida, uma nova cultura é “recongelada”.

Leia o artigo completo publicado na MIT Sloan Management Review Brasil nº 15.

Manoel Amorim e Carlos Júlio foram CEOs de várias empresas e são empresários e membros de conselhos de administração. Jay B. Barney é professor de gestão estratégica da University of Utah, EUA. Os três são autores do livro O Segredo da Mudança de Cultura (Saraiva Educação) que será lançado, nesta quarta-feira, dia 15 de maio, às 19h, na Livraria da Vila, na Alameda Lorena, 1501, em São Paulo.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: a nova fronteira do “naming rights”

Foto de Denys Volpe

Naming right é tanto melhor quanto mais a marca tiver conexão com aquele espaço”

Jaime Troiano

É o fim da era dos Pereirão, Frasqueirão e Itaquerão? Ainda não! O futebol tem muito estádio espalhado Brasil a fora com nomes que serão eternamente folclóricos. Com certeza, porém, há mudanças evidentes nas oportunidades comerciais que o esporte oferece e a estratégia de naming rights chegou aos clubes e arenas movimentando valores até bilionários. Assim como também embarcou em estações de trem e metrô ou nas casas de evento. 

Considerando que a visibilidade e o reconhecimento da marca se tornam cada vez mais valiosos, o conceito de direitos de nome, emerge como uma estratégia de marketing inovadora e potencialmente lucrativa. Nesse contexto, Jaime Troiano e Cecília Russo, em “Sua Marca Vai Ser Um Sucesso”, do Jornal da CBN, mergulham nesse tema, elucidando como a prática reforça a presença da marca no mercado e, também, estabelece uma conexão mais profunda com o público. 

“Aqui no Brasil, essa é uma tendência que começou a acelerar. Não é novidade, mas tem sido muito mais aproveitada recentemente”

Jaime Troiano 

A prática de renomear espaços públicos com marcas corporativas é um dos caminhos usados com sucesso. Um exemplo é a Estação Higienópolis-Mackenzie, da Linha 4 do Metrô, em São Paulo, que agrega o nome de um dos bairros servidos pelo modal e a faculdade que tem sede na região.  A Linha Vermelha do metrô paulistano, por sua vez, tem uma estação denominada Carrão Assaí Atacadista, que agrega o nome da popular rede de atacarejo. Para Jaime é evidente o ganho mútuo para as instituições e o público: 

“Não há dúvida de que essa nova identidade beneficia todos”

Jaime Troiano

Cecília rememora experiências nos Estados Unidos, onde a associação de estádios e arenas a marcas é uma prática comum e lucrativa, sugerindo uma crescente adoção dessa estratégia no Brasil. Um exemplo de sucesso por aqui é o Allianz Parque, arena do Palmeiras que ganhou esse nome ainda quando estava em construção pela WTorres. Um negócio de cerca de R$ 300 milhões por um período de 20 anos, assinado pela empresa alemã de seguros que já explorava essa estratégia em outras partes do mundo. 

O mais recente caso de naming rigths do futebol brasileiro foi o negócio fechado entre o São Paulo e a Mondelez, detentora da marca Bis. O tradicional estádio do bairro do Morumbi teve seu nome adaptado para MorumBis, fruto de contrato que renderá ao clube R$ 75 milhões por três anos, devendo ser renovado ainda antes do seu prazo final. 

O desafio das empresas que fazem o investimento para conectar suas marcas a uma arena esportiva é levar a opinião pública a adotar esse nome. Veja o exemplo da Arena do Corinthians, conhecida popularmente como Itaquerão, em referência ao nome do bairro em que foi construído. Apesar de ter sido entregue para a Copa do Mundo do Brasil somente há pouco mais de três anos fechou contrato de naming rights e foi rebatizado Neo Quimica Arena. O laboratório farmacêutico teria pago de R$ 300 milhões a R$ 350 milhões por 20 anos de contrato. Os meios de comunicação desde o início adotaram o novo nome. Quanto tempo será necessário para que o apelido Itaquerão caia no ostracismo?

Estratégia ainda mais apurada terá de ser a do Mercado Livre que pagará R$ 1 bilhão para explorar, por 30 anos, o nome do estádio do Pacaembu, um dos mais tradicionais do futebol brasileiro. O nome oficial será Mercado Livre Arena. Haverá necessidade de ações de marketing agressivas para que, especialmente os paulistanos, deixem de chamar o estádio que será reinaugurado em breve de Pacaembu.

