Se o ministro da Economia, Paulo Guedes, já enfrentava sérias dificuldades para fazer avançar sua agenda de reformas no Congresso, o presidente Jair Bolsonaro pode ter criado, neste domingo, mais um (grande) obstáculo para as movimentações do posto Ipiranga.
Diante de um cenário complicado para a economia brasileira, que já sente os efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro deveria buscar aparar as arestas que sempre teve com lideranças do Congresso.
A pavimentação de um caminho de diálogo entre o Planalto e os plenários da Câmara e do Senado abriria espaço para a aprovação de medidas necessárias para debelar dificuldades de curto prazo e outras fundamentais para o fortalecimento da atividade econômica ao longo dos próximos anos. De tabela, reduziria a chance de parlamentares descontentes aprovarem surpresas bilionárias como o que ocorreu na semana passada, com a derrubada do veto do BPC.
O presidente optou pelo caminho inverso. Saiu do Palácio da Alvorada e foi tirar fotos com manifestantes que estavam em frente ao Palácio do Planalto, criticando o Congresso, seus líderes, e os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A turma do mercado financeiro já entendeu que o clima que já não era bom em Brasília, tende a ficar bem pior.
— A ida do presidente às manifestações deixa claro que ele não tem nenhuma responsabilidade com a agenda econômica do país — resumiu o deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que foi o presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara no ano passado.
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