O plano bilionário da espanhola Prima para erguer uma Punta Cana na Bahia

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A empresa de capital espanhol — uma das maiores incorporadoras do Nordeste — está investindo R$ 5 bilhões para transformar uma antiga fazenda de côco de 6,3 mil hectares em um destino que inclui um resort de altíssimo luxo, residenciais multipropriedade, um parque de aventuras e até um aeroporto para receber voos charters internacionais.

O Destino Baixio fica a 120 km de Salvador e tem 14 km de praia, 33 nascentes e 3 lagoas de águas cristalinas, mata virgem abundante e até uma vila de pescadores. A área é cinco vezes maior que a Fazenda Boa Vista, em São Paulo – ou 35 vezes a Costa do Sauipe, no mesmo litoral da Bahia. Só nos residenciais multipropriedade, o Valor Geral de Vendas (VGV) é de R$ 3,8 bilhões.

— Estamos criando uma Punta Cana no Brasil. Não é um projeto, é um destino: com sustentabilidade, infraestrutura, integração da população local. Sem isso, o destino não se consolida nem se mantém — diz o espanhol Rubén Escartín, CEO da Prima.

A Prima já investiu R$ 1,2 bilhão no projeto, valor que inclui a propriedade e a pequena Vila de Baixio. A Vila é quase um laboratório para o empreendimento e abriga o Hotel Ponta de Inhambupe Boutique & SPA e a Pousada Aldeola, que somam quase 50 apartamentos já em operação pela rede Slaviero, além de um pequeno condomínio e um centro comercial.

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A estrela do Baixio é um resort de altíssimo luxo, que vai ocupar uma área de 1200 hectares e 5 quilômetros de praia, com início das obras previsto para 2024. O Lagunas do Baixio é inspirado no premiado resort Mayakoba, no México, e vai abrigar três hoteis: Fasano, Anantara e um terceiro ainda em negociação, cada um com o seu respectivo condomínio de casas. Haverá ainda um beach club e um parque de aventura. Assim como no resort mexicano, os hóspedes e moradores poderão usufruir dos serviços de todos os hoteis.

A propriedade vai abrigar ainda um resort mais popular, com um hotel de 900 apartamentos no conceito all inclusive e um residencial, em uma área de 20 hectares com 1 quilometro de praia. — É um outro conceito de resort, mas que garante a escala para todo o empreendimento — diz Rubén. As obras estão previstas para começar em 2025.

Foram 8 anos no processo de licenciamento ambiental para transformar a Fazenda do Baixio, adquirida como Zona de Área Rural, onde as construções estão limitadas a 10% do terreno, em Zona de Proteção Turística (até 30%). Mas Rubén diz que o projeto prevê a ocupação de 13% da área nesta primeira etapa. — Aprovamos 30%, mas é mais do que precisamos. A natureza é um ativo para nós. Não temos porque estressar o projeto — diz.

O investimento inclui ainda o aeródromo, uma estação de tratamento de água, rede de fibra óptica e projeto de geração de energia renovável. A empresa também desenvolveu um projeto urbanístico para a vila de pescadores localizada dentro da propriedade e reservou uma área para abrigar o crescimento da comunidade de forma ordenada. A vila abriga ainda o Instituto Voar, projeto social da Prima que atua com educação e formação profissional.

MESA DE JANTAR

O Grupo Prima foi fundado no Brasil há 18 anos e é uma sociedade formada por seis famílias de Barcelona, com negócios nas áreas de alimentação, química, farmacêutico e outros. As seis famílias têm um acordo para investir conjuntamente 25% dos lucros em projetos diversificados ao redor do mundo. Segundo Rubén, integrante de uma das famílias, as decisões são tomadas em torno de uma mesa de jantar. — É tudo muito informal. Uma família sugere um investimento e adere quem quer. Mas quem sugere, fica responsável pelo negócio — diz o empresário catalão, que sugeriu investimentos em hotelaria no Nordeste há duas décadas.

A incorporadora tem diversos projetos em Salvador, como o retrofit do antigo prédio do jornal A Tarde, na Praça Castro Alves, convertido em um Hotel Fasano. Entre projetos em lançamento ou em construção, a empresa tem R$ 1,2 bilhão em VGV no segmento de residencial de alto luxo em Salvadorp.