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“O desfile das escolas de samba este ano promete ser dos melhores dos últimos tempos. Consumo reprimido de festa e alegria e esperança de novos tempos na política são nossos maiores aliados. Chico Buarque e Francis Hime especularam lindamente o que ocorreu no ano passado: “e se o carnaval cair em abril?”
Agora chegou a hora certa. As escolas de samba vão emocionar com enredos que retratam o Brasil profundo, dos búfalos de Marajó à Bahia, dos bonecos de barro do nordeste e líderes como Lampião, às raízes africanas, crenças e rituais, sincretismo religioso, lendas gregas e egípcias, tudo marcado pela denúncia de racismo, homofobia, machismo e outros preconceitos, como tem sido praxe. Existe uma crise criativa de enredos? Não me parece, pois são bem mais sofisticados que há quarenta anos.
O público vai vibrar com o passado das próprias escolas e a força dos sambistas e compositores como Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho. Jovens carnavalescos talentosos produziram histórias que vão encantar a multidão com suas alegorias e fantasias, numa safra de bons sambas-enredo com belas melodias e refrãos que vão pegar firme na Avenida”.
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