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Mariana Barbosa

No GLOBO desde 2020, foi repórter no Brazil Journal, Folha, Estadão e Isto é Dinheiro e correspondente em Londres.

Rennan Setti

No GLOBO desde 2009, foi repórter de tecnologia e atua desde 2014 na cobertura de mercado de capitais. É formado em jornalismo pela Uerj.

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O Senado vai decidir esta semana se mantém ou não a taxação de importados — o “imposto das blusinhas” — aprovada pela Câmara dos Deputados como uma emenda ao projeto de lei que cria o programa Mover, de incentivos à indústria automobilística.

Fruto de um acordo entre defensores da indústria nacional e dos e-commerces costurado pelo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), a alíquota de 20% na faixa de compras até US$ 50 foi criticada por alguns e-commerces como Shein e Ali Express — críticas que caíram mal com o ministro Fernando Haddad. Isso porque, o projeto aprovado na Câmara trouxe compensações importantes para o e-commerce, como um redutor de impostos para compras entre US$ 50 e US$ 3 mil. A redução, que beneficia as classes mais altas que compram produtos de maior valor agregado, passou praticamente batida, com as atenções concentradas na introdução de um imposto de 20% para compras por pessoas físicas até US$ 50, hoje isentas.

Atualmente, o país tributa em 60% das importações de valor acima de US$ 50,01. Se o texto aprovado pela Câmara for mantido no Senado, essas compras terão um redutor de US$ 20 na carga tributária até o valor de US$ 3 mil. Uma compra de US$ 50,01, na prática passa a ser tributada com imposto de 20% aplicando o redutor. Compras de US$ 55 dólares, serão taxadas em 23,66% — e não 60% como é hoje. Para uma compra de US$ 100, o imposto cairá de 60% para 40%. E assim progressivamente. O imposto só volta para 60% (59,33% precisamente) a partir de compras no valor de US$ 3 mil.

Como mostrou a coluna, a votação da taxação dos importados emperrou no Senado por uma questão paroquial: a disputa pela vaga de candidato a vice-prefeito de Maceió nas próximas eleições. O relator do projeto no Senado, senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), rival do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), responsável por costurar o acordo que inclui a taxação de 20%, retirou a emenda do projeto — mas a medida precisa ser apreciada pelo Plenário do Senado.

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