O Instituto Empresa, que reúne investidores, está pedindo ao Ministério Público Federal do Rio a abertura de investigação sobre o que chama de “incoerências e inconsistências” nos pronunciamentos da Oi. Segundo a associação, os comunicados da operadora geraram oscilações atípicas em suas ações na Bolsa.
O instituto — que também vem atuando na defesa de minoritários da Americanas — lembra que, em agosto, a Oi afirmou nos autos da recuperação judicial que tinha condições plenas de gerir suas dívidas por pelo menos três anos. Um laudo técnico contábil da Licks Contadores Associados corroborava a afirmação. Em dezembro, poucos dias antes de sair da RJ, o CEO da Oi, Rodrigo Abreu, também informou ao mercado que o perfil de dívida havia sido reduzido para cerca de R$ 18 bilhões, com tendência era de queda.
Para a associação, essas manifestações contrariam o que a Oi disse no começo deste mês, quando pediu novamente proteção contra os credores:
“A dívida de curto prazo já passara a ser de R$ 29 bilhões e havia risco, por inadimplência, de cobrança antecipada de outros créditos, levando à companhia a uma situação pré-falimentar”, descreveu o Instituto Empresa. “A saída em dezembro e o potencial retorno à recuperação judicial em fevereiro levaram o mercado a comportamentos de alta e baixa atípicos dos papeis negociados em Bolsa, com incrementos que superaram os 50%. As informações repassadas pela companhia nas duas oportunidades não se demonstram coerentes e induziram os comportamentos dos investidores.”
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