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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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Foi marcado para o próximo dia 20 o julgamento de Romero Cabral da Costa Neto, o advogado brasileiro que foi preso por agentes do FBI de Washington, em agosto, sob acusação de “insider trading” (uso indevido de informação privilegiada). No começo do mês, Costa Neto declarou-se culpado diante de um tribunal distrital americano.

Nos EUA, o crime de “insider trading” prevê penas de até 20 anos de prisão.

Advogado licenciado do escritório brasileiro Mattos Filho, o carioca atuava como advogado visitante internacional não licenciado para o Gibson, Dunn & Crutcher desde setembro de 2022. Segundo o Departamento de Justiça, ele executou uma série de transações com papéis de empresas que eram clientes do escritório, acessando documentos internos antes de anúncios que movimentariam as ações na Bolsa. Em um dos casos, ele acessou os arquivos mais de cem vezes antes da notícia sem qualquer razão aparente.

A acusação mostra que Costa Neto operou com informações privilegiadas referentes a cinco companhias. No caso de duas delas, que negociavam uma fusão, ele adquiriu 10.400 ações por US$ 49.976 e vendeu no dia seguinte por US$ 92.635.

Em outro caso, Costa Neto comprou ações de empresa cliente do escritório um dia antes de ela tornar pública informação sobre uma droga para tratamento de câncer. A notícia provocou uma alto nos papéis. Depois, quando soube dentro do Gibson, Dunn & Crutcher que uma notícia negativa seria anunciada, Costa Neto prontamente vendeu os papéis. Seu lucro final foi de apenas US$ 1 mil nesse caso, porém.

Por fim, o advogado lucrou US$ 8,5 mil com a compra de ações de companhias petrolíferas que anunciariam uma fusão. Ambas também eram clientes do escritório.

Paralelamente, Costa Neto está sendo processado pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission, a SEC) pela mesma irregularidade.

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