O BTG Pactual entrou, nesta segunda-feira, com um procedimento arbitral contra a Americanas, disseram fontes à coluna. O procedimento foi iniciado na Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC), uma das principais câmaras arbitrais do país.
O movimento representa uma inflexão na batalha entre as duas empresas, que já havia sido escancarada pelo duro tom empregado em petição judicial do banco contra os principais acionistas da Americanas — Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
A arbitragem é um espaço privado para resolução de conflitos, proporcionando mais celeridade do que a Justiça. Por isso, é o foro de predileção entre companhias de grande porte.
O objetivo do banco de André Esteves é garantir seu direito de receber o que a Americanas lhe deve. Em paralelo, o BTG tenta na Justiça derrubar a liminar obtida pela Americanas na sexta-feira que protegia a varejista contra credores.
O BTG tem R$ 1,9 bilhão a receber da Americanas. Essa dívida se transformou em motivo de guerra no fim da semana passada, quando o banco bloqueou R$ 1,2 bilhões em aplicações da companhia para garantir que a varejista honraria seus débitos em um vencimento antecipado da dívida. Em reação ao bloqueio, a Americanas conseguiu uma liminar na Justiça que proibia esse tipo de movimento por parte dos credores.
A decisão do BTG veio poucos dias depois de a Americanas chocar o mercado ao informar que seu novo CEO estava deixando a companhia após apenas nove dias por ter detectado um buraco contábil de R$ 20 bilhões em seu balanço.
Procurado, o BTG Pactual não quis comentar o assunto. A coluna entrou em contato com a Americanas, mas a empresa ainda não se posicionou.
Inscreva-se na Newsletter: Capital