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Informações da coluna

Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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A Arquiteto de Bolso — que nasceu como um trailer estacionado em frente a lojas de decoração paulistanas e se transformou em consultoria online de arquitetura de baixo custo com mais de 60 mil ambientes remodelados no currículo — recebeu um investimento de R$ 15 milhões. O aporte veio do Headline XP, fundo comandado por Romero Rodrigues (fundador do Buscapé) e que é uma sociedade entre a gestora internacional e a companhia de Guilherme Benchimol.

A startup não informou em quanto foi avaliada com o aporte. Antes, a Arquiteto de Bolso já havia atraído rodadas menores da aceleradora ACE e de investidores como Bossanova, Primo Rico e GV Angels.

— O mercado de moradia é o maior do mundo, e a solução da Arquiteto de Bolso democratiza um serviço que uma enorme camada da população nem imaginava ser para ela. E o crescimento da startup até agora se deu praticamente sem propaganda. Com o aporte, vamos escalar essa máquina de vendas investindo pesado em marketing — diz Romero Rodrigues.

Duas horas

A Arquiteto de Bolso foi fundada pelo designer de interiores Daniel Alves e pela arquiteta Marcia Monteiro. Após a experiência “física” como trailer de consultoria, o negócio “pivotou” para o modelo 100% online em 2017. Desde então, a plataforma permite que clientes obtenham um projeto de decoração via consultoria virtual de duas horas com um profissional.

Ao fim do processo, o usuário recebe visualizações 2D e 3D do cômodo, um tour virtual 360 graus no ambiente projetado e uma lista de produtos que compõem o projeto. (A startup diz que não ganha comissão sobre os itens). O preço para um único ambiente começa em R$ 199 e sobe de acordo com o número de espaços e de funcionalidades adicionais. (O pacote mais caro oferece, por exemplo, planta com medidas e uma videoconferência prévia de 15 minutos para “alinhamento”).

— No Brasil, menos de 10% das obras têm o acompanhamento de um profissional. Mas vimos que isso só iria mudar se houvesse uma solução super rápida e acessível. Até lá fora, o que o mercado oferecia custava muito e demorava dias ou era um processo automatizado — justifica Alves, diretor de operações da startup.

Explosão na pandemia

A companhia não revela quanto fatura, mas afirma ter visto uma explosão de demanda na pandemia, quando o isolamento forçado reconciliou a classe média com a própria casa e provocou uma febre de reformas. Com o processo 100% online, a startup foi privilegiada em um momento em que até a ida ao escritório do arquiteto se tornou imprudente. (A coluna contou a história da Arquiteto de Bolso enquanto isso acontecia, no fim de 2020).

Segundo a startup, ela já “transformou” 62 mil ambientes até hoje e, só no ano passado, recomendou mais de R$ 100 milhões em produtos nas consultorias. A plataforma afirma ter mais de cem arquitetos plugados ao sistema, que é aberto a qualquer profissional. A startup faz uma filtragem de proponentes e estabelece período de experiência antes de integrá-los à plataforma, porém.

— Tem um monte de aplicativos do tipo “faça você mesmo”, mas a autoridade de um profissional que fala com você é o que entendemos ser um diferencial” — observa Marcia Monteiro, cofundadora e CEO do negócio.

IA generativa

A startup está estudando como integrar inteligência artificial generativa para acelerar o processo, mas diz que não pretende prescindir do modelo que usa arquitetos e decoradores.

— O que a gente já criou é o que chamamos de Arquiteto de Bolso Match, que está em beta. Funciona de modo similar a aplicativos de paquera, com o usuário dando “like” e “dislike” em diversas imagens. Isso permite ao nosso sistema entender o que ele gosta, comparando esses dados com nosso histórico de mais de 60 mil ambientes reais. O resultado contempla imagens em 3D generativa, as cores que mais 'vibram' com ele etc. — resume Daniel Alves.

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