Ancelmo Gois
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Informações da coluna

Não é de hoje que os sertanejos estão presentes na política brasileira. A pesquisadora Marcela Telles, doutora pela UFMG, mergulhou no universo desse estilo musical durante os anos 1964-1985 e lançou o livro “Canção sertaneja e política agrária durante a ditadura militar”. Foi neste período que os militares incentivaram um projeto de Brasil rural, visando a expandir as áreas de cultivo e modernizar a produção agropecuária para atender às demandas do mercado internacional.

Segundo a pesquisadora, “ao mesmo tempo em que faziam canções alinhadas com o projeto de modernização agrária da ditadura militar, esses músicos cantavam com melancolia sobre o fim de paisagens, profissões e modos de vida imposto pela execução desse mesmo projeto”.

Veja a dupla Zilo e Zalo que fez a música “A grande esperança”, cantada aos quatro ventos durante a ditadura, em 1965. Um trechinho: “A classe roceira e a classe operária/ ansiosas esperam a reforma agrária/ sabendo que ela dará solução/ Para situação que está precária/Saindo projeto do chão brasileiro”

Já Tonico e Tinoco, considerada uma das duplas sertanejas mais importantes do período, gravaram “Pra frente sertão’, em 1971, que diz assim: “soldado sem farda/ que ajuda a nação/Brasil pra frente/ Pra frente sertão”.

No ano da Constituição, 1988, Almir Sater e Renato Teixeira gravaram a música “Peão”, mostrando a saudade das paisagens rurais: “ Ventos que arrombam janelas/E arrancam porteiras/Espora de prata riscando as fronteiras/ …/ Um abraço apertado/ E um suspiro dobrado/ Não tem mais sertão.”

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