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O cenário que fará Bolsonaro entrar de cabeça na eleição do Rio

Crivella e Bolsonaro dançam em evento evangélico: depois de encontro, presidente mantém apoio velado ao prefeito Crédito: O Globo

O presidente Jair Bolsonaro só pretende entrar de cabeça na campanha eleitoral para prefeito do Rio de Janeiro neste ano se o deputado Marcelo Freixo, do PSOL, estiver no segundo turno enfrentando o prefeito Marcelo Crivella. Bolsonaro quer levar a polarização entre direita e esquerda para a etapa final da disputa. Seria um confronto que o presidente interpreta como favorável para o lado conservador.

Depois de terem dançado juntos num evento gospel, Bolsonaro mantém um apoio velado ao prefeito. A proximidade maior é evitada por causa das crises sucessivas na gestão municipal, da impopularidade de Crivella e do temperamento desconfiado do presidente. Mas Bolsonaro entrará de sola em um eventual segundo turno com Freixo, que deverá ter a ex-governadora Benedita da Silva como vice. Ficaria, na avaliação de aliados do presidente, evidente a necessidade de reeditar a polarização com uma chapa que inclua o PT.

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Eleições municipais, em princípio, são uma arena de discussão de problemas do município, e o Rio tem muitos.Assim, uma polarização ideológica soaria deslocada. Mas Bolsonaro também conta com o PSOL para afastar um pouco o foco de temas como estragos causados pelas chuvas, para citar um tópico relativo à gestão que está na ordem do dia. Em 2016, em plena reta final das eleições, uma ala do partido de Freixo divulgou uma nota pública para criticar Shimon Peres depois da morte do chanceler israelense. É improvável que a disseminação do comunicado tenha atraído votos de comunidades carentes da Zona Oeste, a região que determina, no fim das contas, quem será o prefeito do Rio. Mas é mais do que certo que tirou de Freixo votos da comunidade judaica. Em uma polarização, todo voto conta.

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