“Então, eu diria o seguinte: como profissionais de branding, naming rights é um caminho muito promissor. É bem-vindo ao mercado! Mas não é só estampar a marca. Também tem de ter gestão.  Também tem que saber construir a marca”

Cecília Russo

A marca do Sua Marca

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso sinaliza três pontos cruciais na adoção dos direitos de nomeação: a importância da conexão da marca com a cidade e o espaço onde ela se insere; a necessidade de uma gestão cuidadosa e estratégica da marca; e, por fim, a observação de que estamos apenas no início de uma tendência que promete remodelar o panorama do branding e marketing nos próximos anos.

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

Não perca a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre as últimas tendências em branding e marketing. “O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso” vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN, com a apresentação de Jaime Troiano e Cecília Russo. Acompanhe esses e outros temas relevantes para manter sua marca sempre à frente no mercado.

Mundo Corporativo: Eduardo Carvalho, da Equinix, prevê mudanças na forma de liderar na Era da Inteligência Artificial

Bastidores da gravação do Mundo Corporativo. Foto: Priscila Gubiotti

“A liderança hoje se faz pela influência, não pelo poder.” 

Eduardo Carvalho, Equinix

O papel dos líderes se destaca por sua profundidade e relevância, nesta era dominada pela tecnologia. Está é uma das reflexões de Eduardo Carvalho, presidente da Equinix para a América Latina, entrevistado no programa Mundo Corporativo, da CBN. Ele compartilha reflexões sobre como a inteligência artificial e o desenvolvimento digital estão remodelando o mundo e as relações, transformando a essência da liderança.

Eduardo Carvalho ilumina o cenário atual dos negócios, onde os data centers e a interconexão desempenham papéis cruciais. Ele destaca a importância da hospedagem dos principais players do mercado pela Equinix, a maior empresa global do setor: 

“Tudo que está no seu celular, todos os aplicativos, eles rodam, direta ou indiretamente, dentro da Equinix”

Esta capacidade tecnológica, segundo ele, tem um impacto direto na experiência do usuário final, colocando em perspectiva a responsabilidade e a influência das decisões empresariais.

O novo papel dos líderes

No coração da discussão, Eduardo enfoca o papel evolutivo dos líderes em um ambiente influenciado pela IA. Com o declínio do poder monocrático, surge uma nova forma de liderança baseada na negociação, colaboração e, acima de tudo, influência. 

“O líder moderno não toma mais decisões isoladamente. As decisões precisam do consenso e da colaboração das diversas áreas da empresa.” 

Essa mudança de paradigma reflete a necessidade de adaptar-se, não apenas às demandas tecnológicas, mas também às humanas, promovendo um ambiente onde o capital humano e a tecnologia coexistam harmoniosamente.

Inteligência Artificial e Liderança

A influência da IA na liderança é um tema central na visão do CEO da Equinix. Ele argumenta que a inteligência artificial oferece uma base de dados e análises profundas que podem auxiliar os líderes em suas decisões. 

“A inteligência artificial tem uma colaboração fundamental em tornar os processos mais eficientes e em fornecer insights que anteriormente poderiam não ser evidentes.” 

No entanto, Carvalho enfatiza que a IA não substitui a necessidade de uma liderança humana empática, intuitiva e adaptável. Pelo contrário, ela serve como um complemento que potencializa a capacidade de liderar com mais informação e precisão.

A importância da requalificação

Outro ponto crítico abordado por Eduardo Carvalho é a requalificação dos colaboradores em face das mudanças tecnológicas. Ele destaca a importância de preparar as equipes para trabalhar com novas ferramentas e processos, um desafio que os líderes devem enfrentar. 

“A requalificação é essencial não apenas para a eficiência operacional, mas também para a satisfação e o engajamento dos colaboradores.” 

Essa perspectiva sublinha a visão de Eduardo de que os líderes devem ser facilitadores da adaptação e do crescimento, tanto tecnológico quanto pessoal.

“A inteligência artificial tem uma colaboração fundamental, mas o futuro é híbrido e diverso.”

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O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quintas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e também fica disponível em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Esta entrevista com Eduardo Carvalho não apenas ilumina o caminho para o futuro dos negócios digitais e a importância do capital humano nesse processo, mas também reitera a necessidade de uma liderança que abrace a diversidade, a inclusão e a inovação. À medida que o mundo corporativo continua a evoluir, as palavras de Eduardo servem como um lembrete da força que reside na combinação da tecnologia com uma gestão humana e inovadora.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: estratégias bem-sucedidas para aproveitar o Carnaval

Foto Pexels

 “Nós sempre dizemos que só constrói marca forte quem entende de gente.  Por isso, entender como se faz a conexão entre Carnaval e marcas, depende essencialmente de compreender o que é essa verdadeira catarse na vida dos consumidores”.

