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Informações da coluna

Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

Por Mariana Barbosa

O CEO do Hurb (antigo Hotel Urbano), João Ricardo Mendes, reconheceu os atrasos no pagamento de hoteis e na emissão de passagens de clientes — como mostrou a coluna na semana passada — e diz que os problemas em seu fluxo de caixa foram provocados por um "bloqueio indevido" de recebíveis pelos bancos onde tem conta.

Em conversa com a coluna, João Ricardo afirmou que a empresa tem R$ 140 milhões de pagamentos vencidos nos últimos 45 dias e a vencer pelos próximos 15 dias, mas teria ficado sem conseguir pagar por conta do bloqueio. Ele diz que está em negociação com os bancos para liberar os recursos e que a empresa tem R$ 860 milhões de contas a receber pela venda de pacotes a prazo.

Em um comunicado a clientes, fornecedores e acionistas ele reconhece a demora para resolver o problema de fluxo de caixa: — Errei, demorei a agir sobre o problema e, agora, só irei parar quando resolvê-lo integralmente, ou seja, até que o nosso último cliente viaje e isso será resolvido o mais rápido possível — afirmou João Ricardo. — O Hurb teve todo o valor de sua conta bancária bloqueado para fins de antecipação de recebíveis, uma vez que parcelamos em 12x no cartão e até 24x no boleto. Ou seja, o dinheiro do Hurb está literalmente travado em uma conta bancária — completou na nota, sem citar nominalmente o Itaú, embora este seja o principal banco com o qual a empresa tem relacionamento. — Concentramos praticamente todos os recebíveis no referido banco, vale lembrar que a companhia não possui nenhum endividamento.

O empresário diz que iniciou a liberação do pagamento de hoteis e a emissão de passagens ainda ontem ao final do dia. A conta dos hoteis é de cerca de R$ 40 milhões. O restante diz respeito principalmente à emissão de passagens aéreas.

Segundo o empresário, 69,7% dos pacotes promocionais vendidos são para viagens que precisam ser realizadas até o final de novembro. Só 2% do estoque de passagens a emitir estariam atrasadas ou fora do prazo estabelecido em contrato.

A empresa opera com pacotes flexíveis, onde o cliente não tem uma data definida para realizar a viagem. Ele escolhe datas de preferência, mas por contrato a empresa não é obrigada a emitir os bilhetes nessas datas. Segundo João Ricardo, nem sempre o cliente compreende as regras e acaba entrando na Justiça ou indo parar no Reclame Aqui. Ainda de acordo com o empresário, a Hurb tem vencido “60% dos processos que chegam aos tribunais”.

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