Bela Megale
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Investigações criminais, bastidores do poder e a vida política de Brasília

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Bela Megale

É colunista do GLOBO em Brasília e colaboradora da revista "Época". Passou pelas redações de "Folha de S.Paulo", "Veja", "Istoé", entre outras publicações.

Por Bela Megale

Durante a reunião ministerial em que convocou ministros a agirem antes da eleição, o então presidente Jair Bolsonaro desferiu ataques a ex-integrantes do governo. Sem citar nomes, diz que “traíras” militares passaram pelo seu governo.

— Olha os traíras que já passaram pelo nosso governo, inclusive, militares. Tem um militar aí, general, que tinha interesse em compra de armamento em Israel através do respectivo filho, vira inimigo mortal da gente. Olha o outro que foi, aqui, porta-voz. Ficou um ano sem fazer porra nenhuma aqui, porque eu acabei com a figura do porta-voz, mas quando ele foi embora, não interessa o motivo, virou grande escritor de jornal para sacanear a gente — afirmou Bolsonaro.

Veja vídeo da reunião de Bolsonaro:

Bolsonaro diz que 'traíras que já passaram pelo nosso governo, inclusive militares'

Bolsonaro diz que 'traíras que já passaram pelo nosso governo, inclusive militares'

O ex-presidente não cita os desafetos nominalmente, mas faz referência, primeiramente, ao general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi um dos primeiros militares a deixar seu governo. O filho dele, Caio Cesar dos Santos Cruz, é representante de uma empresa israelense. Em 2023, ele chegou a prestar esclarecimentos à Polícia Federal na investigação da Abin Paralela, por ter vendido o sistema de monitoramento para o governo.

Em seguida, no vídeo, Jair Bolsonaro se refere ao general Rêgo Barros, que foi porta-voz no seu primeiro ano de governo.

— Olha o outro traíra que eu mandei para os Estados Unidos. Dei emprego pra ele de 22 mil dólares por mês, né, Paulo Guedes? O outro irmão dele. 10 mil dólares por mês. E o cara vira inimigo. E alguns preocupados dele ser preso. Não vai ser preso. Ele está pronto pra fazer uma delação premiada no Supremo. O que ele vai falar? O que der na cabeça dele.

O então presidente também dispara insultos contra os irmãos Abraham e Arthur Weintraub, ex-ministro da Educação e ex-assessor da Presidência, respectivamente.

Bolsonaro faz um discurso de suposta perseguição a integrantes de seu governo e cita nominalmente o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, que pediu demissão em meio a denúncias de que dois pastores atuavam como lobistas da pasta e pediam propina a prefeitos para destravar recursos da sua área.

O ex-presidente também faz referência ao ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães, após denúncias de assédio sexual de funcionárias do banco.

— Vocês são alvo para qualquer coisa, também. Olha o Milton aí, pagando um preço, aí. Olha o presidente da Caixa pagando um preço, também.

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