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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

Por Mariana Barbosa

A Loft acaba de dispensar 12% do seu quadro de 2,6 mil funcionários, equivalente a 312 pessoas, naquela que é a sua terceira rodada de cortes desde a mudança de cenário para investimentos de risco, com a alta dos juros globais gerando uma crise de liquidez nos fundos de venture capital.

Com esse novo corte, sobe para 855 o número de dispensas desde maio naquela que é uma das startups que mais receberam investimentos de fundos de venture capital no país.

Segundo fontes, a empresa vinha tentando levantar mais recursos com alguns de seus principais investidores, mas em uma modalidade conhecida como "safe round", que é quando um investidor aporta capital com a promessa de lá na frente, numa próxima rodada tradicional, receber as ações. Isso evitaria um corte drástico na avaliação de mercado da startup.

A Loft deu a largada em uma nova onda de demissões que deve acontecer até a virada do ano — e que se soma à onda de cortes realizada no primeiro semestre diante da mudança de cenário macroeconômico.

Em um comunicado, a Loft afirmou que os cortes são resultado de uma “reestruturação” após a integração de empresas adquiridas nos últimos anos e que os colaboradores dispensados terão direito a alguns benefícios, como apoio no processo de recolocação profissional.

A empresa também vai estender o plano de saúde para o titular e dependentes por 2 meses. E para funcionários elegíveis, a empresa também está facilitando a participação no plano de stock option.

Os colaboradores foram informados das demissões ao final desta manhã.

A Loft foi a 11a startup a alcançar status de unicórnio no Brasil — o que significa valer mais de U$ 1 bilhão — e também a que chegou lá mais rápido. A proptech fundada em 2018 por Florian Hagenbuch, João Vianna e Mate Pencz foi avaliada em US$ 2,9 bilhões em maio do ano passado, após uma rodada série D de US$ 525 milhões, considerada a maior já realizada por uma startup do Brasil.

A empresa nasceu comprando imóveis para reformar e vender, negócio que se provou difícil de escalar por ser muito intensivo em capital. A empresa partiu para uma onda de aquisições de outras protechs e hoje está envolvida em diferentes etapas da jornada de compra e venda de imóveis, usando a tecnologia para simplificar e viabilizar transações imobiliárias e de crédito.

Em um comunicado, a Loft afirmou que a reestruturação resultou na "simplificação de diversos processos entre a plataforma Loft e as empresas adquiridas, gerando mais sinergias entre as empresas do Grupo, que proporcionarão aumento da eficiência operacional e potencializarão ainda mais nossos resultados". A empresa diz ainda que os cortes não afetam em nada "o fornecimento dos produtos e serviços do Grupo Loft". "O atendimento a corretores parceiros, imobiliárias e clientes diretos — compradores e vendedores — passa a ser mais direto, com a redução de pontos de contato na compra, venda, financiamento imobiliário e contratação de aluguel sem fiador.

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