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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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A brasileira Tropicool está desembarcando no Brasil. Marca de açaí e frutas tropicais que nasceu como um produto de exportação e que tem o jogador Neymar Jr. como garoto propaganda global, a Tropicool vai inaugurar três lojas em São Paulo em junho.

A empresa chega para disputar o segmento mais premium do mercado em um país em que o açaí virou praticamente uma commodity, podendo ser degustado em qualquer shopping ou barraca de praia, mas que também conta com marcas fortes concorrendo inclusive internacionalmente, como a OakBerry, que tem 770 lojas e o BTG entre os sócios.

O produto da Tropicool é orgânico, sem corantes ou conservantes adicionados. A empresa tem uma pegada forte de sustentabilidade: parte do lucro é revertido para apoiar as famílias produtoras no Acre, em um programa de social e de reflorestamento em parceria com a SOS Amazônia. A expectativa é plantar 1,2 mil árvores só este ano.

A ideia da Tropicool surgiu nos corredores da Harvard Business School, onde os empresários Caio Nabuco e Maurício Esteves se encontraram com Moe Al Thani, integrante da família real do Qatar, em 2018. Al Thani, hoje sócio do negócio junto com o irmão Ahmed, pediu ajuda de Nabuco, que há anos atua com comércio exterior, para importar 100 quilos de açaí para um evento nos Emirados Árabes. A carga saiu do Brasil de avião, mas levou 15 dias pra chegar.

Em meio às conversas sobre negócios no intervalo das aulas, eles compraram um pote de açaí — mas o produto estava tão congelado que a colher quebrou. — O Moe era louco por açaí. E na hora tivemos um estalo: desenvolver um produto que fosse facilmente exportável e mais fácil de consumir — conta Nabuco.

De volta ao Brasil, os sócios desenvolveram uma polpa de açaí que viaja em embalagens TetraPak, com um tempo de prateleira de doze meses, podendo viajar de navio. O açaí é resfriado quase que instantaneamente no momento de consumo, ao passar por máquinas de sorvete ou frozen yogurt.

Hoje a Tropicool está presente em 11 países e 120 pontos de venda, com um portfólio que vai além do açaí. Há também uma pasta para frozen de manga, sucos de frutas tropicais, smoothies em embalagens prontas para consumo, além de toppings como granolas e paçocas.

A marca começou pelo Oriente Médio — e daí a conexão com o Neymar Jr., hoje jogando pelo Al Hilal, em Dubai. Os endereços vão desde o Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo, em Dubai, ao exclusivo clube Bondi Icebergs, em Sidney, na Austrália. Mas é em Mumbai, na Índia, onde mais se consome o açaí da Tropicool. A loja de 20 m² no descolado bairro Bandra fatura US$ 4 mil por dia: são 40 a 50 litros do produto diariamente.

A marca já vinha testando o mercado brasileiro, em uma operação piloto com quiosques no condomínio Praia da Grama e no Hotel Emiliano.

O plano é abrir 24 pontos de venda no país até o fim do ano. E encerrar 2026 com mais de 100 pontos, sendo a maior parte no formato de franquia.

A primeira loja, uma operação própria, será inaugurada no dia 5 de junho na rua Alvorada, na Vila Olímpia. As outras duas serão no centro comercial Passeio Paulista, na rua da Consolação, e na rua Mateus Grou, em Pinheiros. — Queremos crescer devagar, mas com segurança — diz Nabuco, que não revela os números de faturamento.

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