Jaime Troiano

O Carnaval, uma das festividades mais aguardadas e emblemáticas do calendário brasileiro, não apenas celebra a cultura e a alegria inerente ao povo do Brasil, mas também se apresenta como um período estratégico e crucial para o marketing e a identificação de oportunidades pelas marcas. No programa “Sua Marca Vai Ser Um Sucesso”, apresentado por Jaime Troiano e Cecília Russo, na CBN, o foco se volta para como as marcas podem aproveitar a efervescência do Carnaval para fortalecer sua conexão com o público.

Cecília Russo ressalta a singularidade do Carnaval brasileiro em comparação com outras festas globais, destacando a expectativa do público e a receptividade às marcas que se fazem presentes neste período.

“Carnaval é uma das datas mais esperadas e importantes… um habitat natural para marcas, especialmente as de cerveja, que encontram nesse espaço a perfeita combinação de descontração, alegria e celebração.”

Jaime Troiano, por sua vez, oferece uma perspectiva histórica e cultural, referenciando o sociólogo Roberto da Matta para ilustrar como o Carnaval desafia as normas sociais, permitindo uma liberdade de expressão única.

“Carnaval é o momento de romper os limites…”

Muito além da cerveja

O programa também enfatiza a importância de uma conexão autêntica entre marcas e consumidores durante o Carnaval. Cecília Russo e Jaime Troiano concordam que, além da presença tradicional de marcas de bebidas, categorias como beleza e saúde encontram no Carnaval uma oportunidade para atender às necessidades específicas dos consumidores, como maquiagem e cuidados para quem exagera na festa. 

Uma estratégia bem-sucedida no Carnaval, segundo os apresentadores, depende do entendimento profundo do que representa essa festa para o público e de como as marcas podem genuinamente agregar valor a essa experiência. A recomendação de Cecília é clara: 

“Descubra se há uma autêntica conexão entre a necessidade que o consumidor tem nessa época e se a sua marca pode de fato atender”

A marca do Sua Marca 

Como em qualquer outro período do ano, não permita que sua marca seja uma  oportunista. Para ela entrar, na avenida ou na folia do Carnaval descubra se há uma autêntica conexão entre alguma necessidade que o consumidor tenha nessa época e ela possa atender. 

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A apresentação é de Jaime Troiano e Cecília Russo. 

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: o que se aprende diante da cancela de trem

“Nas estradas de ferro do interior, havia sempre um aviso antes de cruzar os trilhos: pare, olhe, escute” 

Cecília Russo

A construção de uma marca não é apenas uma questão de criatividade ou sorte; ela envolve uma série de estratégias e práticas fundamentais. Os ensinamentos para que a empresa, o produto ou o serviço que essa marca representa trilhem um caminho de sucesso podem ser encontrados em diversos lugares. Até mesmo diante da cancela de um trilho de trem, como destacaram Jaime Troiano e Cecília Russo, no comentário Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, da CBN.

Jaime e Cecília se inspiraram nos três alertas que estão na placa de segurança que costuma fazer parte deste cenário: pare, olhe e escute. São três atitudes essenciais, baseadas em palavras simples que ajudam no processo de construção e ajuste de marca eficaz.  

“Vamos lembrar que pare, olhe, escute é sempre o verbo conjugado no imperativo. Tem o sentido assertivo de algo a fazer”.

Jaime Troiano


Os três sinais de alerta

O “pare” representa uma atitude de cautela e reflexão. Nessa fase, é crucial evitar julgamentos precipitados e estar aberto a novas ideias, uma prática especialmente valiosa para marcas em fase inicial. Este momento de pausa permite absorver informações, sem a interferência do orgulho ou preconceitos.

A segunda fase, “olhe”, é descrita como um período de observação e análise. Aqui, a marca deve absorver as impressões recebidas anteriormente e começar a formar uma visão analítica. Esta etapa envolve olhar tanto para o mundo externo quanto para o interno da marca, garantindo que as estratégias façam sentido para ambos os lados. Esta fase ativa no processo de branding é crucial para construir os alicerces da marca.

Por fim, “escute” é a etapa onde as reações e feedbacks do público são recebidos. Troiano enfatiza a importância da humildade e atenção nesta fase, pois as reações negativas podem ser desafiadoras, mas são essenciais para o refinamento da marca. A eficácia das fases anteriores de “parar” e “olhar” se reflete aqui, pois uma abordagem dedicada e honesta tende a minimizar reações adversas.

“Uma regra é sempre verdadeira: as reações serão menos negativas na fase do escute quanto mais você tiver sido dedicado e honesto consigo mesmo no pare e olhe”.

Jaime Troiano

Além dessas estratégias, é importante reconhecer que, mesmo seguindo essas etapas cuidadosamente, o sucesso não é garantido. No mundo dinâmico do branding, a agilidade e a capacidade de adaptação são fundamentais. 

“Mesmo com todos esses cuidados, não existe segurança total nesses  processos de branding. Tem sempre um trem passando sobre o Pica-Pau – lembra dos desenhos animados?”

