Skank

Samuel Rosa, líder do Skank, tem ideias conflitantes sobre o gênero musical da sua banda. Não se considera roqueiro, mas faz “rock brasileiro”. A verdade é que a insatisfação do vocalista e guitarrista carregou uma das bandas mais importantes do país nos últimos 30 anos: quantos artistas possuem hits radiofônicos do peso de “Garota Nacional” e “Te Ver” e podem transitar entre intelectuais e fãs de britpop? O Skank surgiu em Belo Horizonte, em 1991, início de um dos períodos mais férteis da música jovem brasileira, quando ritmos globais se fundiram com batidas e sotaques, sem preconceitos. No caso de Rosa, Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferretti (bateria), a vontade era mesclar o dancehall jamaicano com as tradições pop brasileiras. O primeiro álbum, lançado de maneira independente em 1993, não recebeu a atenção do público, mas rendeu um contrato com a Sony Music. Apesar de um início conturbado na nova casa, os mineiros equilibraram interferências para lançar Calango, álbum de 1994 que transformou a banda ao emplacar sucessos como “Jackie Tequila” e “Pacato Cidadão”. O pop-rock com base de reggae do Skank passou a lotar festivais. A fórmula (e o produtor Dudu Marote) se manteve em O Samba Poconé, de 1996, quando o grupo tomou as rédeas da fama: fez parceria com Nando Reis na gigante “É uma Partida de Futebol”, consolidou o lado romântico em “Tão Seu” e ganhou as paradas internacionais com “Garota Nacional”. Em 2003, o Skank deu uma guinada na carreira com Cosmotron, trabalho que abandonou a veia regueira e adotou influências de britpop, The Beatles, MPB mineira e rock psicodélico. A mudança foi bem recebida pela crítica e também pelos fãs, que transformaram “Dois Rios” e “Amores Imperfeitos” em hits. Sempre buscando inovar na divulgação das suas músicas, a banda conseguiu o feito de se manter relevante e comercial até anunciar a aposentadoria, em 2019.