Bela Megale
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Investigações criminais, bastidores do poder e a vida política de Brasília

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Bela Megale

É colunista do GLOBO em Brasília e colaboradora da revista "Época". Passou pelas redações de "Folha de S.Paulo", "Veja", "Istoé", entre outras publicações.

Por Bela Megale

Integrantes da atual gestão da Agência Brasileira de Investigação (Abin) dificultaram o acesso da Polícia Federal a dados considerados essenciais para o avanço das investigações que envolvem o órgão.

Durante a realização das buscas na sede da Abin, na quinta-feira passada, membros da equipe do atual diretor, Luiz Fernando Corrêa, dificultaram que a PF tivesse acesso ao Centro de Inteligência Nacional. É lá onde estão os arquivos com informações sobre todas os monitoramentos ilegais realizados na gestão de Jair Bolsonaro. Para os investigadores, a apreensão desses dados é essencial para explicar a escolha dos alvos de dossiês elaborados, de maneira irregular, pela Abin.

O argumento dos agentes para impedir a busca e apreensão dos policiais no local foi o de que a decisão proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes era genérica. A dificuldade para realizar a ação no Centro de Inteligência Nacional foi tamanha que a PF precisou solicitar ao magistrado um novo pedido de busca na Abin.

No documento, emitido enquanto a operação acontecia, Moraes detalhou o alcance das buscas na sede da Abin, inclusive citando a possibilidade de prisão em flagrante para quem criasse embaraços para a investigação.

Foi só a partir daí que a PF conseguiu acessar as pastas virtuais que trazem todos os dados sobre as vítimas de monitoramento ilegal e os motivos que levaram a Abin a estabelecer esses alvos.

Para os investigadores, o embaraço para acessar esses dados e o fato de a Abin não ter franqueado as informações à PF evidenciam que a postura da atual gestão, mesmo no governo Lula, é a de não colaborar com o inquérito.

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