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Informações da coluna

Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

Por Rennan Setti

A Saraiva está relançando seu e-commerce e retomando os planos de expansão de lojas físicas, em um dos primeiros passos da livraria centenária desde que fechou acordo com credores, em agosto. O CEO Marcos Guedes admite que a empresa — em recuperação judicial desde 2018 — ainda não está salva e tem geração de caixa insuficiente, mas quer reconquistar leitores e voltar a crescer seu faturamento.

Algum fôlego pra isso a rede ganhou. Os credores permitiram que a Saraiva converta R$ 163 milhões das dívidas em ações. Outros R$ 300 milhões só serão pagos a partir de 2026. A família Saraiva perderá o controle do negócio.

A remodelação do e-commerce — do qual, aliás, a Saraiva tentou se desfazer durante a RJ — foi encomendada a Germán Quiroga, guru do varejo eletrônico que participou da criação da B2W e foi conselheiro de Locaweb e Centauro. O site está voltando a ser um marketplace, onde vendedores terceiros poderão oferecer produtos como eletrônicos, mas com curadoria da Saraiva. Ela própria, porém, venderá apenas livros e artigos de papelaria. Praticamente todo o estoque estará pulverizado pela rede de lojas físicas.

— Não queremos fazer competição de preço, nem inflar o caixa com o site. O plano é aumentar a relevância da Saraiva, complementar as lojas físicas e dar comodidade ao cliente — diz Guedes.

Nas livrarias físicas, a Saraiva está longe do auge: chegou a ter 114 unidades; hoje tem só 32. O plano é retomar a expansão, mas com ambição mais modesta. A expectativa é abrir dez unidades até o fim de 2023. Já este ano, a ideia é inaugurar uma nova loja em São Paulo. Os principais alvos, porém, são cidades menores, com presença rarefeita de livrarias.

— Só vamos vender livros e papelaria. Também não teremos mais megastores. Entendemos que lojas com dimensões de no máximo 500 metros quadrados são o ideal. Vamos reduzir as megastores que restaram. No começo do ano que vem, faremos isso em Porto Alegre, Sorocaba (SP) e Manaus — diz, acrescentando que também avalia lançar lojas no formato de quiosques em shoppings.

Investidor

A rede também retomou os eventos nas livrarias, para gerar tráfego e recuperar credibilidade junto às editoras — que se machucaram com a crise da Saraiva e tinham deixado de vender livros sob consignação. De acordo com Guedes, o relacionamento está sendo restabelecido, e já há grandes editoras como Sextante oferecendo obras em consignação à Saraiva.

O sucesso dessas primeiras ações será determinante para eventual atracão de um investidor estratégico, sustenta o CEO:

— Tenho tido conversas com várias pessoas do mercado, mas a Saraiva machucou muita gente. Os fundos veem a companhia como uma oportunidade, mas também com muita cautela. Mas a Saraiva pode ser salva com mais rapidez se tiver investidor. É uma empresa de varejo que precisa de capital para crescer.

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