Bela Megale
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Investigações criminais, bastidores do poder e a vida política de Brasília

Informações da coluna

Bela Megale

É colunista do GLOBO em Brasília e colaboradora da revista "Época". Passou pelas redações de "Folha de S.Paulo", "Veja", "Istoé", entre outras publicações.

Por Bela Megale

A deputada federal Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, saiu em defesa do colega de partido Chiquinho Brazão, no grupo de WhatsApp da bancada de senadores de sua legenda. A coluna teve acesso às mensagens.

A parlamentar se colocou contra a expulsão de Brazão, decidida, por unanimidade, em uma reunião da executiva nacional da sigla convocada para esta noite. Chiquinho Brazão foi preso neste domingo com seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Domingos Brazão. Ambos são acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco.

— Acho que o União é um partido que não pode sair culpando ninguém, haja vista sua administração… expulsar um membro do partido enquanto o poder se bate de frente com uso de ameaças e armas pesadas… não se resolveram ainda e querem punir aqueles que não têm prova — afirmou Dani Cunha, em referência à disputa interna do União Brasil entre o presidente eleito da sigla, Antônio Rueda, e seu ex-aliado e ex-presidente da legenda, o deputado federal Luciano Bivar.

A deputada ainda pede que todo o grupo político ligado a Brazão, o qual a inclui, seja expulso do União Brasil.

—  Se for para expulsar, peço que expulse o grupo todo, que já quer sair há muito tempo. Que não se identifica com essa tomada no partido, tampouco este tipo de briga — disse Dani Cunha, mais uma vez em referência à disputa interna no União.

Em resposta, o deputado Fábio Schiochet (União-SC) perguntou qual seria a lógica de expulsá-los, já que eles não têm relação com o assassinato de Marielle. O parlamentar disse ainda “não é o partido que está falando (que Brazão é criminoso), é o STF! O partido não pode ser associado a esse tipo de conduta, para nós fica muito ruim”.

A filha de Cunha ainda questionou o relatório da Polícia Federal que aponta os irmãos Brazão como mentores do crime e disse que esse documento "não prova nada".

— A presunção de inocência existe até que se prove o contrário. Viu a arma? Viu sangue?

A deputada ainda fala sobre os áudios do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid. Nas gravações, ele disse que foi pressionado pela Polícia Federal a falar sobre informações que desconhecia ou que não existiam. Depois, em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), Cid teve conduta oposta e confirmou as informações de sua delação premiada, afirmando que o acordo foi espontâneo.

— Voce não viu o áudio do coronel Cid, não? Onde colocam palavras na boca das pessoas — disse a parlamentar.

Dani Cunha afirma ainda que, com a expulsão de Brazão, "o precedente (da expulsão) está feito".

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