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A ida de deputados bolsonaristas à Argentina, no mês passado, com pedidos de asilo político aos fugitivos do 8 de janeiro, foi um tiro no pé. A viagem chamou a atenção, tanto de autoridades policiais argentinas, sobre a permanência de foragidos da Justiça, como despertou na Polícia Federal e no Supremo Tribunal Federal (STF) a suspeita de que a fuga pode ter sido um movimento orquestrado.
A PF desconfia que houve o envolvimento de terceiros na facilitação da fuga dos cerca de 65 brasileiros que estão no país vizinho. Todos são investigados na Operação Lesa Pátria por envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Como antecipou a coluna, o governo brasileiro pedirá à Argentina a extradição dos foragidos após o Supremo Tribunal Federal emitir a ordem. Os depoimentos deles evidenciarão se houve um plano de fuga orquestrado com envolvimento de outras pessoas. Caso a suspeita se confirme, a PF abrirá uma investigação para apurar o caso.
No mês passado, os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel Van Hattem(Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União-SE) foram a Buenos Aires participar de um evento promovido pela deputada argentina Maria Celeste Ponce, aliada do presidente Javier Milei. Os parlamentares pediram asilo político para os brasileiros condenados e considerados foragidos pelos ataques golpistas.
Van Hattem disse que nunca pediu asilo político aos foragidos do 8 de janeiro. O deputado afirmou, por meio de sua assessoria, que a fala feita por ele no Congresso argentino foi "referência aos brasileiros que moram no Brasil, que, na sua opinião, são perseguidos políticos e que devem poder viver em liberdade".