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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

Por Rennan Setti

O processo movido por Alberto Safra contra seus irmãos e sua mãe está apenas no começo, mas uma outra ação em Nova York está andando e pode corroborar as teses do filho do meio de Joseph Safra em seu litígio.

Trata-se de um ação que busca provar que o banqueiro não estava em condições médicas para alterar seu testamento e deserdar Alberto — o que comprovaria que, como argumenta o filho no novo processo, ele foi vítima de uma fraude promovida pelos irmãos.

Segundo pessoas familiarizadas com o caso, a ação foi deferida por um juiz de Nova York no fim do ano passado e vai permitir a produção de provas sobre a incapacidade de Joseph para assinar o testamento. Os primeiros documentos já estão em juízo e médicos de hospitais como o Mount Sinai, de Manhattan, prestarão depoimento. A expectativa é que o caso seja concluído já neste semestre.

Médico do University College de Londres

No processo movido esta semana, Alberto afirma que, embora seus irmãos e sua mãe argumentem que foi Joseph quem decidiu sobre as mudanças que levaram à diluição do filho no Safra National Bank de Nova York, o pai estava “cognitivamente comprometido na ocasião e, ou não aprovou nem assinou os documentos, ou só o fez sob a indevida influência dos acusados.”

De acordo com as fontes, a assinatura dos papéis que levaram à diluição de Alberto se deu poucos dias antes de Joseph ser submetido a uma cirurgia em Nova York e quando seu estado de saúde já estava gravemente deteriorado. (Joseph morreria no fim de 2020).

Em sua petição, Alberto acusa os irmãos e a mãe de terem contratado um médico em novembro de 2019 para atestar que Joseph teria capacidade mental suficiente para tomar decisões. Trata-se de Robert Howard, professor de psiquiatria geriátrica da University College de Londres. Howard teria ido pessoalmente a Genebra examinar Joseph.

Em paralelo, Alberto diz que seus familiares esconderam dele essa contratação e não lhe deram a chance de apontar outro médico para examinar o pai.

Fontes próximas à família Safra sustentam, porém, que Joseph frequentava eventos sociais e até mesmo o banco à época dos fatos questionados por Alberto.

Os argumentos

Assim que o processo se tornou público, os membros da família Safra que são acusados por Alberto divulgaram a seguinte nota:

“Poucos meses após receber doação do sr. Joseph, como antecipação de sua herança, Alberto deixou o Banco Safra, sem atender aos apelos feitos pessoalmente pelo seu pai e iniciou negócio concorrente ao Banco Safra, tendo, inclusive, assediado e contratado vários executivos do grupo. Nessa ocasião, sr. Joseph conversou com diversos executivos solicitando que não acompanhassem Alberto em sua empreitada, já que se tratava de uma afronta a ele próprio. Após diversas recusas de Alberto de mudar seus planos, Sr. Joseph o deserdou e tomou medidas naquele momento”, disseram.

E acrescentaram:

“Agora Alberto promove disputa contra toda a família, dizendo que o pai não teria motivos para fazer o que fez, alegando tratar-se de uma conspiração para prejudicá-lo. A família lamenta o caminho adotado por Alberto, que primeiro atentou contra o pai em vida e agora o faz contra sua memória, e refuta suas alegações.”

Já Alberto emitiu nota dizendo que, “em razão de atos ilegais e agressivos praticados por seus irmãos, Alberto Safra não teve alternativa senão ingressar com ação judicial na Suprema Corte de Nova York para proteger os seus direitos.”

“É lamentável que David e Jacob Safra tenham tomado tais ações ilegais. Por meio da ação judicial, Alberto Safra busca a proteção dos seus direitos”, acrescentou.

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