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Investigações criminais, bastidores do poder e a vida política de Brasília

Informações da coluna

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É colunista do GLOBO em Brasília e colaboradora da revista "Época". Passou pelas redações de "Folha de S.Paulo", "Veja", "Istoé", entre outras publicações.

Por Bela Megale

O filho do general da reserva e ex-ministro de Jair Bolsonaro Carlos Alberto Santos Cruz é um dos alvos de busca e apreensão da operação “Última Milha”, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira. Caio Cesar dos Santos Cruz é apontado pelos investigadores como representante da empresa que vendeu para a Agência Brasileira de Investigação (Abin) o sistema secreto que monitorou, ilegalmente, por meio da rede de telefonia celular, a localização de pessoas durante o governo passado.

O sistema FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, foi adquirido na época da intervenção federal na Segurança do Rio de Janeiro, no governo Temer, sob o argumento de combater o crime organizado. O uso amplo da ferramenta, porém, aconteceu na gestão do delegado Alexandre Ramagem no comando da Abin, no governo Bolsonaro.

General Santos Cruz participa de sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito — Foto: Jorge William / Agência O Globo
General Santos Cruz participa de sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito — Foto: Jorge William / Agência O Globo

O uso irregular da ferramenta, revelado pelo GLOBO em março, gerou questionamentos internos na Abin e levou à abertura de um procedimento interno para apurar o caso.

Como informou a colunista Malu Gaspar, jornalistas, advogados, políticos e adversários do governo Bolsonaro estão entre as pessoas que foram monitoradas ilegalmente por um grupo de agentes.

Além da prisão preventiva de dois agentes da Abin, a operação cumpre 25 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Procurado, Santos Cruz não atendeu aos contatos da coluna.

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