Bela Megale
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Investigações criminais, bastidores do poder e a vida política de Brasília

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Bela Megale

É colunista do GLOBO em Brasília e colaboradora da revista "Época". Passou pelas redações de "Folha de S.Paulo", "Veja", "Istoé", entre outras publicações.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou os pedidos de suspensão temporária de pagamentos de duas operações de empresas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

O banco estatal paralisou, por 12 meses, os pagamentos de empréstimos feitos ao Aeroporto Internacional de Porto Alegre (Aeroporto Salgado Filho) e à Rodovia RSC-287. Hoje o terminal é administrado pela Fraport Brasil e a estrada pela Rota de Santa Maria.

A suspensão da quitação da dívida do aeroporto vale a partir de julho e acontece por meio do Programa de Suspensão de Pagamentos para Operações de Empresas e Produtores Rurais do Rio Grande do Sul.

Desde o início de maio, o aeroporto teve as suas atividades paralisadas pela catástrofe climática que atingiu o estado. No ano passado, mais de 7,5 milhões de pessoas e 38.840 toneladas de cargas passaram pelo terminal. Segundo a Fraport Brasil, sua recuperação custará R$ 1 bilhão e a previsão é que ele volte a operar em dezembro.

Nestes 12 meses, não haverá cobrança de valores adicionais e o aeroporto não será considerado inadimplente. Também haverá a liberação do saldo existente em conta reserva – separada para despesas com o empréstimo, mas ela deve ser recomposta proporcionalmente pelos 12 meses subsequentes, ao término do período.

Em 2018, o BNDES aprovou financiamento de R$ 1,25 bilhão à concessionária para ampliar e modernizar a infraestrutura do Salgado Filho. Com prazo de 20 anos para ser quitado, o apoio correspondeu a mais de 60% do total dos R$ 1,6 bilhão investidos na obra.

— Além de impulsionar a economia, o aeroporto tem um papel central para a sociedade gaúcha. Ele é um dos principais pontos de conexão do estado com o resto do Brasil, sendo importante para fomentar negócios, turismo e reaproximar as famílias — afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Ele aponta também que a suspensão do pagamento da dívida e a liberação de recursos em contas de garantia reduzem as obrigações e reforçam o caixa da concessionária Fraport.

— A travessia deste momento será fundamental para a recuperação do estado. O governo do presidente Lula está atento para dar as condições necessárias para reconstrução, tanto do aeroporto como do setor produtivo do Rio Grande do Sul — disse.

Outra operação beneficiada pela suspensão do pagamento da dívida foi a concessionária Rota de Santa Maria. A estrada RSC-287 também foi danificada com as enchentes, sendo interditada em vários trechos.

Com 204,5 km de extensão, a rodovia liga os municípios de Tabaí a Santa Maria. Neste caso, o BNDES aprovou a alteração da data de vencimento das debêntures emitidas pela concessionária de 2046 para 2047. Em junho passado, foram captados R$ 250 milhões para a estrada.

Depois das chuvas, quatro trechos da rodovia tiveram danos graves, que exigem obras complexas de reconstrução.

— O desafio é manter as empresas solventes e operacionais neste momento, com capacidade para cumprimento das obrigações de curto prazo, especialmente a manutenção dos empregos. Concatenado à suspensão de pagamentos de serviço de dívida, anunciamos medidas de crédito para reconstrução e recomposição do capital de giro das empresas — afirma o superintendente da área de Infraestrutura do BNDES, Felipe Borim.

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