O governador do Rio, Cláudio Castro, saiu em defesa dos policiais envolvidos em abordagem racista a três adolescentes negros em Ipanema.
O caso foi gravado pelas câmeras de segurança de um edifício. De armas em punho, dois PMs renderam os jovens e os revistaram com truculência antes de pedir documentos.
Com idades entre 13 e 14 anos, os adolescentes eram filhos de diplomatas de Canadá, Gabão e Burkina Faso. Eles estavam acompanhados de dois jovens brancos, que não foram revistados.
Na terça-feira, Castro saiu em defesa dos PMs:
— O pessoal ficou falando da questão de racismo, mas tinham jovens negros e brancos — disse.
— É muito complicado pro policial saber se é filho de um diplomata ou se é alguém que tá cometendo um delito. Crucificar o policial é o mais fácil — acrescentou.
Caberia perguntar ao governador se, na visão dele, um jovem negro só pode circular em Ipanema se for filho de diplomata ou criminoso.
Nesta quarta, Castro voltou a defender os PMs e criticou o Itamaraty, que pediu desculpas às embaixadas dos três países e cobrou uma investigação do caso.
— Depois de achincalharem a polícia, mandaram ofício. Perderam tempo em mandar ofício — afirmou.
As imagens e os relatos das famílias deixam claro que houve racismo na abordagem policial. Ao negar a discriminação e sair em defesa dos PMs, o governador ofende as vítimas e se solidariza com os algozes.
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