Cecília Russo

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

Jaime Troiano e Cecília Russo, com sua experiência no campo do branding, oferecem uma perspectiva prática e realista, essencial para qualquer pessoa envolvida na criação ou gestão de marcas. A aplicação dessas estratégias pode ser a chave para cruzar a linha do trem do mercado com segurança e sucesso. O comentário vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A sonorização é do Paschoal Júnior:

Mundo Corporativo: Victor Piana, do AC Camargo, propõe que saúde dos funcionários seja tratada como estratégia da empresa

Victor Piana em entrevista ao Mundo Corporativo. Foto de Priscila Gubiotti

“A empresa tem um papel muito importante na condução da saúde do seu colaborador e eu acho que terceirizar menos o “problema” para alguém é trazer ele para dentro de casa, e entender a saúde como um elemento estratégico da instituição”.

Victor Piana, AC Camargo Cancer Center

Na esfera corporativa contemporânea, a saúde dos colaboradores emergiu como um fator crítico, impactando não só o bem-estar individual, mas também a eficiência organizacional e a sustentabilidade financeira. Esta realidade foi enfatizada por Victor Piana, diretor-geral do A.C. Camargo Cancer Center, em uma entrevista no programa “Mundo Corporativo” da CBN. Através de suas observações, Dr. Piana fornece uma perspectiva valiosa sobre a importância da gestão proativa da saúde no ambiente de trabalho.

O entrevistado ressalta uma preocupação predominante no cenário atual: muitas empresas ainda tratam a saúde dos colaboradores como um mero benefício, similar a um vale-alimentação ou refeição. Esta abordagem resulta em uma gestão ineficaz da saúde, onde o uso dos serviços médicos é relegado a situações de emergência, elevando os custos sem promover uma saúde efetiva. Ele observa que o ingresso frequente em pronto-socorros inicia “a jornada do desperdício”, destacando a necessidade urgente de uma mudança de mentalidade nas empresas.

“É hora do CEO e de toda a diretoria entende qual é o momento de saúde do time que você cuida e de que forma a gente pode ajudar essas pessoas a trabalhar muito mais no campo da prevenção do que o consumo pontual de pronto-socorro, que a gente sabe: não faz bem ao paciente, não faz bem o sistema”.

O exemplo prático do A.C. Camargo Cancer Center, conforme descrito por Dr. Piana, ilustra como uma abordagem proativa pode trazer benefícios significativos. Desde a implementação de seu programa de saúde “Viva Bem” em 2017, a instituição observou não só uma melhoria notável na saúde e bem-estar dos colaboradores, mas também uma redução substancial nos custos. Dr. Piana revela que “em seis anos, pagamos 3 milhões a menos para o plano de saúde do que em 2017”, mesmo com uma inflação médica acima de 100%. Este dado ressalta a eficácia do investimento em prevenção e gestão da saúde.

Essas informações reforçam a ideia de que cuidar da saúde dos funcionários vai além da responsabilidade corporativa; é uma estratégia inteligente e rentável. Dr. Piana sugere que as empresas devem adotar uma visão mais holística e preventiva da saúde, transformando-a em um componente estratégico crucial para o sucesso organizacional. Ele enfatiza que a saúde dos colaboradores pode estar atrelada a resultados financeiros positivos, vinculando diretamente o bem-estar dos funcionários ao sucesso da empresa.

O caso do A.C. Camargo é um exemplo poderoso de como a gestão eficiente da saúde dos colaboradores beneficia todos – os próprios funcionários, a empresa e a sociedade. Investir na saúde dos funcionários não é apenas uma questão ética, mas uma estratégia essencial para criar um ambiente corporativo saudável e produtivo. Como Dr. Piana aponta, é imperativo que as empresas “entrem no jogo” da gestão da saúde, adotando práticas que promovam o bem-estar e a sustentabilidade.

“Se você cuidar da saúde do colaborador ou daquele indivíduo, ele percebe que você está cuidando dele e ele cuida da empresa, também”.

Esta perspectiva abrangente sobre a gestão da saúde corporativa não só melhora a qualidade de vida dos funcionários, mas serve como um catalisador para um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e financeiramente sustentável. Portanto, as empresas que buscam não só a prosperidade, mas também a responsabilidade social, devem considerar seriamente a implementação de estratégias focadas na saúde e no bem-estar dos seus colaboradores.

Assista ao Mundo Corporativo

A gravação do Mundo Corporativo pode ser assistida, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas, no canal da CBN no YouTube e no novo site da CBN. O programa vai ao ar e aos sábados, no Jornal da CBN, domingos, às dez da noite, em horário alternativo. Também está disponível em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Renato Barcellos, Letícia Valente, Priscila Gubiotti e Rafael Furugen.