Bela Megale
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Investigações criminais, bastidores do poder e a vida política de Brasília

Informações da coluna

Bela Megale

É colunista do GLOBO em Brasília e colaboradora da revista "Época". Passou pelas redações de "Folha de S.Paulo", "Veja", "Istoé", entre outras publicações.

Aliados de Jair Bolsonaro têm notado uma mudança nas postura do ex-presidente em relação à sua defesa no caso das joias. Segundo integrantes do PL, foi só depois que o relatório da Polícia Federal se tornou público, na segunda-feira, que Bolsonaro passou a falar claramente que determinou a venda das joias.

A leitura de aliados é que a confissão de seu envolvimento na operação de venda é consequência dos detalhes que a investigação policial mostrou sobre a participação de Bolsonaro nas vendas dos itens nos EUA.

A mudança de postura é vista como um sinal de que Bolsonaro passará a ter uma nova linha de defesa, na qual admitirá que determinou a venda dos itens e que tinha conhecimento das operações, diante das fartas provas trazidas pela PF. A interlocutores, Bolsonaro disse que “não tinha o que fazer com aquilo” e mandou “passar para frente”. Quando o caso veio à tona, a defesa de Bolsonaro negou qualquer tipo de conhecimento sobre joias e venda de itens.

O ex-presidente, no entanto, sinaliza que culpará a área de acervo da Presidência por suas ações, afirmando que a orientação que recebeu foi a de que os presentes eram seus e que poderia lhes dar o tratamento que bem entendesse.

Será difícil para Bolsonaro explicar porque não submeteu ao registro e à análise do acervo itens como o relógio Patek Philippe, que ganhou do regime saudita. A peça foi vendida com um relógio Rolex e rendeu US$ 68 mil a Bolsonaro, pagos de maneira fracionada e em espécie, segundo a PF.

O documento mostra que o ex-presidente enviou para o ex-ajudante de ordens Mauro Cid o certificado do Patek Philippe e uma imagem de que o modelo poderia custar cerca de US$ 50 mil. O ex-presidente também acessou uma página de leilão na internet onde joias foram oferecidas.

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