O filho do general da reserva e ex-ministro de Jair Bolsonaro Carlos Alberto Santos Cruz é um dos alvos de busca e apreensão da operação “Última Milha”, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira. Caio Cesar dos Santos Cruz é apontado pelos investigadores como representante da empresa que vendeu para a Agência Brasileira de Investigação (Abin) o sistema secreto que monitorou, ilegalmente, por meio da rede de telefonia celular, a localização de pessoas durante o governo passado.
O sistema FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte, foi adquirido na época da intervenção federal na Segurança do Rio de Janeiro, no governo Temer, sob o argumento de combater o crime organizado. O uso amplo da ferramenta, porém, aconteceu na gestão do delegado Alexandre Ramagem no comando da Abin, no governo Bolsonaro.
O uso irregular da ferramenta, revelado pelo GLOBO em março, gerou questionamentos internos na Abin e levou à abertura de um procedimento interno para apurar o caso.
Como informou a colunista Malu Gaspar, jornalistas, advogados, políticos e adversários do governo Bolsonaro estão entre as pessoas que foram monitoradas ilegalmente por um grupo de agentes.
Além da prisão preventiva de dois agentes da Abin, a operação cumpre 25 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Procurado, Santos Cruz não atendeu aos contatos da coluna.